Era um gato
Um gato qualquer talvez
Gato manchado de tinta
De petro, com olhos amarelosMagrelo, doente, feio
Sem jeito andava pela rua,
Não reclamava, não comia ou bebia
Por não ter quem o desse.Era triste sua cina diária
Viver de migalhas na sarjeta
Sem uma centelha de consideração
Da população que passava.Mas não era infeliz,
Tampouco amargurado.
Só aceitara aquilo e andava
A devira, a procura.De um bote salva vidas
Daquele mar de medo
De incertezas e fome
Esperava ele, o homem.Ou criança, mulher talvez
Que fosse o tirar dali...
Pena que o vi correndo desesperado
E sendo morto por um carro.
Nota de Rose: Passou a primavera e não vi cor, o verão e não vivi o "sol", o outono e não colhi fruto, sera que passarei o inverno sem sentir frio? - Deve ter pensando o senhor que vive na esquina.
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Poemas profundos demais para se ler sem um café
PoetryTudo pode ser poesia, desde o cantar de um passarinho, até o verme que cavouca o chão, então por que não poetizar a vida? Deixa-la mais leve ou pesada, triste ou feliz, ou simplesmente poética?