30_ Canteiro de flores

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Nós continuamos comendo e o Luca uma hora ou outra tentava me fazer " vontade " passando a carne na frente do meu rosto para ver se eu era vegetariana mesmo. Coisa que não funcionaria já que a última vez que comi carne eu devia ter uns 5 anos, então nem me lembro do gosto, o que significa que eu não me sentia tentada kkk.

- Mas e então, o que você faz aos domingos? - Ele pergunta.

- Geralmente nada. É meu dia de descanso dos estudos, apenas leio, passo o dia com os meus pais, vejo minha mãe pintar... essas coisas.

- Ah sim... e ... o que acha de nos vermos amanhã?

- Amanhã?

- É. Eu tenho três dias para te conquistar lembra? Não posso perder um domingão desses. - Ele sorri e eu como a última colher de comida do meu prato.

- Ainda está com isso? Eu pensei que depois que eu....

- Isso não muda. Eu ainda vou tentar te conquistar, e olha... eu te prometo uma coisa. Se ficar comigo, eu sempre vou tentar te conquistar, todos os dias. - Ele diz segurando em minha mão.

- Você saiu de algum dos meus livros? - Pergunto e ele ri.

- Você é que saiu dos meus sonhos. - Ele me da um beijo na bochecha e termina de comer sua comida.

Depois de comermos, todos lavaram seus pratos, até porque não sou empregada de ninguém pra passar o resto da tarde lavando prato de todo mundo.

Depois de sair da cozinha, vi um monte de copos e papeis aleatórios jogados no gramado perto do campo de futebol.

- Que palhaçada é aquela ali? - Acaba comigo quando jogam lixo no chão, seja na rua, em casa ou no sítio dos outros, o que é pior ainda.

Peguei uma sacola e fui até la catar o lixo. Eu nunca tive vergonha dessas coisas, sério, tem vezes que pego da rua mesmo e jogo no lixo, eu acho que todos devíamos fazer a nossa parte.

Assim que cheguei la, me abaixei no chão e comecei a catar.

- Isso não vai ficar assim. - Ouço a Carol atrás de mim e me levanto.

- O que não vai ficar assim? - Pergunto olhando pra ela.

- Eu disse que não desistiria do Luca! E eu não vou. Ele vai ser só meu, querendo você ou não.

- Boa sorte pra você então. - Falo me virando novamente para voltar a fazer o que eu estava fazendo, só que fui impedida pela Carol que puxou meu braço.

- Escuta aqui! Eu não to de brincadeira... você não sabe do que eu sou capaz de fazer. Só digo uma coisa... toma cuidado. Não vai ficar chorando quando o Luca te largar por mim não. - Ela diz com o dedo na minha cara.

- Será que você não entende que eu estou pouco me lixando para o que você quer ou sente pelo Luca?

- Não parece. Vive correndo atrás dele. - Ela cruza os braços.

- Não me lembro de correr atrás de ninguém não. - Sorrio pra ela.

- Vai se lembrar se continuar no meu caminho. - Ela vira as costas e sai andando.

- De nada por limpar o sítio do seu pai! - Falo debochada enquanto ela ia embora.

- EU NÃO TE PEDI NADA! - Ela grita nervosa e sai.

Se fosse por ela eu não limparia nada não, só estou fazendo isso porque realmente me incomodo.

Depois de catar todo o lixo e colocar na sacola, voltei la pra cima e os joguei na lata de lixo.

- O que a Carol queria com você? - Lia pergunta vindo na minha direção.

- Veio com aquele papo de novo de que não vai desistir do Luca e bla bla bla. - Rio e vou até a pia para lavar minhas mãos.

- Se essa garota te fizer algo, você me fala. Acabo com ela. - Rio com o modo que ela falou.

- Não se preocupe. Se tudo isso que o Luca me diz for verdade, acho que a gente consegue superar uma garota dessas.

- Se conseguirem se livrar da Carol, depois terão que se livrar do Edu. - Ela fala enquanto caminhávamos para a casa.

- O que tem o Eduardo?

- Ele gosta de você, o Luca sente ciúmes, será mais um impedimento.

- Não acho. Eduardo é mais sensato que a Carol... ele não faria algo assim.

- É... talvez. - Ela da de ombros e a gente abre a porta da casa.

- Emma? - Ouço alguém me chamar e olho pro lado. Lá vi o Luca escondido atrás da casa de chamando com a mão.

- Não vai entrar? - Lia pergunta e eu olho pra ela.

- Depois. - Sorrio e ela assente e fecha a porta. - O que foi? - Pergunto me aproximando do Luca.

- Eu quero te mostrar uma coisa. - Ele pega na minha mão e me leva por um caminho que tinha atrás da casa.

Seguimos por esse caminho que parecia nunca ter fim, não pensei que esse sítio fosse tão grande. Mas cara, pensa num lugar lindo. Era cheio de plantas diferentes, árvores e eu só ouvia o som da natureza, coisa que sou apaixonada.

- Seja lá o que você quer me mostrar, não chega nunca não? - Pergunto e ele ri.

- Tenha paciência.

- Estou tendo. Mas... mesmo se não for nada de mais, só esse caminho que você está me fazendo percorrer já vale a pena. - Sorrio e respiro fundo, o ar parecia tão puro.

- Chegamos. - Ele fala e eu olho pra frente. O que eu vi foi nada mais nada menos que um canteiro de flores bem colorido, com borboletas, beija-flor e muitas espécies de flores diferentes. Não era grande, mas era lindo de mais.

- Luca... como você achou isso?? - Pergunto e começo a analisar as flores de perto.

- Ah .... a Carol me disse.

- Que? - Olho pra ele.

- Não... não foi hoje. Naquele dia que fomos ao parque, ela não parava de falar de como o pai dela é rico, de como o sítio era incrível e de como ela odiava flores. Ai o pai dela deu a ela esse canteiro e ela ficou uma semana sem falar com o pai. - Ele ri.

- Nossa, que louca. Se eu ganho um negócio desses do meu pai, eu me mudo pra cá. - Falo e ele se aproxima.

- Eu achei que você fosse gostar. Mas... se a Carol aparecer aqui, ela vai ficar morrendo de raiva.

- Não é a primeira vez que me trás a um lugar proibido né? - Rio. - Podemos nos meter em confusão por causa disso ainda.

- Toda confusão vale a pena se eu puder mostrar o mundo a você. - Ele fala e me puxa para um abraço.

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Continua...

O Aluno NovoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora