Longe da família, nada parece fazer sentido, e o amadurecimento se transforma com o tempo. As responsabilidades estão nítidas dessa vez, e os dilemas passam a ser outros - mais complicados, talvez.
Logo de início, Kauany narra as suas experiências e...
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Parece que a sorte estava do meu lado, ou nem tanto. Quem diria que o entregador de compras se encantaria comigo, além do mais vestida de pijama.
Não sei o que ele exatamente viu em mim, mas seria melhor deixar todas as expectativas de lado para não me frustrar. Sem contar que estava sendo difícil lidar com a tal realidade dos fatos, pois a limpeza continuou na maior preguiça e exaustidão. Carlota permaneceu incrédula sobre o que aconteceu mais cedo. Confesso que senti um pouco de confiança para me encontrar com Cristian, só perdi parte do foco na hora de manter o primeiro andar organizado.
— Nem acredito que acabamos! — falei, sentando no sofá da sala de estar.
— Nem eu — concordou minha prima, ofegante.
Pois é, parece que o dia de faxina acabou com sucesso, e provavelmente as crianças vão curtir demais os quartos cheirosos e limpinhos.
— Que tal você me ajudar a escolher uma roupa para o meu encontro? — sugeri para Carlota.
— Esqueceu que precisa ir pra casa? — lembrou minha prima, preocupada.
— Relaxa, eu trouxe algumas peças de roupas. Saio de casa prevenida.
— Aquele rapaz te achou linda de pijama. Ele provavelmente é pra casar — disse Carlota, pensativa que só ela.
— Não quero casar tão cedo, muito menos com ele — falei, enfurecida.
Poxa, pretendo focar em uma coisa de cada vez!
Casar não estava em meus planos, pois nem encontrei ainda o que quero para o futuro, e seria demais pensar em marido, casa, filhos... Nossa! Melhor parar por aqui.
Sinto total agonia por cuidar de cinco crianças bagunceiras, imagina se eu virar mãe agora! Nem quero trazer lembranças disso.
Bom, na verdade, estou em processo de aprendizagem ainda sobre cuidado infantil, e acabei me apegando a isso. Pois é, amo ser babá e estar ao lado das crianças. Isso me fortalece e faz com que o meu dia seja sempre melhor. É algo inexplicável, porque quando estou dando bronca e com raiva deles, estou apaixonada por cada um. Meio que adotei todos para a minha vida e não tenho a mínima pretensão de largá-los tão cedo.
Parece que em meio ao excesso de tarefas, encontrei gosto pela coisa, e o foco principal é tentar me aprimorar a cada oportunidade disponível.
— OLÁ! — gritaram os cinco irmãos, assim que chegaram da escola.
— Olá! — falei, entusiasmada ao máximo e me levantando do sofá para recebê-los. — Como foi o primeiro dia de aula?
— Um saco — respondeu Shaira.
— Terrível — disse Mavi, indignada.
— Foi repleto de aprendizados — soltou Ernesto, animado.
