7- Páginas de diário.

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As páginas de um diário
Foi o que me sobrara da infância.
A carta amarelada, a flor já ressecada,
As páginas manchadas por meus
                                      [dedos de criança.

Os erros cometidos, não só na caligrafia
Ali registrados como prova de minha Cina.
E no peito correndo a dor de ter que ler,
Tudo o que já fiz, sem nem me arrepender.

Vivo hoje diferente, sem tanta exaltação.
Não choro mais nas páginas
Não crio mais canção
E hoje nem mais escrevo, com medo de alto reprovação.

Fui poeta no passado, de versinhos de amor
E nas páginas do diário, tem sonetos... Tem dor.
Dos amores esquecidos, dos momentos vívidos,
Das tormentas, do despudor

Oh papiro maldito, que me acusa e degrine
Que cujo os erros narrados já não tenho em memória.
Por que o papel, tu tinhas que me lembrar?
De minha infância tosca, que não quero recordar.




Poemas profundos demais para se ler sem um caféWhere stories live. Discover now