Longe da família, nada parece fazer sentido, e o amadurecimento se transforma com o tempo. As responsabilidades estão nítidas dessa vez, e os dilemas passam a ser outros - mais complicados, talvez.
Logo de início, Kauany narra as suas experiências e...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Acordei sonolenta, bocejando o tempo inteiro, e quase que os cinco irmãos se atrasaram para a escola. Foi uma correria tremenda fazer com que todos estivessem dentro do horário. Quase todas as manhãs é assim, mas esse dia já estava sendo agitado demais, e intenso.
Sobre a noite passada, até que consegui dormir bem após ter levado Celina embora. Felizmente, a garota mora perto, e não foi tão cansativo assim.
Faltando alguns minutos para as crianças saírem, ouvi outro berro da minha mãe vindo da cozinha. Deixei Shaira, Mavi e Ernesto aguardando na sala de estar, e fui correndo enfrentar a primeira confusão do dia na maior "empolgação" (só que não!).
— O que houve dessa vez? — perguntei, entrando na cozinha às pressas.
— Minha filha! Preciso de água! — disse dona Agnes.
— Por quê? O que houve? — pedi explicações.
— Estou vendo tudo em dobro! Tenho que ir ao médico com urgência.
Como assim? Do que ela estava falando? Bom, tudo ficou mais esclarecido quando avistei os gêmeos perto da pia, com medo e cara de espanto.
— O que os dois fizeram com a minha mãe? — questionei, com os braços cruzados e demonstrando total autoridade.
— Nada! — disse Nícolas. — Eu apenas cheguei aqui e falei com a sua mãe. Depois, ela se virou, viu o Bernardo e ficou berrando desesperadamente. Só não entendi o que fez ela agir dessa maneira.
Comecei a coçar a cabeça, franzi o cenho e tentei encontrar alguma maneira de entender o que acontecera. Foi difícil decifrar todo o ocorrido.
— É que eu vi dois garotos idênticos — justificou dona Agnes, dando um gole no copo de água e continuando a explicação em seguida: — Na minha frente, tinha uma pessoa, e quando olhei pra trás, vi o mesmo garoto! Como explicar isso, minha filha?!
— Eles são os gêmeos! — falei, me aproximando dos irmãos, que estavam nervosos e confusos. — Bernardo e Nícolas!
Todos se apresentaram. Tentei deixar o clima mais tranquilo fazendo com que minha mãe acreditasse não estar vendo tudo em dobro. Confesso que a situação foi engraçada, mas eu tive que trazer novos esclarecimentos.
Na noite passada, dona Agnes não chegou a conhecer os cinco irmãos, e estava ciente de que haviam dois garotos idênticos na casa. Parece que eles realmente são semelhantes, a ponto de confundir alguém.
E foi assim que começou o nosso dia. Meio agitado? Com certeza! Mas eu não podia pirar, afinal muita coisa ainda estava por vir. Sem contar que dona Agnes teria que ir embora, e seria complicado voltar a ficar sozinha enquanto as crianças estão na escola.
💛💛
Um pouco mais tarde, em meio ao silêncio total da imensa casa, arrumei cada compartimento na maior preguiça. Senti sono o tempo inteiro, e aparentemente, não estava sendo produtivo manter tudo em ordem.
