Risk it all cause I'll catch you if you fall

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Arrisque tudo, porque vou te segurar se você cair.

If my heart was a house – Owl City

-Será que eu poderia tirar a moça emburrada para dançar? - ele me olhou com aquela carinha que simplesmente não dava pra dizer não. Não importasse o tamanho da minha raiva. Peguei sua mão e seguimos para o mais próximo do canto do salão onde um instrumental lento tocava.

Encostei uma mão em seu ombro e ele uniu nossas mãos livres do outro lado. Sua mão tocava a minha cintura de maneira firme e tentei não encará-lo muito ou pensar em como ele era alto, ás vezes tão mais alto que eu.

-Olha, Meg, eu sei que errei. Fui possessivo e infantil. Queria que você pudesse me perdoar – ele disse suavemente. Por que ele sempre parecia tão calmo?! Ou por que ele tinha que usar tanto perfume masculino?! Aquilo era uma provocação?! Se bem que eu não podia reclamar. Sentir o seu perfume me deixava calma e transmitia uma sensação de conforto, de abrigo. Tentei ao máximo não pensar nisso durante todo o casamento, mas, no momento, isso era inevitável. Fitei seus olhos por um instante e afirmei séria:

-Eu só estou tentando fazer tudo isso dar certo, Tom – ele assentiu desviando o olhar do meu – Eu já havia marcado com o pessoal porque fazia muito tempo que não saímos para curtir sem estarmos na faculdade – fiz uma pausa e ele sorriu – Se você tivesse me avisado, eu não teria marcado.

-Eu sei. Não queria te deixar chateada bem na véspera do casamento da sua irmã – ele voltou seus olhos para os meus – Me desculpe, Meg. É que... Eu estou tão cansado, sabe?! – soltou um longo suspiro – As estreias, as viagens, entrevistas tudo isso me deixa exausto. Até mais do que gravar dois filmes por ano – demos uma breve risada – Não justifica o jeito como eu falei com você, mas queria pelo menos tentar me explicar. E claro, não quero que você perca as chances de curtir com seus amigos por minha causa. Continue sendo você mesma, por favor. 

-Tudo bem, Tom. Está perdoado. Só peço que não tenha mais essas reações egoístas e mesquinhas. E vou continuar a sair com meus amigos sempre que der e com você também – ele assentiu, apertando nossas mãos – Mas umas briguinhas também não fazem mal, não é mesmo?! – sorri abertamente e ele me acompanhou – Afinal, não vivemos em um conto de fadas.

-Olha, ainda bem viu, porque eu não estaria disposto a ser nenhuma fera nem te salvar de dragões, bruxas, madrastas... - ri mais alto do que deveria e tampei rapidamente e boca. É que eu simplesmente não conseguia ficar séria ao seu lado. Ele era tão espontâneo, tão fofo. O sorriso dele era tão encantador e contagiante que eu não conseguia manter minha expressão séria. Ele carregava consigo uma energia que recarregava todas as minhas baterias e abastecia meu estoque de sorrisos mais abertos.

-Só peço pra que, por favor, não comece aqueles seus shows de dança porque se não serei humilhada no casamento da minha própria irmã- falei rindo enquanto ele me girava.

-Pode deixar que irei me comportar – Tom respondeu com um olhar brincalhão – Com uma condição – olhei pra ele não contendo o sorriso – De partirmos para a mesa de doces depois daqui.

-Combinado – falei fingindo estar séria. Deitei a cabeça em seu ombro e dançamos por um longo tempo em silêncio, sentindo apenas a presença um do outro.

-Sabe, Meg, eu sinto falta de tantas coisas – sua voz ressoou pelos meus ouvidos como uma música tocada num piano – Sinto falta das pequenas coisas. Das nossas conversas sobre nossas histórias, sobre a vida, sobre o amor... – ele fez uma pausa – Conversas sobre assuntos que eu nunca havia falado com ninguém sobre. Esses momentos simples em que dedicávamos a apenas escutar um ao outro. Esses pequenos instantes em que dividíamos nossas opiniões, nossas controvérsias, aquilo que já havíamos estudado ao longo da vida, nossas vivências e crenças – ouvi um breve suspiro – esses momentos que não voltam mais. Queria poder passar todos os meus dias conversando com você durante as 24 horas.

-Sabe, ainda bem que temos as viagens viu?! Porque tenho certeza que você enjoaria muito fácil de mim e das minhas conversas – dei um risinho rápido voltando a encará-lo e posicionando meu corpo ereto.

-Tenho absoluta certeza que não, sabia?! – ele colocou uma de suas mãos em meu rosto e disse – você é uma das pessoas mais queridas do mundo pra mim, Meg – ele juntou nossos lábios em um beijo doce e então o abracei forte.

-Senti saudades – falei em seu ouvido.

-Também senti saudades. Muitas e muitas – ele sussurrou enquanto nos separávamos e seguíamos para a mesa de doces.

The End for UsWo Geschichten leben. Entdecke jetzt