Cap. 3 - A corte

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Durante as temporadas em Londres havia bailes, piqueniques, apresentações teatrais, concertos, chás e uma série de outras atividades onde a intenção era proporcionar diversão a todos e oportunidade de encontrar o par ideal para as mocinhas em idade de se casar, diga-se o melhor arranjo para o casamento. A apresentação das jovens à sociedade, chamado debute, ocorria usualmente no ano em que a jovem completasse dezoito anos, podendo variar dependendo do desejo ou da necessidade. Uma jovem poderia ter quantas temporadas fossem necessárias para encontrar o par ideal. Contudo, quanto mais o tempo passava, mais difícil ficava conseguir um par, pois todos os anos novas moças debutavam e as que já tinham estreado passavam a ser consideradas velhas.

Armand não tinha intenção real de casar a sobrinha, pois ele a queria para si. Assim, ele aceitava apenas um ou outro convite para não parecer estranho perante a sociedade, já que ela estava na idade de se casar e tinha acabado o período de luto. Emily tinha tido uma primeira temporada aos dezoito anos, quando foi apresentada à Rainha e à sociedade e recebeu muitos pedidos de casamento. No entanto, o pai havia recusado todos. No ano seguinte ela esteve de luto e neste ano, passado o luto, era esperado que ela tivesse uma nova temporada, estando ela com vinte anos.

Armand já havia comentado com Emily que, a partir do próximo ano, ele não seria obrigado a arcar com as despesas dela. A partir de então, ela estaria totalmente dependente dele e bastante sem opções. Com isto, ele estava em uma situação muito confortável. Bastava rejeitar todos os pretendentes nesta temporada e, praticamente, a única opção que restaria para sua sobrinha seria o casamento com ele.

Seu casamento com a sobrinha era ideal sob vários aspectos. Primeiro, o dote dela era gigantesco, mesmo que ele não precisasse do dinheiro, pois o ducado era muito próspero, bem ao contrário do que havia dito à sobrinha, e dinheiro nunca era demais. Segundo, era muito difícil encontrar uma mulher que fosse à sua altura. Sua sobrinha era filha de um duque, tinha recebido uma educação primorosa e não deixava a desejar quando se tratava de classe e boas maneiras, ele não podia deixar de reconhecer. Terceiro, ela era linda. Desde que ele a viu em sua primeira temporada que ele ficou interessado nela. Antes disto ela era uma pirralha e ele não tinha paciência para crianças. No entanto, ao atingir os dezoito anos, ela se desenvolveu e ficou magnífica, toda curvilínea. Porém, ele não poderia pedir a mão da sobrinha.

Naquela manhã de teça-feira Armand estava analisando a sobrinha enquanto tomavam o desjejum. Emily era loura com cabelos sedosos e cacheados que deveriam atingir sua cintura quando estavam soltos. - Como queria poder soltá-los - pensava. Ela tinha uma cintura muito fina, diga-se de passagem. Seus seios redondinhos - perfeitos para minhas mãos - pensou quando baixou um pouco os olhos e seus quadris deliciosamente largos - com certeza será uma boa parideira - ele avaliava. A pele lisinha e branquinha que parecia uma seda e - deve ser maravilhosa de tocar - ele devaneava, mas isto lhe era proibido na qualidade de tio.

Emily sentiu o olhar do tio e ficou desconfortável. Ela reparou que nos últimos tempos ele a estava olhando de maneira estranha. Aquilo provocava uma torção em seu estômago que ela definitivamente não gostava. Então ela pigarreou.

- Algum problema Emily? - Perguntou Armand olhando-a nos olhos. Ela tinha os olhos azuis como o oceano profundo, desceu os olhos para sua boca. Uma boca com lábios carnudos rosados que mais parecia uma rosa desabrochando. Só de olhar para aquela boca ele endurecia. - Ainda me acabo nesta boca - e fantasiava todas as maneiras de tomar a boca de Emily. - Minha mãe, essa menina me deixa louco! Se eu não mantiver distância ainda pulo em cima dela. - Ele se endireitou diante deste pensamento. - Sim, é melhor continuar a evitá-la - concluiu.

- Não. É que o senhor está meio estranho... Está passando bem tio? - ela perguntou tentando parecer preocupada, mas o que queria mesmo era gritar - Deixa de ser nojento e tire os olhos de mim!

O casamento do Lorde Libertino (COMPLETO)Where stories live. Discover now