Glass Heart

Primeira vez

Para tudo tem uma primeira vez, um primeiro amor, um primeiro beijo, uma primeira briga, uma primeira desilusão... Mas será mesmo que o que importa são as primeiras vezes?Porque para mim, não importa todas as histórias de relacionamentos que tive, não importa quantos beijos se foram, quantas brigas se passaram... O que realmente importa, é aquilo que tem o poder de me marcar para sempre, e para mim, Travis Collins foi a maior marca na minha vida.
Diferente do que pensei, eu não estava arrependida pelo que fiz na praça eu até me sentia um pouco leve. Toda aquela situação com meu avô, as provocações de Savannah... Tudo estava rodando em minha mente como uma roda gigante.
Quando cheguei em casa, fui recebida pelos inúmeros gritos de minha mãe, mas depois da minha longa explicação, acompanhada de lágrimas, nós sentamos no nosso velho sofá e choramos.
Agora, depois de um longo banho, me encontrava sentada sobre minha cama, olhando para o teto estrelado, vestindo meu pijama de verão, em um belo tom de azul escuro, detalhado com algumas pequenas estrelas amarelas.
-Alice?-Mamãe bateu na porta.
-Sim?-Respondo, ainda pensativa.
-Durma um pouco, querida... Amanhã o dia será melhor!-Ela diz, ao lado da porta, me encarando com um sorriso bondoso nos lábios, saindo logo em seguida.
Minha mãe sabia que naquele momento eu queria ficar sozinha, era o que eu mais admirava nela, seu respeito. Lilyan Marshall era realmente uma pessoa incrível.
Suspiro, cansada. Eu precisava dormir, tirar todo aquele peso das minhas costas.
Apago a única luz que permanecia acesa, iluminando meu quarto, a suave luz do abajur, ao lado da minha cama.
Me empurro para baixo do macio edredom, me encolhendo rapidamente. As palavras de meu pai martelavam em minha mente e eu me perguntava como um pai poderia acusar sua filha de algo tão grave e inacreditável.
Enquanto me distraía, rolando sobre a cama, me assusto com o som de batidas um tanto indelicadas, na janela de meu quarto. Me levanto de supetão e encaro a silhueta masculina atrás da cortina. Em qualquer outra situação eu chamaria a polícia, mas só de olhar através das cortinas, eu reconhecia quem estava lá. Era o charmoso e atrevido Travis Collins.
Caminho até a janela, constatando que realmente se tratava do rapaz. Abro a janela e o mesmo entra, sem soltar uma só palavra. Nos encaramos por alguns segundos, até que decido me pronunciar.
-O que faz aqui, Travis?-Pergunto, o encarando de forma questionativa.
-Vim te visitar!-Travis diz, com certa elegância.-Depois do show na praça, o que eu admito que foi até um tanto sexy... Pensei que você podia estar stressada. Então, lhe trouxe duas coisas maravilhosas!-Ele fala tudo calmamente, com um sorriso nos lábios.-Primeiramente, eu...-Travis passava um ar inacreditavelmente confiante, com suas palavras.-E em segundo, o vinho!-Ele diz, mostrando a sacola, onde estava evidente, a garrafa que até então, eu não havia notado.-Mas talvez você precise de algo mais, tipo...Sexo!-Sua voz se destaca ainda mais sedutora, enquanto ele olha para o seu corpo, mordendo o lábio inferior e logo, me dirige um sorriso provocativo.
Respiro profundamente.-Sinto lhe informar, mas primeiramente, eu não bebo!-Começo.-E segundo, eu não transo!-Digo, irritada.
Enquanto eu falava, o garoto preparava a garrafa sobre a mesinha de canto, do quarto. Ele se vira, me encarando firmemente.
-Você o quê?-Ele questiona, em um tom um tanto alto.
-Eu não bebo!-Afirmo, novamente e ele abana as mãos.
-Não isso...Foda-se a bebida.-Travis diz.-Você disse que não transa?-Suas sobrancelhas se erguem e ele se senta sobre minha cama, logo a minha frente.
-E-eu é... C-claro que transo!-Digo, envergonhada. Que maravilha, ótima situação para me enfiar agora.
-Transa?-Ele perguntou, novamente.-Você é virgem?-Ele solta sua pergunta, por fim.
-Claro que não... Quer dizer, sim!-Digo, atropelando minhas próprias palavras. Solto um suave resmungo, confuso.-Sai daqui, Travis!
Travis parecia incrédulo, enquanto me analisava.-Jesus, eu vivi pra conhecer uma virgem...-Ele sussurra, de forma indelicada, o que me faz revirar os olhos.
-Não meta Jesus nisso!-Resmungo, em tom baixo, arrancando um sorriso do rapaz.
-Sabe Alice, eu posso te livrar desse probleminha...-Ele sussurra de maneira sexy, enquanto se aproxima, deitando-se sobre mim, com sua imensa sensualidade.