26- Prostituta alugada | Parte 1.

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Não ser só carne, é tão difícil quanto não deseja lá.
Não querer tocar, morder, sentir o suar do corpo
TODO.
Não querer lamber e gozar do cheiro, dos cabelos e do dinheiro recebido,
É tão difícil quanto poetizar,
Romantizar,
E completasse com o outro
Seja outro ou outra, seja ser vivo ou não
O que importa é o dinheiro na mão
O contracheque.
Os dias de domingo no apê compartilhado
O escarro e a tosse depois do nojo sentido por um qualquer
Que pagou  na hora e saiu feliz e vazio.
Que andou na calçada sem pensar,
E foi beijar o rosto de seu filho.
E a mim, nada restou, se não a limpeza
Do corpo e do chão,
E o dinheiro jogado na cama.
É tosco, nojento, e nem todos querem ouvir
Mas na vida tudo é poesia
Até o que não te agrada.
E agora, o silêncio é sua licença,
Pois ainda é duas da manhã,
E pretendo ir até as seis.
Sendo assim sem cerimônia
Te vai do mesmo jeito que veio.
Ainda tenho outro ou outra
Ou todos.
E você quer beijar o cenho de seu filho.
E a esta Dama.
Não resta nada.
Nem poesia, nem amor ou arrependimento.
Pois só estou divagando e limpando.
Enquanto a porta do quarto se abre novamente,
Esperando durar menos, e pagar mais
E esperando ansiosa, pelo cigarro das 06:01.
...

Poemas profundos demais para se ler sem um caféWhere stories live. Discover now