Capítulo 7 - No soy quien piensas

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POVS CHRISTOPHER

Eu estava na cafeteria do hospital, tomando um café quando vejo Alfonso, meu antigo amigo aparecer.

Poncho, quanto tempo - digo sério

Longos anos - ele diz e estende a mão para mim e eu a aperto 

Fiquei satisfeito quando Belinda me disse que você aceitou o caso

Mais o menos - ele rebate - não sei se sou a sua melhor escolha…

Eu confio em você - eu digo - eu preciso saber quem atirou na minha esposa - digo sério - tenho certeza que esse atentado era para mim e não para ela. Sei que você não vai descansar até descobrir, por isso pedi que te buscassem

Mesmo depois do que houve no passado?

Alfonso o que você e a Danna tiveram não me importa mais ok? Já se passaram muitos anos, a única coisa que me importa é pegar o culpado ou os culpados dela estar naquela cama - digo com raiva

Está bem, eu vou ficar no caso, mas garanta que o comandante Molina não ficará no meu pé e que eu possa contratar um assistente da minha confiança

Claro, como quiser - eu digo aliviado

Como ela está? - ele pergunta receoso

Ela acordou finalmente, seu caso ainda é delicado mas sei que ficará bem

Lissete como está com isso tudo?

Triste. Você deveria aparecer para ver sua afilhada algum dia - eu digo

Claro, assim que possível - ele respondeu e então nós despedimos e ele saiu.


Eu,Alfonso e Belinda nos conhecemos na faculdade, éramos o trio inseparável, quando me casei com Luna minha primeira esposa,eles foram meus padrinhos de casamento, quando ela faleceu os dois estiveram do meu lado. Eu conheci Danna um ano depois de ter ficado viúvo,Carlinhos tinha apenas três anos, foi uma paixão avassaladora e quando percebi já estava casado novamente. Porém Danna sempre se mostrou uma mulher que não se contentava com pouco, com rotina, com ser mãe e dona de casa, mas mesmo assim eu sempre quis estar com ela, porém logo depois do nascimento de Lissete eu encontrei meu melhor amigo Alfonso e ela na cama, foi ali que nossa amizade se desfez e eu nunca mais a vi com os mesmo olhos, porém o amor que eu sempre senti por ela me fez não me separar, além da família que formamos. Contudo eu também nunca fui santo e tenho consciência disso, muitas vezes para me vingar eu me deitei com mulheres que eu não sabia o nome, mas no final de tudo eu sempre estava pensando nela.

{...}

POVS DULCE

Quando abri meus olhos, lá estava ele, parado ao lado da minha cama, passando a mão pelos meus cabelos. Tentei afastar minha cabeça das mãos dele, para que ele não me tocasse.

Ei vai ficar tudo bem - Christopher me falou

Nem tem nada bem - eu tirei a máscara

Danna por favor - tinha súplica em sua voz - depois conversamos sobre isso

Eu não sou quem você pensa - eu digo olhando seriamente pra ele que me olha confusa - mas se eu disser qualquer coisa você tem que prometer que eu não vou sofrer retaliação - pedi com medo

Querida, eu não estou entendendo nada - ele pegou minha mão - acho melhor você descansar - ele tenta colocar a máscara de oxigênio de novo e eu tento impedi-lo

Eu estou em perigo, você precisa saber… - mas antes que eu pudesse continuar uma mulher enlouquecida entra no quarto, me chamando de filha 

Senhor não consegui impedi-lo de entrar - a enfermeira de mais cedo diz sem jeito

Está tudo bem - ele diz paciente enquanto a mulher passava a mão pelo meu rosto que já agora já estava com mas que ele conseguiu colocar de volta

Filha querida, você está bem? - ela beija minha testa e então eu lembrei do que Danna falou dela e lembrei que se tratava de Cintia a mãe dela - eu não acredito que eu precisei ver pela televisão o que aconteceu com ela, ninguém me ligou - disse com raiva na voz

Perdão Cintia, não foi minha intenção - ele diz constrangido - mas não é o momento

Como não, minha Danna foi baleada e ela podia estar morta e eu nem ia saber

Acho melhor a paciente descansar - a enfermeira que até então estava parada na porta se aproxima - ela não pode se agitar

Eu sou a mãe dela tenho direito de ficar aqui com ela

Cintia ela precisa descansar, vamos tomar um café comigo, a gente conversa - ele diz e antes de sair deposita um beijo em minha testa.

Logo eu volto filhinha - ela manda beijo pra mim e sai do quarto.


Minha cabeça não parava de pensar que eu precisava arrumar um jeito de escapar, de ir embora daquilo tudo em que eu havia me metido. Só Deus sabia como eu sairia disso.

{...}

POVS DANNA

Eu tentei não pensar no fato de que meu plano não havia saído exatamente como deveria, queria curtir cada momento com Pablo. Decidimos caminhar pela praia, andávamos de mãos dadas, eu de óculos escuros e o cabelos amarrado. Estava sendo tão bom e libertador poder andar assim, livre, sem seguranças, sem pessoas em cima de mim e ao lado de quem eu verdadeiramente amo. Nunca pensei ser capaz de sentir algo assim, mas definitivamente se parece com amor.

Como está sendo não ter que se esconder? - ele pergunta enquanto faz nossos braços balançarem

É libertador - eu sorriu - sentir o vento bater no meu rosto sem ter medo de estarem me vigiando, ou ter que estar em algum lugar chato 

Então aproveita querida - ele abriu um sorriso pra que fez todo o meu corpo tremer.

Continuamos nosso passeio até pararmos em um quiosque para beber água de côco.

POVS DULCE

Meus olhos estavam fechados, mas eu não estava dormindo, a máscara de oxigênio ainda no meu rosto e tentava descansar. Mas eu ouvi quando a porta abriu e eu preferi fingir que estava dormindo, senti alguém se aproximar da minha cama, segurar meu punho forte, e então eu ouvi.

Sinto muito mas preciso fazer - disse próximo ao meu ouvido e então eu abri os olhos assustada - não vai doer nada - ele diz ao me mostrar uma seringa


Meu coração começou a acelerar, minhas mãos suaram ao ver Manuel ali do meu lado com uma seringa não mão e então eu pensei: sobrevivi ao atentado mas vou morrer ali. Foi quando a porta se abriu e com ela a minha esperança.

Senhor… - a enfermeira chamou sua atenção mas nesse momento ele já havia escondido a seringa

Estava vendo a senhora Danna estava bem - ele disse nervoso 

Ela precisa descansar - ela disse estranhando o comportamento dele

Claro que sim - ele olhou pra mim com um olhar ameaçador - fique bem senhora, descanse bem - e então saiu


Foi então que eu respirei fundo aliviada, quando ela se aproximou para verificar meus batimentos eu segurei firme seu braço e tirei a máscara.

Por favor...me ajuda - implorei - ele queria me matar

Senhora acalme-se - ela pediu - o que está me dizendo é muito grave

Meu verdadeiro nome é Dulce Maria Savinon, acredita em mim - eu comecei a chorar - eu não sei o que fazer, acredita em mim por favor - implorei - procura pelo meu nome e vai encontrar um vídeo. Eu sou de Bogotá, eu estou sendo ameaçada

Está bem, eu acredito na senhora - ela segura minha mão - acalme-se ou a senhora vai passar mal


Ela colocou a máscara de volta no meu rosto e eu chorei, dessa vez de alívio por sentir que alguém estava acreditando em mim. Maite, esse era seu nome, e ela seria meu bote salva-vidas.


Quién eres tú - VondyWhere stories live. Discover now