44_ Ilha Estrelada

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Eu e Luca seguimos o caminho e eu percebi que estávamos saindo da cidade.

- Pra onde estamos indo? - Pergunto confusa.

- Você vai ver. - Ele sorri sem tirar os olhos da pista.

- Ta me sequestrando? - Rio.

- Bem que eu tenho vontade. - Ele sorri ladino e eu me encolho no banco um pouco sem graça.

Nós acabamos saindo da cidade onde morávamos e entramos em outra, a cidade vizinha.

- É aqui que você morava? - Pergunto olhando pela janela. Sempre passei por essa cidade quando viajava ou essas coisas, mas nunca prestei atenção de verdade nela, é uma cidade muito linda, é bem colorida na verdade.

- Sim... vivi aqui quase que minha vida toda. - Ele fala e nós entramos por uma rua onde eu nunca tinha passado, obviamente, só passava pela cidade porque era caminho.

- É tudo tão bonitinho aqui. - Falo ainda admirando a cidade pela janela. As casas eram bem coloridas, tinham muitas árvores e nós estávamos bem na primavera, o que fez com que muitas árvores ficassem coloridas também.

- É. - Ele fala e nós entramos em mais uma rua. Nessa dessa vez só haviam casas de um lado da rua, o outro lado havia uma calçada e logo depois um lago enorme que tinha uma ilha no meio. Luca parou o carro em frente a essa calçada e saiu do carro vindo direto abrir a porta pra mim. Saí do carro e olhei em volta. - Vem... chegamos bem em cima da hora. - Ele pega na minha mão e me puxa em direção a uma espécie de casa onde tinham umas pessoas e vários barcos, não exatamente barcos, eram canoas, eu acho... Não entendo muito de barcos.

Tinha um senhor sentado perto das coisas que vou chamar de canoa kkk e eu e Luca fomos até ele.

- Boa tarde! - Luca comprimenta o senhor.

- Boa tarde rapaz! Boa tarde mocinha. - O senhor sorri simpaticamente pra mim.

- Boa tarde. - Sorrio de volta.

- Uma pra dois, por favor. - Luca entrega um dinheiro para o senhor e o senhor nos leva até uma das canoas.

- O que vamos fazer Luca? - Pergunto baixo segurando em seu braço.

- Confia em mim? - Ele pergunta olhando pra mim.

- Confio mas... - Ele me interrompe.

- Então vamos. - Ele pega na minha mão novamente e entra na canoa.

Eu não sirvo pra essas coisas, sou muito desajeitada. Tenho quase certeza de que vou cair em alguma hora, seja agora ou na hora de voltar.

Luca se sentou na canoa e estendeu a mão pra mim. Olhei pra ele e ele riu da minha cara.

- Quer ajuda? - O senhor pergunta.

- Por favor. - Sorrio pra ele.

O senhor me ajudou a entrar na canoa e eu me sentei na frente do Luca. Notei também que tinham uns remos ao lado dele e ao meu lado.

- Ta pronta? - Ele pergunta segurando nos remos.

- Ce tem certeza disso? Com a minha força a gente chega lá até amanhã. - Falo pegando nos remos.

- Não Emma! Não to falando disso. Eu nunca ia te fazer fazer algo assim. - Ele sorri. - Eu remo até lá. Só queria saber se já tinha se acomodado. - Assenti segurando minha mochila com força. Do jeito que eu sou azarada, é capaz desse negócio virar.

Luca remou até a ilha que tinha ali e confesso que não demorou muito. Eu fiquei com pena de vê-lo remamdo sozinho, mas se eu tentasse ajudar eu acabaria derrubando os remos na água.

Quando chegamos na ilha, Luca saiu da Canoa e me ajudou a sair em seguida. Eu quase cai? Não, imagina!

Luca amarrou a canoa e só ai eu percebi que haviam muitas outras canoas ali amarradas.

- Vem. - Ele sorriu me dando a mão novamente e a gente seguiu por um caminho de pedras.

Quando olhei, eu simplesmente vi meio que um restaurante a céu aberto. Tinham várias mesas, garçons, pessoas comendo e pra finalizar, um pôr do sol incrivelmente lindo!

- Luca... - Falo ainda admirando aquilo.

- Esse é o restaurante do pôr do sol! É um dos mais famosos aqui da cidade, a ilha também é uma grande atração. O outro lado dela não tem luz, então da para ver perfeitamente o céu estrelado. Por isso o nome daqui é ilha estrelada - Luca fala e eu percebo que até agora não consegui parar de olhar em volta. Eu nunca iria imaginar que isso existia.

- Isso aqui é lindo de mais! - Falo admirando tudo e ele sorri pra mim.

- Vamos! - Ele segue até onde estava um moço de terno em frente a uma espécie de balcão.

- Boa tarde. - O moço diz.

- Boa tarde. - Eu e Luca falamos juntos.

- Nome?

- Luca Morgan. - Luca diz e o moço olha em algo em seu balcão.

- Ah sim! Sejam bem vindos ao restaurante estrelado - O moço diz saindo de trás do balcão e indo em direção a umas das mesas. Eu e Luca seguimos o homem até a mesa e nos sentamos. - O garçom já irá atendê-los. - Assim o homem sai.

- Não precisava disso tudo... eu... nunca pensei que fosse vir a um lugar tão lindo um dia. - Falo ainda olhando em volta.

- Eu achei que você merecia um lugar assim. Sei que você curte essas coisas clichês, românticas. - Ele sorri.

- Como sabe?

- É só ver os livros que você lê. - Ele ri. - Quero fazer o máximo que eu puder para te tratar como essas meninas dos livros que você lê são tratadas.

- Você me trata melhor do que elas são tratadas. - Sorrio pra ele e um garçom vem até nós e deixa dois cardápios. Comecei a olhar os pratos e me surpreendi ao ler o que tinha. Olhei para o Luca sem acreditar e ele sorriu pra mim. - É sério? - Ele assente sorrindo.

Todos os pratos no meu cardápio eram vegetarianos. Todos mesmo!

- Eu pedi para que fizessem especialmente pra você.

- Você está fazendo mais do que eu mereço Luca.

- Eu não acho. Minha Emma merece mais do que isso. - Ele sorri e eu coro.

Escolhi um dos pratos do meu cardápio e o garçom voltou para busca-los.

- Me fala mais de você, Luca. Sua família, eu só conheço seu pai. - Falo apoiando meu rosto em minhas mãos.

- Ah... er... eu não conheci minha mãe. - Ele fala num tom de voz mais baixo. - Ela morreu no meu parto.

- Ah... eu sinto muito. - Ele sorri meio fraco.

- Tudo bem. Eu só não costumo falar disso. - Ele diz olhando para o lago e depois solta um sorriso. - Eu moro com meu pai e meu irmão mais novo.

- Você tem irmão? - Pergunto confusa.

- Sim... é adotivo. Ele tem cinco anos.

- Ahh que gracinha! Eu gosto de crianças. Quero conhece-lo. - Sorrio pra ele.

- Não vai gostar mais depois de conhecer aquela peste. - Ele fala me fazendo rir.

- Que horror Luca!

- Mas é! Me deixa louco aquela criatura. - Luca fala e eu acabo rindo mais. - Mas já que gosta de crianças, vou deixar ele com você quando precisar tomar conta dele.

- Ahh aposto que ele é um amor. - Sorrio convencida.

- Quem é um amor sou eu. - Ele sorri.

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Continua...

O Aluno NovoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora