A perfeição é imperfeita

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As vezes a felicidade está bem na sua frente e você está ocupada demais procurando nos lugares errados...
Nós continuamos a correr por um tempo, traçando o caminho que foi rapidamente terminado em frente à um bar.
-Travis, não podemos...-Eu disse, enquanto tornava meu olhar um tanto preocupado, sobre Travis.
-Por quê não?!-Travis falou, simplesmente.
Soltei um breve sorriso.-Somos menores de idade...
Travis suspirou e revirou os olhos, logo, começando a andar em direção à porta do bar.-Não se preocupe com isso, menina super poderosa!-Ele disse e então, eu apressei alguns passos, para alcança-lo.
-Eaí, Travis!-O rapaz que possivelmente era o segurança do bar, acenou para Travis, que andava na minha frente, sem nenhuma preocupação.
Dentro do bar, uma música da banda Poison tocava, deixando todos animados. Era incrível como naquela hora do dia, podia ter tantas pessoas em um bar, se divertindo tranquilamente.
Eu passava meus olhos ao redor, prestando atenção à cada detalhe, como a garota jovem que dançava balançando seus quadris na pista, enquanto entornava um gole de cerveja. Ela parecia livre. Ah, como eu queria me sentir daquela forma...
Enquanto olhava ao redor, senti minha alma pairar, por um breve instante, acho que era uma sensação de paz, tomando conta do meu corpo, uma sensação que foi rapidamente interrompida pelo toque de Travis, ao me puxar para a pista de dança abruptamente.
-Vem!-Ele chama, me levando até o meio da pista, enquanto ria das minhas estranhas expressões faciais.
Sorrio ao perceber que não éramos os únicos malucos a dançar e penso que com toda certeza, existia uma pessoa pior que eu naquela pista de dança, o que me dava mais liberdade para me mover.
-Você até que manda bem!-Travis ditou as palavras, próximo ao meu ouvido, me causando uma leve cócega na orelha, me fazendo soltar uma risadinha, não contida.
Depois de três músicas super animadas, decidimos nos sentar no bar e pedir algo para beber.
-Eaí, garotão...-A menina que atendia no bar, disse, diretamente para Travis, enchendo uma dose de tequila e entregando para o mesmo, mesmo que ele não tenha pedido.
-Essa é nova...-A garota falou, me encarando dos pés à cabeça, com um olhar enojado.
-Então esse é o lugar para onde trás suas conquistas?-Eu disse, tornando um olhar questionativo e um tanto debochado à Travis. Era óbvio que eu não era à primeira que ele levara naquele lugar, eu conhecia o tipo de Travis e aquilo realmente não me perturbava mais.
Travis soltou uma breve risada.-Não sei... Você é uma das minhas conquistas, menina super poderosa?
-Oh Deus!-A jovem atrás do balcão suspirou, enquanto revirava os olhos.-Aí vem os apelidos bregas...-Ela disse e logo tirou um copo, repleto de uma bebida que ela estava preparando durante a conversa, de trás do balcão e logo, soltou sobre o mesmo, com certa força.-Vai precisar disso para aguentar esse aí...
O olhar de Travis fingia um leve ofendimento, que logo se tornou em deboche. Eu olhei para a garota de cabelos ruivos e sorri, pegando o copo e entornando a bebida, rapidamente.
Minutos depois, Travis e eu já estávamos de volta à pista de dança e eu me sentia mais livre e solta para desvendar alguns passos estranhos. Eu não sabia que era tão fraca para bebida, mas a verdade é que bastou apenas uma dose daquela misteriosa bebida que a jovem bartender me serviu, para eu ficar muito mais desinibida.
Achava estranho minha tão rápida reação a tão pouco álcool, mas gostava da sensação estranha de paz e liberdade, um conforto no coração e alma, que apenas me permitia sentir tão leve feito nunca.
-Vou pegar mais bebida, você quer?-Travis falou, ao meu ouvido. Ele estava um tanto bêbado também e a prova disso é que nos últimos segundos, dançando na pista, ele havia me contado algumas coisas sobre sua vida. Eu havia estranhado um pouco, de início, pois Travis sempre pareceu muito reservado sobre sua vida pessoal, mas havia gostado de saber que tinha o tanto de confiança em mim, que o permitia falar sobre tais coisas, pelo menos era o que eu pensava que se tratava, mas na verdade era só o álcool falando... Quem me dera eu não estivesse tão iludida e tivesse notado o brilhante talento para esconder coisas, que Travis Collins tinha.
