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Aryana

Há dois dias atrás o celular da Clara vibrou com notícias do último caso que tínhamos em mãos, o que eu estava apostando tudo para no final a mensagem ser:

"Oi Clara, a pista do caso que você me deu só levou a mulher que perdeu a filha e morreu há anos e o pai foi internado em uma clínica."

A cabeça de vento da minha namorada acatou a informação e se voltou para estaca zero, já que mais nenhuma carta havia chegado e nada havia acontecido, porém eu sei que um assassino silencioso só pode ser sinônimo de problemas e dos grandes, nada é certeza que ele matou alguém. Mas como um mero civil teria tantas informações sobre alguém e grande propriedade para ameaçar o mesmo sem medo? Assassino, e um assassino que já tinha tudo orquestrado, sendo assim enquanto Clara baixava a guarda eu levantei a minha e dei o meu jeito por informações, porque eu não vou dormir tranquila até saber quem teve coragem para me chamar para uma roleta russa sem saber meu histórico familiar, mas aparenta saber todo passado de Clara. A pessoa não era burra, mas se o foco dela era Clara, porque arriscar ameaçar terceiros?

— E aí princesa, deve estar nervosa – Max me chame me fazendo voltar a realidade.

— Só feliz, muito feliz.

— Olga merecia essa cirurgia, e o melhor é saber que será você realizando.

— Sem pressão.

— É só um transplante, vou estar do lado de fora te esperando para comemorar.

— Espero que esteja com um chocolate quente com tudo que tenho direito.

— Deixa comigo, boa cirurgia.

— Boa sorte no PS – ele sorri de canto, porque o pronto socorro é sempre um inferno e geralmente não gera nenhuma cirurgia, só uma pilha de exames e o dobro de cansaço.

Depois de quase um ano Olga conseguiu um transplante de rim, e a minha alegria ao descobrir foi proporcional a dela de receber, eu estava nervosa, isso era um fato. Por mais que não fosse a mais complicada cirurgia que fiz, tudo parecia maior sendo alguém tão próximo.

Dr. Andrés o médico responsável por trauma me deixou fazer a cirurgia toda desde que ele participasse supervisionando, e ocorreu tudo bem, assim como Max tinha me segurado, eu já estava indo pegar meu jaleco e indo procurar meu amigo e meu chocolate que foi prometido com a notícia que o órgão novo da Sra. Olga estava sendo muito bem recebido e tido recebido uma nota ótima pela cirurgia.

Apesar do caos que minha vida está, as vezes pequenos momentos podem apagar o caos e te fazer muito feliz, feliz o bastante para se permitir esquecer os problemas da vida, e tenho certeza que não há sensação melhor.

Depois de passar pela recepção e não ver nenhuma sombra do meu amigo, resolvi ir atrás do meu ganho sozinha, ao chegar na barraca de Henry vejo sua filha sorrindo e se esticando para para preparar algo.

— Boa noite Mariah.

— Boa noite Ary, Max passou aqui mais cedo e deixou pago um capuccino da felicidade para você.

— Mas ele me prometeu um chocolate quente.

— O capuccino vai te deixar feliz .

— Eu duvido que o chocolate não faria o mesmo efeito, mas manda esse tal capuccino feliz. – Em questão de dois minutos tenho capuccino com creme de avelã, café, chantilly e pedaços de chocolate bem fumegante na minha mão. – Falando nele, faz tempo que ele passou aqui?

— Na verdade acho que sim, ele só veio pegar um expresso e pagou seu capuccino, acho que o PS está bem cheio hoje. – Tomo um gole do meu capuccino e entendo pq tem felicidade no nome e Mariah percebe minha cara me lançando um sorriso com " eu te avisei".

O mistério de GraceOnde as histórias ganham vida. Descobre agora