23- Vício

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A quanto tempo não paro?
Só para, apreciar uma boa poesia
O que parecem ser dias
Na verdade não passa de algumas horas.

Horas e horas, que não passam
Pois sem ela não consigo,
Talvez esteja eu viciada
No jeito delicado que ela tem

Em suas curvas disformes
De cada frase é tudo mais...
Das alegrias nuas
E tristezas pagãs...

Talvez eu tenha que a consumir
Injetar em minhas veias, versos
Soltos, tolos, como um disparate
De coisas escritas ao léu

Pois já não consigo nem dizer
Descrever ou sei lá mais o que sem ela.
Preciso dela, da poesia
Para ser quem sou

Mas se por causa dela
Você me ver jogada na rua
Não me dê esmolas toscas de um real
Me dê mais um ou dois versos

Ou um lápis e um papel.
Me deixe ter essa overdose
Sucumbir a esse frenesi poético
E ser mais uma dependente.

Poemas profundos demais para se ler sem um caféWhere stories live. Discover now