-Quero sim...-Eu disse, em um tom um tanto alto e então, o vi me destinar um breve sorriso torto e logo, seguir andando em direção ao bar.
-Lily...-Eu ouvi uma voz familiar chamar pelo meu nome e então senti meus ouvidos estufarem. Eu sentia cada batida do meu coração se destacar mais forte, parecendo querer romper o meu peito, então, virei-me lentamente, na direção em que a voz ditava, permitindo que o ar adentrasse meus pulmões vagorosamente.
-Vovô?-Eu sussurrei, ao sentir mais um sopro de ar reprimido, se esvair de meus pulmões.
Um pequeno tremor se espalhou pelo meu corpo, me deixando um tanto tensa, meu olhar estava um pouco vago e senti que poderia até mesmo cair, a qualquer momento.
Eu estava prestes a me encontrar com o chão após um desequilíbrio, quando senti os braços fortes de quem eu reconheci ser Jorge, um rapaz de cabelos coloridos que havia conhecido na festa de Caleb. Sorri, um tanto abobada, para o mesmo.
-Amigoooo!-Falei, enfaticamente, um tanto grogue.
-Você tá mal garota...-Uma voz feminina sussurou.
-Oiii!-Eu disse, animada. Jorge olhou Andrea e arqueou as sobrancelhas como se apontasse o óbvio à ela.
-Drogaram ela...-Andrea falou e eu comecei a rir. De repente, seus cabelos avermelhados estavam tomando forma estranha e seu olhar preocupado estava se distorcendo perante meus olhos.
Olho em volta, procurando por Travis e o avisto no bar, conversando ou melhor, gritando com a atendente do bar, que pela sua expressão, não se importava muito. Ela reagiu com apenas um "ops", se virando de costas para o rapaz enfurecido. Quando nossos olhos se encontraram, sua feição parecia ate surpresa, mas logo se transformou em um semblante hostil e frio. Respiro fundo, vendo ele caminhar na minha direção, com todos os seus músculos tensos. Sorri para o mesmo, fazendo certa força para sair dos braços quentes de Jorge, me jogando para cima de Travis.
Jorge parecia um tanto desesperado, tentando me segurar, enquanto eu ria animadamente.
-Alice, não faz isso.-Andrea disse, sorrindo nervosamente para Travis, que parecia cada vez mais stressado.
-Vamos para casa, querida!-Jorge mencionou, fazendo feição de me tirar dos braços de Travis, o que resultou em um Travis um tanto descontrolado. Ele destinou um forte empurrão, ao peito de Jorge, que cambaleou e quase caiu.
-Qual é a sua?-Andrea soltou, em gritos agudos, aproximando-se de Travis, com um olhar enfurecido.
-Solta a Alice!-Jorge ordenou, ao se recompor.
-Ou o que?-Travis disse, em tom provocativo.
-Travis, para...-Eu disse, em meio a um sussurro. O ar já estava me faltando e toda aquela confusão, só me fazia querer ir embora.
-Alice...-Jorge falou, me direcionando um olhar, quase que implorando para que eu fosse para junto dele, enquanto estendia a mão, cuidadosamente.
Eu vi o rosto de Travis se contrair ainda mais em uma feição assombrosa, enquanto seus punhos se levantaram em direção do rosto de Jorge. Foi tudo tão rápido que eu só percebi o ataque, quando os dois rapazes já estavam no chão, envolvidos em uma briga.
-Travis!-Eu gritei acordando do meu transe de momentos antes, pegando-o pelo braço, antes que ele pudesse dar mais um soco em Jorge, mas o rapaz sequer me olhou, ele apenas me arremessou para longe, me fazendo cair sentada no chão frio do bar.
-Alice!-Andrea gritou, ao correr para me ajudar a levantar. Minha visão estava turva e parecia que tudo girava, ao meu redor.
-Ali, me desculpa...-Travis surgiu à minha frente, de repente e então começou a falar em um breve sussurro.
-Tudo bem...-Eu disse, confusa, o abraçando. Ele parecia destroçado, assim como eu, então, não havia problemas em perdoá-lo apenas dessa vez. Eu poderia fazer isso, pelo menos era o que eu costumava dizer a mim mesma, sempre que ele tinha uma de suas crises de raiva e depois vinha pedir desculpas.
-Apenas... Vamos embora logo!-Eu disse, soltando um breve suspiro.
