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04 meses depois.

Era dia do encontro com o misterioso ator que faria o homem-aranha, quem ela trabalharia pelos próximos meses assessorando. Não fazia ideia de quem era, filmes de super-heróis e esse tipo de gênero dos filmes não faziam muito seu estilo, não acompanhava desse mundo da Marvel, ou sabe lá como eles chamam esse tipo de coisa, estava curiosa para saber quem era, obviamente, queria saber quem seria seu cliente nos próximos meses, até pediu pra que sua amiga Marianne pesquisasse pra ver se achava alguma pista de quem poderia ser, mas ficou sem resposta, eles eram bons nisso quando não queriam vazar nenhuma coisa. O sigilo em relação a sua parceria com eles permaneceu tão secreto quanto, já havia semanas que eles tinham conversado sobre isso e não teve nada a respeito desse assunto em nenhum site, nenhum jornal ou noticiário. 

Vez ou outra ela se lembrava do garoto que tinha conhecido na cafeteria, até pensou em tentar ir atrás ele pra conseguir marcar alguma coisa, como amigos, apesar de todas as provocações, ele seria alguém legal para manter por perto pros dias de tédio, ela era anônima pra ele, isso era bom, não sabia do seu dinheiro, nem de como as coisas funcionavam na vida dela, essa era razão, talvez, de terem se dado bem logo no primeiro dia. Uma pena ter acabado logo por ali, já que ela não fazia o tipo de correr atrás de alguém, e ele, com certeza, não conseguiria alguma forma de achar ela.
Tom sempre pensava na mulher que tinha feito seus sentimentos ficarem do avesso, sempre relembrava do único momento que teve próximo dela, no caminho pra sua casa, em sua moto, onde seus braços envolviam a cintura dela na mesma força que a moto dela fazia pra correr estrada a fora, a coragem e adrenalina misturados nas vezes em que ela o convidou para subir atrás dela, eram sensações boas de se sentir. Também conseguia se lembrar com frequência do seu sorriso, da voz, do seu jeito de querer sempre estar no topo, no controle de tudo em sua volta, de se sentir superior, isso, na real, era um charme — ele achava, no fundo sabia que por trás daquela postura dominante toda, existia alguém sensível o suficiente para se envolver o suficiente com alguém e deixar tudo isso de lado. Mas não sabia se ele seria a pessoa capaz de ver quem ela poderia ser por trás daquela capa. Sempre sentia seu corpo estremecer quando se lembrava das suas conversas, e estremecia ainda mais quando lembravam das que ele estava no controle, ela era boa nisso, de manter as pessoas aos seus pés, mesmo que inevitavelmente.

➴ 

A reunião estava marcada para as 09h da manhã, era uma terça-feira, e aconteceria em seu escritório. Tom Holland e seu responsável de imprensa chegaram pontualmente, ao estacionarem no local marcado, nem chegou a reparar direito no nome da empresa, e muito menos tinha conseguido associar o nome Roberts Business com o sobrenome de Jessica. A parte burocrática dos negócios sempre ficava para Travis, ele fazia a parte mais divertida. Ainda bem.

Telefone toca, era Marianne para avisar que eles teriam chegado na recepção. Ela não fazia ideia das conversas e do encontro que sua amiga havia tido meses atrás, Jessica não chegou a contar para ela porque não tinham se encontrado, ela viajou para visitar sua família, e voltou somente a tempo para dar uma força para a amiga na reunião de hoje, portando, não fazia diferença a presença de Tom ali. Ainda.
Jessica responde e assente por telefone que eles já podem subir, pede para que o acompanhem até sua sala, onde ela estaria esperando.
Ela ouve o barulho do elevador, que ficava bem próximo a sua porta, por isso sempre sabia quando teria alguém para ela receber. Ao ouvir as batidas na porta, se colocou de pé para receber o novo astro com quem trabalharia e o Travis, com quem contara por telefone para realizar o novo trabalho.
O que Jessica não imaginava era veria Thomas atravessando a porta. Seus olhos se encontraram e eles se encararam por alguns segundos, ela conseguia ver a surpresa misturada com algum tipo de felicidade e alegria por vê-la nos olhos dele, o reencontro tinha sido completamente fora do que eles teriam imaginado, tentou relembrar rápido entre suas memórias alguma coisa que fizesse ela se tocar que ele tinha dado alguma pista de quem ele poderia ser, mas falhou ao não conseguir se lembrar de nada muito importante. Mas não falaram nada. Jessica arregalou os olhos, surpresa com quem estava disposto ali na sua frente, era o mesmo cara com quem flertava na cafeteria, quem levou para sua casa. Respirou fundo, sem saber o que fazer com aquela situação, não sabia o que realmente deveria fazer, muito menos Thomas. Não sabiam se se cumprimentavam e deixavam claro que já haviam se encontrado antes, o que pareceria bem estranho e bem provável que depois, Travis iria gostar de saber de toda história, ou se fingiam que o que aconteceu semanas atrás jamais aconteceu.
A segunda opção pareceu mais viável para Jessica, que ignorou completamente a presença do garoto ali, se dirigindo primeiramente à Travis.

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