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Antes do filme acabar, depois do beijo, do carinho, do afeto, Jessica adormeceu nos braços de Tom antes que ele pudesse perceber, tentou chamar ela pra dizer alguma coisa mas quando viu ela com o rosto apoiado na sua pele, com a respiração calma, o rosto sereno sem aqueles olhar desafiador, foi incapaz de tirá-la daqui, mesmo sem conseguir dormir ou se mexer, ele queria estender aquele raro momento pelo tempo que conseguisse.
Muitas coisas passaram pela sua cabeça, estava tão confuso e queria perguntar pra ela se tudo estava tão complicado em sua mente também, mesmo sabendo que ela fugiria da resposta. Era complexo lidar com aquela situação que nem ele mesmo entendia, sentia muito mas não era capaz de explicar o que sentia com uma palavra se quer, tinha seu coração em guerra com sua mente a todo instante e não sabia como selar a paz entre eles. Estava completamente envolvido no desejo, na luxúria que entrelaçavam os dois quando estavam juntos, era um jogo de vontades, provocações que fizeram com que ele perdesse a cabeça, pensava que seria só sexo, era isso que os dois haviam prometido pra si mesmo. Quem ceder primeiro, perde. Era isso até tudo sair do controle. Depois do desejo o que sobrava entre eles era o carinho que sentiam um pelo outro, a vontade de ter a companhia no fim do dia, mas ao mesmo tempo que sentiam isso de uma forma avassaladora, eles negavam na mesma intensidade. Jessica negava com todas as forças que tinha. Depois do seu ultimo término e depois de todas as relações complicadas que teve no meio do caminho até chegar a Tom, ela jurou pra si mesma de que não se envolveria mais, não tão cedo, se divertiria mas sempre seria focada na carreira, na empresa. Não era capaz de deixar o orgulho de lado nem por um segundo e dar o braço a torcer pro cara mais inevitável que apareceu na sua vida. Era mais novo, artista e bagunçava todos os seus pensamentos mais certeiros, testava seus limites, provocava até o último segundo, e no final tinha ela em suas mãos, não sabia como ele era capaz de fazer tudo isso e ela não sabia como não se entregar, no final, ao ouvir sua voz chamando-a de princesa, sabia que seria incapaz de dizer não.

Tom tinha um mês para mostrar para Jessica de que a ideia que ela tanto detesta talvez não seja tão ruim quanto ela pensa, ele sabia que no fundo não poderia criar muitas expectativas, não quando se tratava dela, era arriscado demais ele se jogar de cabeça por alguém que era tão instável e inevitável, mas ainda assim, por algum motivo ele ainda queria tentar, queria mostrar que existe algo dentro dele que pode ser bom pra ela de alguma forma, em um mês.

Depois de um tempo sentindo ela quieta, dormindo ali em seus braços, ouviu sua respiração ficando em um ritmo diferente, se mexendo, ela tinha acordado, abriu os olhos e encontrou os dele que olhavam atentos pra ela com um sorriso.

— Oi, princesa... você dormiu bastante, hein? Meu braço ficou até dormente. — o rosto de Tom se abriu em um sorriso largo e sincero.

— Sério? Nossa, desculpa! Não era pra eu ter dormido no seu braço assim, peguei no sono sem querer.

— Não tem problema, princesa, eu não me importaria de sentir meu braço dormente se eu pudesse ter você deitada assim comigo todos os dias.

— Que mentira. — ela não conseguiu conter um sorriso tímido, feliz com que tinha acabado de ouvir, foi se afastando e se levantando em direção ao banheiro, pegou a toalha que estava por perto, tirando as roupas. — vou tomar um banho, tenta não me espiar pela porta entreaberta, viu?

— Vou tentar, você sabe que sempre foi difícil pra mim ficar longe de uma mulher bonita, como você.

— Eu sei disso. — quando terminou de falar, estava na porta com a toalha enrolada em sua cintura, seminua, conseguia sentir os olhos de Tom encarando ela de longe, fechou a porta atrás de si com o coração acelerado, aquelas provocações estavam tomando rumos mais difíceis de resistir pra ela.

Já era noite, as horas passaram rápido demais, mais do que eles poderiam ter notado, ela saiu do banho com a toalha amarrada em seu corpo enquanto Tom estava deitado na cama mexendo no celular.

love is a losing gameWhere stories live. Discover now