The End for Us

But I can't back down. That I'm staying now 'cause I can't decide.

Mas não posso voltar atrás.  

Que ficarei desta vez porque não consigo decidir.

I hate you, don't leave me – Demi Lovato

Seguimos eu e Loki para o aeroporto com destino para New York. Entramos no táxi depois de algumas discussões do que deveríamos fazer. E claro que o deus da trapaça esperava que eu sempre concordasse com ele. Transformou sua roupa de asgardiano em um terno todo preto que realmente o deixava muito charmoso e elegante. Depois de todas as etapas antes de entrarmos no avião, finalmente pudemos começar a viagem que seria bem curta, comparada aquelas que eu estava acostumada a fazer. Ao decolarmos, Loki evitava olhar pra mim, mas eu sabia que ele continuava com certo medo desses voos, então eu o observava durante alguns momentos.

A mente dele parecia funcionar como um quebra-cabeça. Havia momentos em que eu só queria entrar em sua mente e entender como as peças se juntavam. Queria vasculhar as gavetas e entender o motivo dele agir de certa forma, dele pensar sobre algo daquela maneira e tentar desvendar, pelo menos o mínimo possível, do mistério que aquele deus representava pra mim.

Claro que ele sempre me contrariava. Eu dizia esquerda, ele ia pra direita. Eu falava certo, ele fazia o errado. Eu pedia para que ele permanecesse estático, ele fazia questão de se mover. E isso me irritava pelo simples fato de nunca conseguir fazer com que ele realmente entendesse o que eu queria dizer. Era uma criatura que vivia pelas próprias regras, pelas próprias normas e fazia tudo isso com uma naturalidade gritante a qual ao mesmo tempo me irritava e me encantava. Ele me desvendava tão facilmente e isso me deixava intrigada e irritada. Será que eu era tão previsível assim? Ou suas habilidades e seus dons que davam tanta naturalidade para que ele me desvendasse tão facilmente? Acho que poderia ser um pouco das duas coisas. E era tão estranho como eu havia conseguido gostar de uma pessoa tão diferente de mim. Que era tão oposta a tudo o que eu pensava e a tudo o que eu sentia. Talvez, essa fosse a parte mais engraçada de toda a nossa história.

Porque no fundo eu sabia que não poderia mudar essa áurea darkness que existia a sua volta. Talvez eu mesma não queria muda-lo. Queria entendê-lo e buscar o real significado em cada coisa que ele fazia, em cada palavra que ele dizia. No fundo, era esse mistério pelo qual eu me encantei. Não faria sentido querer transformá-lo em algo que ele não era. Afinal, tinha me apaixonado por ele, por ele ser exatamente assim, não é mesmo?

Pra mim, ele era um mistério a ser desvendado e era algo que eu queria. Era um mapa que eu queria seguir até o final, até as profundezas de todos os seus sentimentos, suas vivências, seus mistérios. Eu tinha todos os motivos dos 9 reinos para sair daquele avião e simplesmente ir embora. Para desistir dele lá mesmo em Asgard, mas algo ainda me prendia e quando eu percebi, já era tarde demais para que eu me soltasse. Sei que isso soa bem clichê, mas não posso fazer nada se é a verdade.

Gostar do Loki, me apaixonar por ele, tudo aquilo que eu havia passado era como estar num clipe da Lana Del Rey. Era tudo muito diferente, havia um brilho característico, uma energia diferente. Havia glamour, tristeza, mistério, enigmas, suspense e amor. Tudo era tão idealizado, mesmo que eu soubesse da realidade nua e crua. No entanto, ele me transmitia uma sensação estranha e peculiar. Algo que talvez eu não consiga transmitir em palavras algum dia.

Chegamos à cidade e já pegamos outro táxi em direção a base dos Vingadores. O motorista até estranhou o nosso pedido, porém não fez nenhuma objeção e seguiu com o carro. Chegando a grande construção, seguimos para uma espécie de portaria do local e apertei um botão que indicava um interfone.

- Ah... Oi, Vingadores, bem, eu me chamo Megan Harrison e. - ai que droga! Não sabia o que dizer!- Bem, eu sou da Inglaterra, mas o mais importante é que eu estou aqui com o Loki, sim, aquele lá de 2012, irmão do Thor, deus da trapaça – De repente, ouvimos alguns sons estranhos e uma voz robótica que dizia: Sistema de defesa automático ativado. E diversas armas foram acionadas em nossa direção. AI CARAMBA! Loki deu um passo para trás e eu tentei consertar a situação pelo interfone – Calma, calma! Nós viemos em paz. Queremos conversar sobre o Thanos, sabemos sobre o Thor. Por favor, deixem a gente entrar.

Então as armas se fecharam novamente dentro do enorme portão da entrada e o mesmo se abriu para que conseguíssemos entrar. Loki e eu nos entreolhamos e andamos juntos, adentrando ao local. E lá vamos nós. Conhecer os Vingadores. Os Vingadores DE VERDADE!