60- Café.

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Tomei mais um gole de café.
Olhei pela janela e só havia tormenta,
As gotinhas de água escorriam calmas
Levando com elas meus poemas.

Conturbados, mesquinhos, leves...

Toquei o papel virgem esbranquiçado
Com a caneta de sempre de tom azul
Escrevi alguns desejos vagos
E chorei junto, baixinho ao abajur

Com receio, sem medos, sem teu corpo nu...

Me vi sozinha, sem história
Pois não vivi nada sem você.
E bebi mais café frio e amargo com canela
Costumes que peguei ao te ver.

Sem ter de que, ou sem puder, pra que?

Tirei as roupas, me deixei solta
E senti o frio me invadir, sorri...
Soltei os cabelos e sem desespero bebi
Mais café, mais saudade, mais desejo de ti

Café... Café... CAFÉ...

Me vi em uma overdose de poucas doses,
De sonhos moribundos que já não tenho mais.
Que não me satisfaz ou atrai as memórias que tivemos,
Ou lemos em um para-choque cor anil.

Que o passado gravou, notou e escondeu.

E tudo o que nos prometeu, esqueceu?
Se foi tudo embora com seu gole de café?
Pois é, não esqueci tão fácil assim.
Então pode vir está noite

Me tenha, uma e mais nenhuma vez, okay?

E depois suma, leve embora seus discos.
Tudo isso, seus sonhos, planos e vícios
Incluindo o mais tosco que não quero voltar a ter.
Leva esse café com canela para a nova puta do seu querer.

Café... Café ... Café.


Nota de Rose: E chegamos ao fim não é, infelizmente eu acho, mas estou feliz com o resultado por enquanto. Por incrível que pareça esta poesia acima foi a primeira que fiz quando pensei nesse livro, mas decidi colocar ela por ultimo, para fechar esse ciclo de forma por assim dizer, mais poética.

Engraçado não é? Como uma palavra inspira um verso, que inspira um poema, que inspira um livro... Essa pequena e simples palavra, Café, seria interessante dizer talvez que essa escritora que vos fala, nem gosta de café, pois é kkkk, fazer o que não é?! Acho que assim devo me despedir para poder ir lá fora ver o jardim, e tentar pensar mais sobre tudo o que escrevi, sendo assim Adeus velho caderno de folhas manchadas, de poemas soltos e páginas arrancadas.


-Rose.

Poemas profundos demais para se ler sem um caféWhere stories live. Discover now