Nós nos levantamos e seguimos andando pelo bar, indo em direção à saída, mas eu não poderia ir embora sem antes ver como Jorge estava, então, passei ao seu lado. Andrea já estava junto no chão, ao lado de rapaz de cabelos coloridos, segurando seu rosto, para ver se estava bem.
-Esta tudo bem?-Eu perguntei, ingenuamente, enquanto me agachava, próximo a Jorge.
-Com a gente?Vai ficar tudo bem...-Jorge disse, ainda deitado ao chão. Seu rosto estava todo ensanguentado e aquela cena passou a ser um dos piores horrores da minha vida.
-Alice, toma cuidado com ele... Já sai com caras assim e nunca acaba bem. Além do mais, esse cara não tem uma boa fama....-Andrea falou, ao me destinar um olhar simpático e cuidadoso, certificando-se de que Travis não estava próximo o suficiente para conseguir ouvir.-Sai dessa enquanto tem tempo...
Eu apenas soltei um breve suspiro e me levantei, calmamente.
-Se cuida, Alice...-Jorge falou, me destinando um sorriso carinhoso.
Saímos do bar e andamos em silêncio por boa parte do trajeto até minha casa, eu ainda me sentia um tanto tonta e um pouco perdida, mas estava bem melhor que antes.
Quando estávamos a poucos metros de casa, senti um leve embrulho no estômago que me causou certo desconforto.
-Travis!-Chamei, antes de começar a vomitar.
-Droga, Alice...-Travis resmunga, enquanto segurava meus cabelos, no meio fio.-Se sente melhor?-Ele perguntou, quando finalmente consegui parar de nadar em meu próprio vômito. Concordei, com a cabeça, me sentido uma pouco melhor. Seus braços me cercaram, me puxando rumo ao seu peito, me aquecendo e aconchegando. Ficamos naquela posição desconfortável, porém acolhedora ao menos dez minutos antes de Travis dizer que me levaria pra casa. Àquela hora minha mãe estaria esticada sobre o sofá.
-Mamãe já deve estar em casa...-Digo, o encarando.
Nossos olhos se encontraram por alguns segundos, enquanto Travis parecia pensar.
-Te espero lá em cima!-Ele afirmou, por fim, seguindo para a janela.
Apenas concordei, com um breve aceno de cabeça e segui andando, em direção à entrada da casa.
Abro a porta e adentro a minha residência. Como havia imaginado, mamãe estava deitada no sofá, com seu mais novo projeto de crochê, jogado sobre seu peito. Ela havia pegado no sono, o que não me surpreendia, devido à todo esforço em seu trabalho.
Me aproximo de minha mãe, lentamente, a fito por alguns segundos e logo, a cubro com a manta que estava sobre a poltrona do lado, lhe dando um suave beijo na testa.
-Boa noite, mamãe...-Eu disse e logo, segui andando para o segundo andar da casa, indo diretamente para o meu quarto, onde Travis já me esperava, mexendo em uma das minhas prateleiras de livros.
-Achou algo te interessa?-Pergunto, fechando a porta do cômodo. Ele me encara de solsaio e sorri, sacana, pegando o livro "a menina que roubava livros".
-Eu li.-Ele disse, apontando para a capa do exemplar em suas mãos.
Sorri de lado, imaginando aquele rapaz a minha frente segurando um livro, parecia irônico.
-E o que achou?-Eu perguntei, curiosa.
-Não é o meu favorito....-Travis murmurou, exibindo um olhar entediado.-Mas achei interessante o lance da morte contar a história. Parece digno de atenção!
Solto um suave sorriso. Era legal saber que depois que falamos sobre o livro, ele o procurou para ler.
-Bom... Eu vou tomar um banho!-Eu soltei um breve suspiro, enquanto dizia e então, fui até o canto do meu quarto, peguei algumas toalhas e fui para o banheiro, enquanto Travis permaneceu, estirado sobre minha cama.
Relaxo meus músculos, ao sentir a precisa água quente cair sobre minha delicada pele. Respiro fundo algumas vezes, sentindo minha gengivas levemente amortecidas pelo álcool que ingeri.
Suspiro profundamente, sentindo a água quente aquecer meu corpo cansado. Meu estômago ainda estava um pouco embrulhado, mas me sentia tão bem, como não me sentia a anos.
