17- Calças vermelhas na madrugada.

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Foram horas e horas seguidas
Presa no busão, preso ao asfalto
Presa a ilusão e as horas que não passam
Sentindo saudades de algo do passado

Lembrando o que a pouco acontecerá
Com 3,75 no bolso, pois a passagem foi 4
E sem sapatos pois não deu tempo de calçar
Só peguei minha bolsa e o que restava do almoço ou jantar

A dor consumia, o corpo e a alma
E o banco já sujo de sangue não negava...
Espero que minha irmã fique bem
E minha mãe também...

Tomará que os bancos dessa cidade sejam macios
E as estrelas um bom cobertor, senhor!
Espero esquecer o ocorrido e me limpar desta dor
E espero que meu pai se mate, ou sofra eternamente
[ pelo mal que me causou.

Poemas profundos demais para se ler sem um caféOù les histoires vivent. Découvrez maintenant