38_ Eu não deixei de amar você!

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Depois que acabamos de jogar, era hora dos garotos jogarem futsal. Como não ia jogar mais nada, fui logo com as meninas trocar de roupa para me preparar para a aula que eu ia ter depois.

Assim que cheguei no vestiário, vi minha mochila meio aberta e estranhei. Eu havia deixado ela fechada.

Fui até ela e a abri totalmente para ver. Lá, como eu esperava, encontrei mais um daqueles bilhetes.

" Queria poder sentir o seu cheiro, o seu abraço, o seu toque e ouvir sua voz doce todos os dias. - M "

- Gente! Isso não vai parar? Eu realmente quero saber logo quem me manda essas coisas. - Falo mostrando o bilhete a elas.

- O que é isso? - Clara pergunta confusa.

- A Emma tem recebido bilhetinhos anônimos a um tempo. - Lia diz pegando a roupa.

- Não são qualquer bilhetes, são bilhetes super românticos. - Mia fala.

- E não tem nenhuma ideia de quem seja? - Clara pergunta e eu nego com a cabeça.

Entrei na cabine novamente e troquei de roupa.

[...]

As aulas daquele dia não demoraram tanto quanto as de ontem. Geralmente nas terças que tenho educação física, a hora passa bem rápido.

Eu fui pra casa sozinha novamente e como ontem, o Luca passou por mim de bicicleta, porém não me olhou.

Em casa eu fiz a minha mesma rotina, almocei, estudei e pretendia ir na cafeteria mais tarde. Estava me arrumando pra isso quando alguém tocou a campainha.

Fui até a porta e me surpreendi ao ver o Eduardo na porta.

- Eduardo? - Ele sorri quando me vê.

- Ah... oi Emma! O seu pai está? - Ele pergunta.

- Está sim. - Respondo desconfiada. O que ele quer com o meu pai? - Pai! - O chamo e rapidamente meu pai aparece na sala. - O Edu ta aqui.

- Ah... claro! - Meu pai sorri. - E ae meu filho! - Meu pai aperta a mão do Eduardo.

- Aqui senhor. É só assinar. - Edu estende uma prancheta e uma caneta para o meu pai que a assina.

- O que ta acontecendo? - Pergunto e os dois sorriem pra mim.

- Vai lá buscar. - Meu pai fala e o Eduardo vai animado até a esquina e volta com o... O SAM!

- SAM!! - Grito me abaixando e o Sam vem correndo até mim. - Por que você trouxe o Sam? - Pergunto olhando para o Edu.

- Seu pai adotou ele. - Eduardo fala e eu olho para o meu pai.

- SÉRIO?? - Pergunto sorrindo e meu pai assente. - AI PAI! OBRIGADA! - O abraço e volto a mexer com o Sam.

- Ta bom, ta bom! Agora vai lá na sua cafeteria e deixa sua mãe aproveitar o Sam também. Quando você voltar você brinca com ele. - Meu pai fala e eu assinto sorrindo. - Ah... Eduardo, aproveita que vocês vão pelo mesmo caminho e acompanha a Emma pra mim.

- Não precisa pai.

- Eu faço questão. - Eduardo fala sorrindo e eu olho pra ele.

Dei um abraço no meu pai e depois sai de casa com o Edu.

- E então? Como vai a vida? - Pergunto e ele sorri.

- Muita correria. É difícil lidar com faculdade e estágios em dois lugares diferentes.

- Não vejo a hora de ter essa correria. - Sorrio imaginando quando eu estiver na faculdade. - A faculdade é legal?

- Ah... no começo é sim. Muito. Mas depois você acostuma e começa a virar só mais um lugar onde você se enche de coisas para fazer. - Ele sorri.

- Foi difícil fazer amizades?

- Na verdade, não muito. O pessoal é bem legal. - Ele sorri e eu percebo que já havíamos chegado na cafeteria.

- Aposto que você é afim de alguma menina de la. - Falo sorrindo maroto e ele sorri sem graça.

- Quem sabe ano que vem eu não seja mesmo afim de uma menina que fará veterinária lá. - Ele sorri. - Até mais Emma. - Ele me da um beijo na bochecha e depois sai andando.

Entrei na cafeteria e comprei meu chá e meu donuts.

Voltei rápido para casa e novamente não vi aquele senhor, eu ainda espero que ele esteja bem.

Naquela noite eu e minha mãe dormimos tarde porque ficamos brincando com o Sam. Não vejo a hora de comprar uma casinha pra ela. Enquanto ela não tiver, ela dormirá no tapete do meu quarto.

[...]

Acordei no mesmo horário no dia seguinte e dessa vez acordei mais animada, afinal o Sam me acordou.

Me arrumei rápido naquela manhã e novamente sai sem tomar café. Estou aproveitando que minha mãe não está pegando no meu pé para eu fazer isso.

Sai de casa apressada, pois pensei que estava atrasada, coisa que eu não estava, só que infelizmente fui ver isso só quando cheguei na escola e vi que a escola estava quase vazia.

Dei bom dia ao porteiro e fui encher minha garrafa. Depois disso fui seguindo o corredor para minha sala.

Antes de entrar na porta, vi que meu cadarço esrava desamarrado e me abaixei para amarra-lo. Quando fiz isso, comecei a ouvir umas vozes dentro da sala.

- Você não se cansa disso não?? Será que não entende que eu nunca vou gostar de você? - Era a voz do Luca.

- Você vai! É só questão de tempo. - Ouço a Carol.

- Não, eu não vou! E sabe por que? Por que eu AMO a Emma! Eu amo ela e isso você não pode mudar.

- Se conforma Luca! Você é meu! E se... se por acaso você pensar em querer contar pra ela, pode dar adeus ao nosso acordo!

- Você não entende né? Você não sabe o quanto é difícil ve-la todos os dias, sentar ao lado dela, ve-la indo embora sozinha e não poder falar uma palavra com ela.

- Você acostuma.

- Não Carol! Eu não vou me acostumar com isso! Você não sabe o quanto foi torturante pra mim ve-la ontem saindo com o babaca do Eduardo e não poder fazer nada.

- Hmmm Eduardo? Deixa ela com ele e fica comigo, viu? Que fácil.

- Você não vai conseguir me fazer gostar de você.

- Se conforma! Se não eu conto tudo para a diretora.

- Conta o que? - Entro na sala e eles me olham assustados.

- O que faz aqui??? - Carol pergunta.

- Aqui é a sala que eu estudo. O que acha que estou fazendo aqui?

- O que você ouviu? - Luca pergunta olhando pra mim.

- Acho que o necessário. - Respiro fundo. - E então, quem vai falar?

Carol bufa.

- Emma... - Luca se aproxima. - Nada daquilo que eu disse era verdade.

- Não conte a ela! - Carol fala.

- Cala a boca. - Luca olha pra ela furioso. - Eu não deixei de amar você. Eu não apostei nada com o Pedro e nem iludi você.

- Eu não estou entendendo. Por que inventou essas coisas então?

- Porque eu não podia fazer você perder sua chance de ir pra faculdade. - Ele fala e eu o olho confusa. - A Carol sabe que nós fomos no sótão aquele dia. E.... ela me disse que se eu não me afastasse de você e ficasse com ela, ela contaria a diretora. Se a diretora descobrisse, nós poderíamos até ser expulsos por isso! Você não teria sua carta de recomendação e não iria pra faculdade. - Ele fala e eu olho para a Carol que está apenas de braços cruzados no canto. - Eu preferi perder você, do que você perder seu sonho de ir pra faculdade.

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Continua...

O Aluno NovoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora