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Meses antes.

Tom Holland estava num café, bem isolado da cidade, onde ele costumava ir com freqüência em New York, desde que começaram as audições do seu novo filme. O lugar era relativamente grande, ficava localizado numa esquina, em uma rua pouco movimentada, era feito de madeira, todos os moveis eram assim, a entrada era pequena, quase impossível passar duas pessoas ao mesmo tempo ali. Estava sentado quase que no fundo do lugar, nas ultimas cadeiras, era possível ter a visão completa de quem entrasse ali mas era difícil perceberem sua presença do lugar onde estava. Enquanto tirava um tempo pra si, mexendo no celular e bebendo seu café puro com suas duas rosquinhas, Tom viu uma mulher alta, com os cabelos escuros, ondulados até um pouco abaixo dos ombros, estava com óculos de sol, uma calça cós-alto preta, um salto fino da mesma cor, e uma camiseta básica de alça branca, ficou com o olhar estagnado o tempo todo nela, mal conseguia prestar atenção no que acontecia a sua volta, ela transparecia um poder e um mistério surreal. Não conseguiu fazer muita coisa, além de observá-la por um longo período de tempo. Observou ela pedir um cappuccino, foi o que conseguiu ouvir, e observou ela sentar, tirar os óculos, e dar uma checada em sua volta até que seus olhos encontrassem com os dele, se encararam por alguns segundos, os olhos dela eram tão escuros quanto o cabelo, a boca vermelha, a pele não tão clara com sardas fizeram com que ele perdesse os sentidos, ela não desviou o olhar até que ele ficasse constrangido quase derrubando o café que estava em suas mãos, ela riu baixinho e ele percebeu. Seu sorriso era lindo assim com ela era.

Ficaram um bom tempo ali, ambos demoraram terminar seus pedidos, ele não queria ir embora antes dela e deu graças a Deus dela não ter ido embora tão rápido também. Assim que viu a moça que estava vidrado levantar, copiou seu gesto, indo em direção a ela, foram em direção ao caixa, ele numa distancia segura para não tropeçar, cair, ou passar qualquer vergonha na frente dela.

— Vou pagar um cappuccino, que acabei de pedir, quero levar mais um com um pouco mais de açúcar pra viagem por favor. — Tom ouviu a voz da mulher que estava encarando, ela não era doce, nem parecia ser ingênua, sua voz soava mais grossa, com mais poder, assim como sua aparência transparecia. — É a primeira vez que te vejo aqui, e olha que venho com uma certa freqüência. — ouviu ela continuar e percebeu que estava falando com ele.

— É... sim, hum, quer dizer... — disse gaguejando — não é a primeira vez que venho, mas também a primeira vez que te vejo. — continuou, tentando manter uma postura que definitivamente não existia naquele momento. — não costumo vir nesse horário, na verdade. —O relógio apontava 16h15.

— Temos um porquê, então, geralmente venho depois das 15h, é um bom horário. Quase não tem ninguém. — disse, sem olhar para ele.

— Eu geralmente venho de manhã, antes de ir pro meu trabalho.

Ela não respondeu mais nada. Pagou os seus pedidos e pegou o segundo cappuccino que restava, que levaria pra viagem.

— Posso perguntar seu nome? — Tom arriscou, nervoso, sem saber da resposta, antes que ela pudesse sair pela porta.

— É Jessica. — ela parou e virou de frente pra ele, se aproximando mais um pouco, com os olhos fixos no dele.

— Prazer, Jessica, o meu é Thomas. — ela deu um sorrisinho de lado, sem responder nada, ainda parada ali. — Nos vemos de novo aqui amanhã? — continuou.

— Quem sabe. — respondeu, por fim, dando uma piscadinha e saindo pela porta, sem dar qualquer chance se quer para Tom dizer mais alguma coisa.

Tom ficou parado ali, por alguns segundos, parecia que aquela mulher tinha levado sua alma junto com ela depois de ter encarado ele. Ela tinha um ar de mistério, o que deixou ele curioso ainda mais pra descobrir quem ela era.
Ele passou a ir lá todos os dias, depois das 15h e esperar até 16h30. No dia seguinte, sem noticias dela por ali, nem no outro, nem no próximo depois desse, nem naquela semana. Depois de todos esses dez dias sem ela aparecer naquele café, ele decidiu perguntar pra moça da recepção se ela tinha idéia de quem aquela moça era.

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