Capítulo 36

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[Bônus Draco Malfoy]

A três dias atrás

Eu andava extremamente irritado nesses últimos dias por algum motivo desconhecido. Não saia do meu quarto, apenas para fazer as refeições. Alguém bate na porta e eu, com muita má vontade, a abro.

"Vamos Draco, seu pai quer conversar. Não pode passar o resto da suas férias dentro de um quarto" minha mãe fala com sua voz dura.

"Eu não quero ir falar com ele, não podem me obrigar" falo começando a ficar irritado. 

"Draco Lucius Malfoy eu não estou perguntando se você o quer ou não, eu estou ordenando" ela fala e me encara. Tento resistir a encarando novamente, mas decido obedecer a minha mãe, bufando alto e batendo a porta depois de sair. Afinal, ela era a minha mãe.

Desço as enormes escadas de mármore a fim de encontrar meu pai em seu escritório. Ele nunca saia de lá quando estava em casa, e nunca também deixava ninguém entrar lá sem a supervisão dele. 

"O que quer?" pergunto entrando sem bater na porta. Me sento nas cadeiras a frente de sua mesa. Ele estava de costas para mim, olhando algo pela janela.

"Não fale assim comigo, eu sou seu pai e você me deve respeito" ele fala frio como sempre. Eu deveria me acostumar com isso, todos os Malfoy's tinham seus sentimentos e segredos bem guardados atrás de nossa famosa máscara.

"Ok, me desculpe pai. O que quer?" o encaro e ele se vira para mim.

"Precisamos conversar" ele só diz isso e enche um copo com firewhisky.

"Isso eu já sabia" digo de forma rápida. Ele só estava me enrolando.

"Queremos que saiba de uma coisa envolvendo você e seu nascimento. E o mais importante; quero que saiba que sua mãe não teve escolha" ele fala e dá um longo gole.

"Como assim ela não teve escolha? Do que está falando?" digo com a adrenalina correndo por todo o meu corpo. Alguma coisa não estava certa.

Ele me encara e toma o resto de sua bebida, enchendo o copo de novo.

"Vamos, me responda!" quase grito com ele.

"Não fale assim comigo seu pirralho! Não eleve seu tom comigo Draco" ele grita de volta e bate na mesa. Eu já estava irado, sentindo cada parte do meu corpo pinicar e queimar.

Eu estava pronto para revidar, mas sinto todas as minhas forças acabando. Fecho os olhos e tudo para por um instante. Logo depois dores horríveis aparecem por todo o meu corpo, junto com um sentimento horrível de aflição e medo.

Passagem de tempo

Indefinida para Draco

Aquela tortura durava tanto tempo que eu não sabia mais nem se eu estava vivo. Eu estava entre a consciência e a inconsciência. Eu queria morrer, matar, chorar, qualquer coisa para que todo acabasse logo, não importando se estaria vivo no final. De um momento para outro sinto um sentimento de alívio vindo diretamente de meu coração, não sentia mais meu corpo doendo e queimando. 

Será que isso é estar morto? Se sentir aliviado e quase feliz por tudo ter acabado?

O que quer que tenha acontecido parecia se afastando de mim, e como impulso a tento agarrar. Consigo alcançar alguma coisa, que me aperta de volta. Ficamos ali no que parecia a infinidade, com o quer que seja sem nunca me largar. Agora que estava seguro, conseguia descansar e dormir um pouco.

Eu sinto voltando para a realidade, como se acordando de um sono longo. Abro os meus olhos e a claridade os machuca. Aos poucos vou abrindo, piscando algumas vezes para me adaptar com a luz. Percebo que estava deitado e o primeiro lugar para onde olho é para minha mão. Não havia nada ali, apenas uma cadeira. Com muito esforço consigo me sentar na cama, agora analisando o lugar ao redor. 

Eu estava em Hogwarts, mas como infernos eu tinha chego ali? A última coisa que me lembro é de estar no escritório do meu pai.

Ouço passos vindo em minha direção e sento mais ereto possível. Percebo ser Eduarda e a encaro. O que ela estava fazendo aqui?

"Ei, vejo que já acordou, quer um pouco de água?" ela me pergunta sentando na cadeira. 

"Não, obrigado. Por que você saiu daqui?" eu pergunto sentindo a minha garganta arder.

"Eu, hm, fui pegar um copo de água. Você está melhor? Digo, está mais calmo? Eu cheguei aqui e você parecia não estar muito bem" ela diz e me encara com seus olhos castanhos. 

"Eu.. eu não sei. Quer dizer, eu estou bem.. estava bem.. você pode me dar a mão de novo?" digo com a voz baixa. Ela segura minhas mãos e as apoiando em meu colo. "Quando estou com você , quando você me toca a dor para. Eu não sei o que está acontecendo".

"Muito menos eu, acredite. Parece que por aqui todos sabem de tudo, menos a gente" ela fala rindo e é impossível não sorrir. 

Ela para um pouco e larga as minhas mãos, me encarando de uma forma estranha. Tento perguntar sobre sua ação, mas somos interrompidos por Alvo Dumbleodore que aparece na enfermaria.

"Que bom que já acordou Sr Malfoy. temos que dar uma palavrinha com vocês dois" Alvo fala e podemos ver as senhoras Malfoy e Weasley atrás dele.

"Primeiramente, tudo é muito novo para vocês dois, então devemos ser os mais claros possível. O Senhor Draco pode carregar um gene em seu sangue, que pode ou não se manifestar ainda mais, capaz de hm.. mudar algumas coisas em seu comportamento. Esse gene está ligado a Srta Eduarda, que veio a ser o gatilho dessas manifestações nesses meses. Os dois ficarão em observação por mais um período, para ver se teremos que interferir drasticamente" Dumbleodore começa e dá uma pausa para respirar. " Em um outro momento oportuno, eu os irei chamar para dar algumas ordens aos dois, para que haja uma harmonia. As Sra's Molly e Narcisa ficarão responsáveis pelos dois fora de Hogwarts" ele termina e eu fico sem entender nada. Só pode ser brincadeira.

"Senhor, mas como? Por que comigo? Como foi que isso aconteceu? Há alguma coisa que eu possa fazer para romper ou quebrar essa ligação?" Ela pergunta me tirando o ar. Uma pontada em meu abdômen me faz respirar fundo.

"R-romper? Por que?"Eu pergunto baixo com a voz tremendo.

"Por que eu não quero isso! Eu não escolhi, não tive opções, não tenho UMA resposta concreta. Isso pode ser perigoso, assim como tudo que envolve esse mundo. Eu estou cansada de ter minhas escolhas sendo tiradas de mim" ela fala baixo mas no final já estava quase gritando. Meus olhos ardem e a encaro inconformado, ela não era a única que estava passando por maus bocados. Eu estava sofrendo também.

Ela se levanta e sai quase correndo. Ergo o meu braço minimamente em direção a ela. Dumbleodore continua a falar, mas não presto a mínima atenção. Só fico encarando as portas por onde eduarda havia saído.

My Little Mudblood [D.M]Where stories live. Discover now