Nada que uma boa conversa não resolva. Posso ter sido dura com os pais da Kauany, só que não seria tão fácil convencê-los de que Nova Iorque seria incrível para minha amiga. Bom, na verdade, foi necessário convencer apenas a mãe da garota, porque o pai já estava ciente da oportunidade brilhante.
Nosso papo foi sério e rendeu o apoio deles na decisão da filha. Confesso que fiquei feliz por ela, mas desde sua partida, a saudade só aumenta.
Sendo assim, decidi permanecer em Florianópolis e seguir meu caminho por aqui mesmo, ao lado da família. Não seria legal voltar pra São Paulo, e penso assim porque não me encontrei em outra cidade.
Hugo ficou alguns dias comigo. Mostrei a cidade pra ele, andamos por um monte de lugar, aproveitei mais ainda o momento ao lado do meu amigo porque ele tinha que voltar para casa. Ele é de São Paulo mesmo, e só está a passeio.
Deveríamos ter voltado com a Kauany, mas a vontade de ficar e aproveitar os dias falou mais alto. Felizmente, Fábio concordou com a ideia.
— Sabe o que seria mais legal? — lançou Hugo. — Se a gente passasse mais tempo aqui.
— Concordo plenamente, mas tenho que retomar a minha vida, arranjar emprego e ver o que quero pro futuro — falei.
Não nego de jeito algum o quanto é chato ter que pensar no amanhã, só que é necessário se planejar.
A maioria dos meus amigos costumam me rotular como uma garota que só quer curtição, e sinceramente, acho que a vida é uma festinha, sim. Poxa, as pessoas ficam reclamando o dia todo, ficam esbanjando rancor parte do tempo, e isso parece ser chato. Tem que aproveitar cada instante e apreciar o que se está à disposição, é nisso que acredito. Nada mais justo do que compartilhar um sorriso, coisas boas, e não ficar espalhando estresse por aí.
Costumo dizer que a vida é uma festa, e aqueles que só vivem estressados, reclamando, são considerados os penetras (sim, minha mente funciona dessa forma). Claro que nem sempre estamos dispostos a aturar certas coisas, mas enfim... tem que se controlar!
— Já sabe qual caminho seguir? — perguntou Hugo, prestes a tomar um gole de seu suco de morango.
Estávamos em uma lanchonete perto da minha casa, e aproveitamos para descansar bebendo algo.
O ambiente era climatizado, com música de fundo e uma equipe animada atendendo. Até que curti o local, apesar de não conhecer muito bem, pois já faz algum tempo que não frequento esses tipos de lugares em Florianópolis.
— Sinceramente, estou bem perdida — respondi, dando um gole em meu suco de limão com hortelã. — Primeiro, vou arrumar um emprego, e depois, vejo o que faço.
— Pensa em faculdade? — questionou ele.
— Talvez... Não tenho o perfil de universitária.
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Confissões de uma garota que acha que a vida é uma festinha!
Teen FictionLonge da família, nada parece fazer sentido, e o amadurecimento se transforma com o tempo. As responsabilidades estão nítidas dessa vez, e os dilemas passam a ser outros - mais complicados, talvez. Logo de início, Kauany narra as suas experiências e...