Paro para pensar como Travis havia tornado meu mundo uma montanha russa cheia de aventuras, afinal, quem diria que agora eu estaria bêbada?Pois agora, tinha os pensamentos mais claros, porém minha coordenação motora estava bem comprometida pelo álcool.
Desligo o registro do chuveiro me enrolando na toalha felpuda que permanecia pendurada no box. Me encaro no espelho sobre a pia e começo um lento processo para escovar os dentes, com minhas mãos trêmulas tive certa dificuldade para colocar a pasta de menta sobre a escova. Depois de longos minutos eu finalmente tinha acabado e então, me retirei do banheiro, caminhando até o quarto.
Travis permanecia sobre minha cama, mas agora sentado, encarando a parede, exibindo um olhar distante e perdido.
-Achei que ja teria ido embora...-Minha voz baixa falha, enquanto o digo, olhando para sua expressão que se contorceu em uma careta.
-Por quê eu iria...?-Ele começou a dizer, mas parou para molhar os lábios com a língua, de uma forma sexy enquanto me olhava, enrolada em minha toalha. Um pequeno relâmpago de desejo passou pelos seus olhos de forma instantânea, me causando um arrepio sutil na espinha. Seus pés, agora descalços, entraram em contado com o chão de forma rápida, quando o mesmo se levantou e veio em minha direção.
-Travis...-Sussurei, sendo atacada por um beijo sem delicadezas. Seus dedos longos se envolveram no meu cabelo que ainda pingava, por conta do recente banho, me trazendo para mais perto enquanto sua outra mão buscava brechas em minha toalha.
Nunca em minha vida eu havia me sentido assim, tão livre, tão desejada e tão dona de mim...
Respiro fundo, levantando minhas mãos, que estavam caídas ao lado do meu corpo, empurrando levemente o tórax de Travis e assim, como eu tinha a respiração afobada, seu semblante confuso buscou respostas em meu rosto e sem exitar, me livrei da toalha que cobria meu corpo.
Eu nunca fui uma garota corajosa e determinada, a timidez sempre pareceu fazer parte da minha alma e eu tinha certeza que em grande parte da minha vida nunca fui alguém seduzente, mas quando encarei aquelas belas iris de Travis, nunca me senti tão poderosa e tão desejada. Puxei a respiração de forma rápida, para dentro dos meu pulmões e a sensação que tive foi de estar sendo incendiada.
Nossos olhos se prenderam por alguns segundos, que pareceram uma eternidade longa demais para ser suportada. Ele me olhava como se esperasse uma ordem, um comando.
Travis estava na minha frente esperando para que pudesse me tocar e eu me senti poderosa naquele momento.
Levantei minha mão direita e toquei sua bochecha, ele fechou os olhos e eu o empurrei, levemente, para a cama que não estava muito longe. Ele se sentou e me olhou.
-O que vai fazer agora?-Ele perguntou, com sua voz grossa e mais rouca que o normal.
-Eu não sei...-Sussurei, enquanto me sentada em seu colo, colocando minhas pernas ao lado de seu corpo.
-O que você quer fazer?-Ele perguntou, enquanto me olhava atentamente.
-Tocar você.-Respondi, encarando seus músculos marcados na camiseta.
Seus dedos saíram da minha cintura e foram para a barra da sua camiseta, a tirando, sem nenhuma demora. Soltei um longo suspiro ao olhar todos os seus músculos, passei meus dedos pelo seu abdômen e segui para seu peitoral, depois indo aos seus belíssimos ombros largos, perfeitamente no lugar como um bela pintura feita por alguém famoso. Travis era lindo, como aqueles bad boys perfeitos do colégial, minha vida naquele momento parecia um grande e perfeito clichê e isso me tirou um sorriso, afinal, eu gostava de clichês.
Meus dedos correm pela extensão de seus bíceps e param em suas mãos, que novamente estavam apoiadas em meu quadril.
Umedeço meus lábios sem pressa, observando cada detalhe de seu corpo perfeito. Sua boca se aproxima da minha de forma lenta e prazerosa, roubando minha atenção apenas para seus lábios. Um pequeno aperto extasiante se espalha pela minha barriga, me dando vontade de colocar nossos corpos ainda mais próximos. Quando finalmente nossas bocas se encontram e sua língua invade minha boca de forma rápida e nada delicada, sinto que não me incomodaria de ficar ali para sempre, em seus braços, sentindo o gostoso sabor de drink de frutas, misturado com minha pasta de dente. Suas mãos apertaram meu quadril com força e eu tinha certeza que o local ficaria roxo, mas não me importei. Travis não estava mais sendo delicado e cauteloso como na nossa primeira vez, agora ele estava mais determinado e afobado, me tocando, apertando e mordendo sem nenhum pudor e eu de fato, não estava reclamando.
