Capítulo 2

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Não consegui dormir nada esta noite, estive sempre a chorar por pensar nos meus pais, tenho tantas saudades. O meu coração dói tanto e eu não sei lidar com esta dor, eu não sei lidar com os sentimentos, não há um dia que eu não pense no porquê de eu não ter morrido, eu deveria ter ido também, isto não é justo eu não quero estar cá para sofrer, desde a morte deles eu acho que nunca mais me ri, em quase 3 anos eu não me ri uma única vez. É difícil viver assim, pelo menos posso contar com o meu avô, com o Niall eu ainda não sei, preciso de o conhecer melhor.

Não penso mais no assunto, tomo banho, visto uma blusa, umas calças e os mesmos ténis de sempre. Nunca fui muito o tipo de rapariga que se veste de acordo com a moda apenas para chamar à atenção como se tivessem algo a provar, como se fossem superiores por andar com uma mini-saía, quando é apenas ridículo.
Desço as escadas encontrando o meu avô sentado no sofá a olhar para o nada, assim que me avista vêm ter comigo.

-Bom dia, querida! -Diz o meu avô vindo na minha direcção e depositando um beijo na minha testa.

-Bom dia. -digo seca. O avô acompanha-me a tomar o pequeno-almoço ou vai-se embora?

-Hoje não só te acompanho ao pequeno almoço como também te vou levar á escola. Pode ser?

-Sim, não me apetece ir a pé. -digo e ele limita-se a sorrir. -Já agora avô, eu vou procurar um trabalho para arranjar dinheiro suficiente para começar a tirar a carta e comprar o meu próprio carro. -O meu avô olhou-me incrédulo como se fosse uma coisa do outro mundo.

-Desde quando é que precisas de trabalhar? Eu posso-te pagar a carta e comprar um bom carro Daisy.

-É exactamente por não querer que o avô pague que eu quero arranjar um trabalho. Eu não quero que discuta com avó por minha causa.

-Está bem, eu aceito que não queiras que eu pague mas porque que não tiras dinheiro das contas que os teus pais te deixaram?

-Porque eu quero ser independente e conseguir pagar as minhas próprias necessidades. Será que é assim tão difícil entender?

-Pronto, está bem. Vou deixar-te fazer as coisas a tua maneira.

-O avô não tinha outro remédio se não deixar. Vá, já chega de conversa, vamos embora. -digo me levantando da mesa, e sigo em direcção ao carro.

O meu avô deixa-me à porta da escola e para minha surpresa o Niall está a porta da escola e vêm ter comigo quando me vê.

-Olá, dormiste bem? - ele é tão simpático, mas não sei se devo ser sincera, ainda não o conheço muito bem para lhe contar da minha vida.

-Sim. -Minto.

-Posso te convidar para fazermos uma coisa depois das aulas?

-Poder, podes! Eu não te garanto é que vá aceitar.

-Estava a pensar em te fazer uma surpresa. Pode ser?

-Não, primeiro, não gosto de surpresas e segundo vou à procura de emprego.

-OK ok. Mas, então fica para outro dia?

-Vou pensar no assunto. - digo entrando para a sala de aula.

Sento-me no meu lugar e ele senta-se ao meu lado como eu esperava.

Odeio matemática, passa sempre tão devagar e eu não entendo nada do que o professor está para ali a falar. Mas para tirar o curso de gestão que eu tanto quero, é necessário. Tenho que assumir o controlo das empresas do meu pai em Bradford e as do meu avô em Londres antes que a D. Marie decida que quer uma porção e assuma o comando.

One More DayWhere stories live. Discover now