O mistério de Grace

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Minha manhã de segunda passou voando, quando vi aquela pilha de projetos em cima da minha mesa para liberar, pensei que não chegaria à metade até o final do dia, mas quando olho para o relógio em minha sala vejo que já é 13:00, e minha pilha de papéis já reduziu dois terços.

Separo a pilha de projetos já aprovados para entregar para Adam - que atualmente é o gerente do RH, que eu tive uma amizade mais verdadeira depois do meu acidente na frente da balada do seu irmão, há dois anos atrás.

Pego minha bolsa e no caminho dos elevadores recebo uma mensagem da minha amiga:

Lis linda do seu coração diz: Ei gata, não esquece que vamos almoçar juntas, estou com vontade de comer um barco de sashimi e um bolo de chocolate depois.

Eu: Nossa que fome específica, adoro sushi. Te encontro em cinco minutos no Sushi Bar na frente do Hospital.

Cheguei no local e minha amiga já estava sentada e sinalizava para mim. – Já pedi nosso almoço e um suco de amora para você.

- Fico feliz em saber que se algum dia eu não puder mais, você poderá tomar minhas próprias decisões. – Ela faz uma careta para mim e balança a mão no ar.

- Não reclame, nossa estou morrendo de fome, você não imagina o quanto.

Eu realmente não imaginava, pois quando um barco, que mais parecia o Titanic chegou com várias opções de peixe eu não sabia como aquilo poderia caber dentro de duas pessoas. – Caralho.. Isso tudo é fome? Você está alimentando mais alguém?

Ela estava colocando o terceiro sushi na boca, quando parou de mastigar e me encarou por alguns segundos. – Você está? – Ela engoliu e tomou um gole da água e me deu um sorriso sem graça.

- Surpresa?! – Ela dizia meio sem graça, e voltou sua atenção para a comida.

- Eu sabia que você estava estranha! Grávida, meu Deus vou ser titia, e o Felippe vai ser pai, espere ele não me falou nada. – Eu a encaro, e ela desvia o olhar.

- Não me olhe assim amiga, eu queria ter certeza antes de contar.

- E hoje você tem?

- Sim, na verdade teria total certeza a tarde, e..

- E..?

- Nada, eu pensei que talvez eu teria uma surpresa maior, mas a chance são minúsculas.

- Do que você está falando? – Eu encaro sua barriga e nossa comida. - Elisa quantas sobrinhos você está me dando?

- É só uma especulação, esqueça. E agora coma.

Depois do almoço, me despeço de Lis, passo no banco para fazer alguns depósitos e volto para o escritório. Passo pelo meu irmão no caminho e penso nele como papai, ele vai ser o papai mais babão e ciumento que eu possa imaginar. – Sonhando acordada maninha?

- Que?

- Você estava sorrindo enquanto me olhava, é sobre o admirador secreto?

- Admirador? Do que você está falando?

- Chegou um pacote misterioso para você, deixei na sua mesa.

- Ok, obrigada.

Chego à minha mesa e há um envelope grande e aparentemente cheio. Resolvo abrir o pacote e dele sai uma carta e um ursinho que parece vir de um mobile, é um Pégaso branco um pouco sujo e surrado, mas inteiro na medida do possível.

Pego a carta que caiu do envelope junto com o Pégaso, e cambaleio me apoiando na mesa, a carta tinha a mesma assinatura que eu vi ontem à noite, e a mensagem me deixa mais confusa e intrigada do que aquela endereçada para Grace.

Mr. Fuffly sente sua falta

N.M.

Olho novamente para a pelúcia na minha mão – Mr. Fuffly? – Alguém vai encontrar Grace e ela tinha perdido o Fuffly, até aí algo ainda fazia sentido. O que não se encaixava, era porque eu recebia estas cartas?

Então minha porta abre e eu caio na minha cadeira com o susto. – Meu Deus Adam você quase me mata do coração.

- Desculpe Clara, não era minha intenção.

- Tudo bem, o que você precisa? Veio buscar os projetos aprovados?

- Não, na verdade vim lhe apresentar sua nova estagiária. – Uma moça ruiva, toda sorridente entra na minha sala. – Clara, essa é Grace Wespianski Adams, Grace esta é Clara Evans sua chefe e uma das donas da Design & Art. – Ele acabou de falar Grace? Eu olho para a carta novamente e para a menina na minha frente, o que diabos está acontecendo?