Levo um pequeno susto, quando o rapaz levanta da cama, segurando com firmeza minhas coxas, para depois me soltar sobre a cama. Suas mãos procuram o feixo da calça com agilidade a arrancando com rapidez, ficando apenas com sua cueca box em tom vermelho. Mordo os lábios, enquanto ele se deita sobre mim, deixando seus braços ao meu redor. Sua boca toca meu pescoço, onde ele deposita leves mordiscadas e eu suspiro, contendo um gemido preso na garganta.
-Gosta disso?-Ele perguntou, com um sorrisinho provocante, de um pleno cafajeste, nos lábios.
Suspirei alto, quando suas mãos tocaram minha intimidade.-Gosta disso, Ali?-Ele me instigou a dizer novamente.
Eu não conseguia responder enquanto suas mãos trabalhavam em movimentos calmos e bem localizados no meio de minhas pernas e Travis parecia gostar daquilo. De repente suas mãos param e ele me olha com um perfeito sorriso, me fazendo contorcer debaixo de seu corpo.
-Travis.-Sussurei.
-O que?-Ele perguntou, próximo ao meu ouvido, depositando um leve beijo no local.
-Porquê parou?-Eu questionei, mais desesperada do que gostaria.
-Quero que você fale!-Sua voz saiu quase que em um gemido.
-O que?-Pergunto, suspirando.
-Fale que você é só minha...-Ele sussurrou e eu encarei seus olhos por alguns segundos, vendo que Travis sentia exatamente tudo o que eu sentia, me fazendo ter segurança das minhas próximas palavras.
-Eu sou sua, Travis Collins!-Digo, com certeza.
Travis me olhou por algum segundos, parecendo extasiado, antes de atacar meus lábios com ferocidade, novamente. Seus dedos puxaram meus cabelos atrás de minha nuca, condenando nosso beijo. Meus pulmões já exigiam ar quando nos separamos e num impulso rápido, Travis saltou da cama novamente arrancando a cueca, pegando sua calça do chão e tirando de lá, uma camisinha. Com ajuda dos dentes, ele fez uma pequena abertura no pacotinho, a vestindo em seu membro, voltando para cima de mim. Meu corpo ficou tenso por alguns segundos, lembrando da dor que passei da última vez e como aquilo não havia sido agradável para mim.
-Relaxe...-Travis falou, quase como em um tom de ordem.
Respirei fundo, relaxando minhas pernas, que só então percebi estarem presas com força, nas coxas de Travis.
-Vamos fazer isso devagar.-Ele disse, depositando um beijo em minha testa e arrumando seu membro em minha entrada, a penetrando lentamente. Senti a ardência me invadir e uma sensação incomoda de dor por alguns minutos, até finalmente aquele vai e vem, se tornar confortável para mim. Os olhos de Travis encaravam atentamente todas as minhas expressões, atenciosamente diminuindo a velocidade das estocadas cada vez que meus olhos se fechavam e se apertavam em dor ou desconforto. Seus movimentos começaram a aumentar gradativamente de velocidade, conforme fui me acostumando com a situação como fizemos em nossa primeira vez. Seus lábios tomaram os meus em um jeito quente, aquecendo meu peito em uma sensação de ansiedade e adrenalina.
Tudo aquilo era novo pra mim e talvez o álcool consumido à algumas horas atrás, teriam ajudado a ampliar aquelas sensações satisfatórias em meu corpo, me causando arrepios e prazer, como se fogos de artifícios estourassem em minha mente, inebriando minha visão, só que sem o barulho ensurdecedor.
Com tudo que passei, todas as coisas terríveis que sofri, Travis conseguiu apagá-las com apenas um olhar. Não posso e nem quero negar... Meu coração o escolheu involuntariamente e sem dúvidas, a melhor decisão que tomei, foi permitir-me sentir seu amor grandioso e iluminado, algo que eu pensei só existir na ficção. Desde o momento em que entrou em minha vida, o que mais fez, foi me trazer alegria. Ele me faz tão bem que eu sequer consigo definir em palavras e acho que finalmente posso concluir que... O amo.

Glass HeartWhere stories live. Discover now