18_ Ta com ciúmes?

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Eu e o Luca nos sentamos no chão e eu continuei vendo a vista. Até que olhei pro canil e vi o Sam correndo naquele gramado.

- Sam? - Penso alto olhando para o Canil.

- Que? - Luca pergunta confuso.

Rio e aponto para o canil.

- Ta vendo aquele cachorro correndo de um lado para o outro? - Pergunto e ele olha.

- To vendo um cara de branco brincando com um cachorro. - Ele fala e só aí eu vejo o Eduardo brincando com o Sam.

- Ah... é o Eduardo. - Sorrio e ele me olha.

- Seu amigo?

- Uhum. - Assinto convencida.

- Ele é o motivo por você ir ao Canil? - Ele pergunta e eu rio.

- Não, Luca. Eu vou lá porque adoro cachorros! O Eduardo só me ajuda com os estudos mesmo... ele faz faculdade de veterinária e conseguiu passar com 16 anos. - Falo e ele assente sem sorrir.

- Legal. - Ele fala. - O que... o que tem o cachorro?

- Ah... é o Sam. Eu vi ele crscer e sempre quis adota-lo. - Sorrio olhando para ele brincando.

- Por que não adota?

- Meu pai... ele não gosta de cães. - Sorrio e ele também sorri.

- Ah sim... - Luca permaneceu olhando para o Canil até que sorriu. - Quando você vai lá de novo? - Ele pergunta olhando pra mim.

- Eu não sei... eu geralmente vou as segundas, só que segunda é feriado. Então eu acho que vou sexta. No caso, amanhã.

- Posso ir com você? - Ele pergunta e eu olho surpresa pra ele.

- Sério? Quer ir comigo? - Pergunto e ele assente.

- Se não tiver problema. - Ele se levanta e estende a mão para eu levantar. Segurei em sua mão e me levantei.

- Não tem não, na verdade, eles me incentivam muito a levar amigos lá. Os cachorros adoram receber visitas. - Falo e a gente volta para dentro da porta.

- Eu vou gostar. - Ele sorri convencido. - Ai você me empresenta a esse tal Eduardo. - Olho pra ele e ele da de ombros.

- Ta bom. - Rio e a gente chega a portinha para descer de volta a sala da diretora. - E se ela estiver na sala dela?

- Não está. - Ele diz abrindo.

- Como sabe?

- O Pedro me disse que que barra está limpa. - Ele sorri pra mim e desce, logo em seguida fez sinal com as mãos para eu segui-lo. Quando eu estava prestes a por os pés no chão, senti as mãos dele na minha cintura me ajudando a descer e acabei deixando um sorriso escapar.

Ao descer, ele trancou a portinha e abriu a porta da sala para que nós pudéssemos sair. Ao sair vimos Pedro sentado na cadeira da diretora.

- E ae casal. - Ele fala sorrindo e eu olho para o Luca que continua olhando para o Pedro sorrindo.

- Valeu cara. - Luca coloca as chaves de volta na mesa.

Casal? Casal?

Pedro se levantou e nós saímos de lá.

Antes de voltar às minhas amigas, me virei para o Luca que estava conversando com o Pedro.

- Obrigada! - Falo e ele olha pra mim surpreso. Tomo coragem e lhe dou um beijo na bochecha antes de voltar as meninas andando rápido sentindo minhas bochechas queimarem.

Não olhei para trás, mas senti que o Luca estava sorrindo.

Voltei ao pátio e tinham umas pessoas que faziam parte da prefeitura da cidade fazendo uma palestra em cima do palanque homenageando a escola.

Me sentei ao lado das minhas amigas sorrindo e elas ficaram me encarando.

- Que foi? - Pergunto.

- Desembucha!! - Lia diz e as duas me olham curiosas.

Contei tudo a elas sorrindo e elas também sorriram horrores.

- Aawwwnnn! Ele é um fofo com você, Emma. - Mia diz.

- E já tem ciúmes de você com o Eduardo. - Lia fala convencida.

- Que? Ciúmes? Da onde tirou isso? - Pergunto e elas riem.

- Você é ou se faz de lerda? - Lia pergunta.

- Ridícula! - Empurro ela rindo.

- Por que você acha que ele quer ir com você pro Canil amanhã Emma? - Mia pergunta.

- Porque ele gosta de cachorros. - Falo e elas gargalham.

- Pelo amor de Deus, Emma! Ele até pediu para apresenta-lo ao Eduardo. - Lia diz.

- E dae?

- Ele tem ciúmes de você com o Eduardo! Vai ver só como ele vai fazer de tudo para ficar bem perto de você lá e tentar fazer o Edu achar que vocês tem algo. - Mia diz.

- Não acho que seja por isso. - Digo.

- Você é muito inocente. - Lia diz. - Eu conheço a mente masculina.

Olhamos pra ela com a sobrancelha arqueada e ela riu.

  O resto do tempo passou bem rápido e logo já era 12h30.

Me dirigi à porta junto com as meninas e vi o Luca parado conversando com umas meninas do outro terceiro ano e algumas do segundo, coisa que é super normal já que ele em menos de uma semana virou super popular e atriu muitas meninas para os pés dele.

Passei direto com as meninas ao meu lado, até que senti alguém puxar o meu braço.

- Me espera, apressadinha. - Luca fala nos acompanhando.

- Tchau, Luca! - As meninas lá atrás dizem juntas mandando beijos pra ele.

Me despedi das meninas e depois vim junto a ele para casa.

- Você é bem desejado né? - Falo segurando as alças da minha mochila.

- Por que? Ta com ciúmes? - Ele pergunta sorrindo convencido.

- Você também é bem convencido, né? - Pergunto rindo e ele da de ombros.

- Você não respondeu minha pergunta. - Ele sorri e eu olho pra ele.

- Eu deveria estar? - Pergunto sorrindo.

- Eu entenderia se estivesse. - Ele sorri andando de costas para ficar de frente pra mim.

- Você vai cair. - Rio.

- Eu puxo você. Aí vai ser que nem no dia que você perdeu o livro. - Ele sorri e a gente para. Já havíamos chegado na minha casa. - Até amanhã, Emma! - Ele sorri e depois vai seguindo a rua.

- Tchau. - Falo baixo, acho que ele nem ouviu. Respirei fundo e entrei em casa. - Cheguei, mãe! - Digo mas o silêncio prevalece na minha casa. - Mãe? - Vou até o quarto dela e não a vejo, vou até a cozinha e também não a vejo. Só vi um papel na geladeira que dizia que ela tinha ido fazer compras.

Dei de ombros e fui para o meu quarto. Lá tirei o meu tênis o jogando no canto como sempre e coloquei a mochila na cama.

Tirei minha garrafa de dentro dela e ao fazer isso, um papel caiu da minha mochila.

Abri o papel e vi que era a mesma caligrafia que tem me mandado cartinhas.

" Espero um dia ter a chance de te fazer tão feliz quanto você tem me feito sem nem perceber. "

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Continua...

O Aluno NovoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora