Capítulo 23: Jon Winterfell (presente)

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Eles estão deitados na cama, não querendo se levantar.

Relutantes em perturbar a paz a que se apegam.

Recusando-se a enfrentar o que hoje implica.

A última caravana está saindo hoje. O rei da noite poderia chegar a qualquer dia ao Muro e não poderiam arriscar a vida daqueles que não podiam mais lutar. O povo teve que sair.

E o filho deles com eles.

Era inevitável, sempre fora. Mas esse era o filho deles, o bebê deles, a única coisa que ansiavam mais do que tudo desde o retorno e agora tinham que mandá-lo embora. Para mantê-lo a salvo da morte que certamente virá, ele precisava sair e ir para Kings Landing.

Eles sabem disso, mas os estava matando.

Ele sorri enquanto observa Dany brincar em silêncio com Aemon. Seu garotinho tenta ao máximo pegar o pequeno brinquedo que sua mãe segura acima dele, cada vez que mal o faz. Nenhum dos dois conseguia dormir realmente sabendo que era o último dia com o filho, então eles o pegaram e o colocaram entre os dois, apenas levando-o e memorizando todos os recursos que podiam. Dany sorri para o filho, quando o bebê começa a tagarelar e ele jura que poderia passar o resto da vida assistindo isso.

Mas ele sabe que está ficando tarde, que eles precisam sair da cama e se preparar. Com um olhar para sua esposa, ele sabe que ela também sabe.

"Precisamos nos levantar, Dany", diz ele, tentando ao máximo manter sua voz trêmula.

Seus olhos começam a lacrimejar e ela balança a cabeça.

"Mais uma hora", ela pergunta, enquanto sua voz treme. "E outro depois disso."

Ele estende a mão sobre a cama e coloca a mão na bochecha dela, passando o polegar por ela.

"Eu gostaria de poder dar todas as horas do mundo com ele. Que possamos mantê-lo aqui conosco, mas não podemos, amor."

Se houvesse um lugar seguro em Winterfell, as coisas seriam diferentes. Eles poderiam cercá-lo de soldados e até colocar Ghost e Viserion como protetores. Mas apenas a lembrança do que aconteceu nas criptas e a quantidade de mortos dentro do castelo no final da batalha arruinou qualquer possibilidade de o filho ficar.

Suas lágrimas começam a cair quando ela se permite esse momento de vulnerabilidade.

"Eu não posso", ela soluça enquanto acaricia carinhosamente a cabecinha dele.

"Devemos, Dany", sua própria voz chamando.

"Se cairmos ... ele não se lembrará de nós, crescerá sozinho, como nós, sem saber o quanto o amamos."

Ela está certa. Ele não se lembrará deles, assim como eles não se lembraram de suas próprias mães ou pais. Ele sabe que eles escreveram cartas. Cartas que lhe serão dadas, caso não sobrevivam. Mas esses não serão suficientes. Não é para uma criança que deve ser criada como rei e só se perguntará por que seus pais não estavam em sua vida.

"Ele saberá. Ele já sabe", ele tenta tranquilizá-la. "Missandei, Olenna, os Dothraki, eles o lembrarão, garantirão que ele saiba ser um dragão, como sobreviver no sul e ser o maior rei que ele pode ser."

Ela assente, dizendo que percebe essas coisas, mas ainda dói.

"Venha, amor, nós ... precisamos nos preparar", diz ele e com um aceno de cabeça, ela concorda.

Ambos se levantam da cama, Dany gentilmente tomando Aemon em seus braços, colocando um beijo em sua cabeça. Ele se prepara o mais rápido possível, querendo perder o menor tempo possível. Quando ele termina, ele pega Aemon de Dany para permitir que ela se arrume.

Segunda Chance (Tradução)Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