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Não sei vocês, mas eu já roí todas minhas unhas por notícias da Clarinha, e como eu não sou má, vamos logo a este capítulo.


Clara

Dizem que quando você está prestes a morrer, sua vida passa como um filme na sua mente, não foi o meu caso, já que eu estava bem viva. Apenas muito dolorida, quando eu alcancei metade da escada eu tinha certeza que havia algo ou alguém o topo dela, a casa estava totalmente abandonada, pensei comigo mesma, agora eu estou vendo até fantasmas. Não foi o caso já que não estamos em um episódio de Scooby-doo e porque o vulto perto de mim que fez eu cambalear nos meus próprios pés e cair dramaticamente até o fim da escada, tinha falado.

Eu não estava quebrada, mas não tinha a menor vontade de me mexer, em algum momento o meu corpo iria começar a doer e eu iria sair do torpor que entrei, até esse momento acontecer, apenas escutei a conversa de Aryana e a pessoa acima de nós.

- Quem é você? - Ary questionou, enquanto colocava dois dedos seus em meu pulso. Eu não me atrevi abrir os olhos, mas sentia que seu olhar não estava sob mim.

- Eu poderia fazer a mesma pergunta.

- Eu respondo a sua, caso responder a minha.

- Me chamo Nadia Murphy. - Nadia? A mulher que matou o marido era a mesma do topo da escada? Neste momento tentei abrir os olhos, mas os fechei novamente pela sujeira que havia em torno de mim.

- Me chamo Ana Razo. Viemos aqui para saber sua história.

- Porque? Vocês trabalham para a polícia também? Já contei tudo a eles.

- Eu sou médica, na verdade.

- E a menina desastrada?

- Cantora.

- E porque uma cantora e uma médica tem interesse na minha história?

- Fomos ameaçadas, e a pista chegou até aqui, você tem uma filha. Não tem, senhora Murphy?

- O que querem com Annie? - A Mulher diz gritando e aparentemente descendo as escadas.

- Nada, só queremos entender o que aconteceu naquela noite. - Eu abro meu olhos novamente e desta vez consigo apoiar meu corpo em algo e encara a mulher.

- Você matou seu marido por auto defesa. - Não foi uma pergunta que eu fiz, mas mesmo assim ela me respondeu com um sim.

- Ele ia matar Annie!

- Entendo, e hoje Annie está segura. - Continuo afirmando e a encarando, enquanto Ary me ajuda a levantar. A mulher parece bem mais velha que sua idade, envolta em um casaco escuro e seus cabelos brancos misturados a um mais escuro.

- Exato, ela está no jardim.

- No jardim? Não há ninguém lá fora. - Ary diz de forma calma e delicada. - Clara, acho melhor irmos embora. - Ela cochicha perto de mim, e andamos lentamente até a porta.

- Obrigada por esclarecer sua história, desculpe se a incomodamos, não era nosso objetivo. - Eu disse puxando minha colega de investigação, porta a fora.

- Vocês procuraram embaixo da terra? - Ao dizer isso, nós duas demos meia volta já na soleira da porta, sem acreditar em sua pergunta.

- Matou sua própria filha? - Perguntei por fim.

- Não.- Ela disse levantando o braço e parecia ter um martelo em mãos, sujo de sangue seco e um pouco enferrujado do tempo. - Ela o fez, eu apenas a enterrei.

- Sinto muito pela sua perda.

- Sente? - Perguntou, mas logo percebi seu olhar. - Claro que sentimos.

- Eu também sinto muito... Tinha gostado tanto de vocês, mas não posso deixar vocês irem embora e contar sobre esta noite.

A senhora tentou jogar o martelo, mas eu fui mais rápida fechando a porta e correndo até o carro com a mão de Aryana na minha. Assim que chegamos no carro e ouvi as portas serem fechadas, apenas acelerei até meu coração voltar as batidas normais. - Acho que agora podemos excluir Nadia da investigação.

- Você acha? Na próxima investigação eu farei as pesquisas.

- Tudo bem, sobre a próxima, única pista que temos é que a filha do casal tem minha idade e se chama Elizabeth Grace.

- Certo, e outro arquivo, achou algo?

- Ainda não, apenas sei que meu pai foi o último a analisar antes de ser arquivado, porém tem quase nada de informação.

- Veremos, um de cada vez. Agora eu só quero um banho e minha cama.

- Concordo plenamente.

- Mesmo que não concordasse, é isso que faríamos.


Ufa.. essa foi por pouco.

Pelo menos estão ambas vivas, eu só fico imaginando as teorias que criam em suas mentes.

Até a próxima, e não esquece da estrelinha.

O mistério de GraceWhere stories live. Discover now