Acredito que as pessoas tratam os adolescentes como crianças porque sabem que a mente desses jovens não estão formadas por completo ainda. Existem diversos garotos e garotas que se consideram preparados para lidar com as responsabilidades adultas, só que muitas vezes acabam se perdendo entre uma coisa e outra. O cotidiano agitado pode parecer assustador, mas se for analisado detalhadamente, será mais proveitoso.
O meu foco principal sempre foi estar preparada para lidar com as situações mais inusitadas possíveis após o amadurecimento. É estranho ter em mente que os problemas existem e que sem eles não há o desenvolvimento pessoal. Posso estar enganada, mas nada parece fazer sentido quando se tem tudo aquilo que quer.
Para Ernesto, eu não passava de uma garota chata, e confesso que isso me deixava extremamente triste. O esforço não aparenta ter sido válido.
A questão é ser mais do que responsável, é ir além do correto e superar as expectativas com um excesso absurdo de "missões cumpridas". Jamais pensei em ter que lidar com meus próprios sentimentos, e foi justamente aí que todo o processo de reflexão sobre meus atos começou.
Será que estou seguindo o caminho certo?
Um pouco cansada e exausta, decidi ir até a varanda olhar o movimento pela cidade. Senti o ar fresco e suave em minha cara. Apenas apreciei o momento e busquei por tranquilidade. É complicado lidar com as paranoias quando se é adulto (não que eu fosse). Sou uma garota tentando encontrar meu lugar no mundo, à procura da felicidade e da realização pessoal. Para mim, o maior obstáculo era não ter decidido qual carreira seguir. O futuro continuava sendo um mistério.
— Oi! — disse Ernesto, aproximando-se do nada e interrompendo meus pensamentos.
— Oi! — falei, com um sorriso no rosto.
Permaneci olhando o horizonte e tentei manter a calma, afinal qualquer sermão poderia surgir.
— Certa vez, um menino mais velho me chamou de feio na escola — disse o garoto, com total serenidade. — Aí, decidi fazer o mesmo com ele.
Fiquei pensando sobre seu comunicado e tentei encontrar alguma ligação com o que houve mais cedo.
— E o que isso tem a ver com o fato de eu querer levar vocês pra uma festinha esta noite? — perguntei, curiosa.
— Absolutamente nada! — soltou Ernesto. — Só queria começar algum assunto.
Começamos a rir, e em seguida, o abracei. O garoto tem onze anos e muita sabedoria. Considero ele inteligente demais e muito responsável, apesar de não ter muito conhecimento ainda sobre as responsabilidades adultas.
Conversamos sobre diversos assuntos até chegar onde queríamos. Não foi fácil manter o foco quando se tratava de amadurecimento. Parece que o garoto se considera muito experiente, sem contar que ele deixou claro que já passou por momentos difíceis.
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Confissões de uma garota que acha que a vida é uma festinha!
Teen FictionLonge da família, nada parece fazer sentido, e o amadurecimento se transforma com o tempo. As responsabilidades estão nítidas dessa vez, e os dilemas passam a ser outros - mais complicados, talvez. Logo de início, Kauany narra as suas experiências e...