Capítulo 6

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Sei que o meu avô esteve várias vezes comigo nestes dias, dei noticia da minha avó, da D. Catherine e o desconhecido. O Niall e os outros rapazes também me vieram ver, até mesmo a Lexy e o Bruno perderam um bocadinho do seu tempo para passar por me vir visitar. Eu ouvi-os a todos e nunca pensei que se importassem comigo, eu achava que apenas tinha o meu avô mas afinal enganei-me. Eu tenho que acordar para mudar as coisas, eu tenho que tentar ser feliz.

...

Não sei quanto tempo passou, mas eu voltei a sentir dor, e é esta a minha oportunidade para abrir os olhos e voltar ao mundo. Aos poucos forço-me a fazê-lo, mas o que parecia antes algo tão simples é agora tão difícil. Os meus olhos pesam muito, mas finalmente consigo, demoro algum tempo para até focar todos os objectos no quarto e deparo-me com o homem que eu ouvia mas ao qual não identificava a voz. Ele está a dormir no sofá ao lado da minha cama mas eu reconheço-o, era impossível não reconhecer. Como é que pode ter sido ele a atropelar-me? Porque que ele está a aqui a dormir?

-Desculpa, o que é que estás aqui a fazer? - pergunto, um pouco baixo de mais, ainda não tenho forças mas mesmo assim o consigo despertar.

-Eu não acredito que tu acordas-te! Eu estou tão feliz que te tenhas salvo. Nem sabes o quanto me magoa ver-te aí deitada e... -ele começa a dizer mas para a meio da frase. -Espera lá, eu conheço-te, tu és a rapariga que me serviu daquela vez na Starbucks não é? Meu Deus foi preciso olhar para esses olhos verdes para te reconhecer.

-Sim sou eu. Liam não é?

-Sim.

-Podes por favor chamar alguém? Eu estou com muitas dores.

-Claro que posso, eu já devia era ter chamado desculpa. -ele diz e dirige-se à porta. Porque que ele pede desculpa por tudo? Já ninguém faz isso.

A enfermeira chega acompanhada de um médico que pedem a Liam para sair da sala para me fazer alguns exames, ainda me lembro à três anos atrás, isto não é nada agradável.

-Senhora enfermeira, quanto tempo é que se passou? E podem chamar o meu avô? Eu quero vê-lo.

-Estiveste uma semana em coma, mas agora já estás connosco. E não te preocupes que a senhora da recepção já está a ligar para os teus familiares.

-Obrigado.

A enfermeira leva-me para uma sala onde me faz todos os exames necessários juntamente com o médico. Quando terminam me levam-me de novo para o meu quarto no hospital. Já tinha feito isto tudo uma vez, então já não me custou tanto. Nunca tinha é estado em coma e com certeza não desejo isto nem ao meu pior inimigo, é tão agoniante quereres te mexer ou falar e não conseguires, foi uma das piores sensações da minha vida.
Estar deitada naquela cama fez-me acordar para a vida e perceber que eu não posso ser fria com todos os que me rodeiam, apercebi-me que afinal tenho mais pessoas que se preocupam comigo do que aquilo que eu pensava e isso deixa-me tão feliz. A vida é muito curta para não a aproveitar e eu mereço ser feliz.

-Querida, eu estou tão contente por teres acordado. -diz o meu avô assim que chega e abraça-me já a chorar. -Nunca mais me voltes a fazer isto ouviste, o meu velho coração já não aguenta outra destas.

-Não se preocupe, a partir de agora eu vou ter mais cuidado. Onde é que está o Liam?

-Quem é o Liam?

-O meio homem meio rapaz que me atropelou. Ele foi a primeira pessoa que vi quando acordei.

-Eu não cheguei a dar notícia desse rapaz. Mas tiveram cá quatro rapazes para te ver, e olha que eram muito bem feitinhos. -diz fazendo-me rir um pouco.

-Agora a sério avô, eu quero pedir-lhe desculpa, eu não tenho sido a neta que o senhor merece. Quando perdi os meus pais, senti uma dor tão grande que não me queria aproximar de ninguém, eu não queria ter uma relação muito próxima com ninguém porque se eu perdesse mais uma única pessoa eu não conseguiria suportar e apenas agora que estive deitada nesta cama de hospital sem fazer mais nada se não pensar apercebo-mo do quanto eu fui uma odiota. Eu peço-lhe muita desculpa. -acabo de falar já a chorar.

-Daisy, querida, não fiques assim, eu compreendo-te perfeitamente, aquela dor também vai estar para sempre no meu coração mas temos que aprender a viver com ela.

-O avô desculpa-me? -pergunto enquanto o abraço afogando as minhas lágrimas no seu peito.

-Claro que te desculpo querida. Tu és a pessoa que eu mais gosto neste mundo como é que poderia não perdoar.

-O avô sabe se o Niall está cá? Eu gostava de falar com ele e com os outros rapazes.

-Eles estão todos lá fora à espera que eu saia para poderem entrar. Eu vou chamá-los. -diz retirando-se do quarto, permitindo a entrada dos rapazes.

-Olá Daisy! -diz Niall chegando-se perto de mim depositando um beijo na minha testa ao qual eu sorriu.

-Então Adams como é que isso vai? -pergunta Zayn com a sua descontração habitual. O jeitinho dele é engraçado.

-Não se nota que estou ótima? -digo a rir-me um pouco

-Tens febre só pode. Isto não é normal, tu acabaste de fazer uma piada e ris-te dessa mesma piada? -diz Louis a meter ao meter a mão na minha testa para ver se está quente. Doidinho!

-Boo sai, agora é a minha vez. -fala Harry fazendo-me rir mais um pouco, que raio de apelido é este. -Boa, a Daisy sorridente é a minha preferida, mas acho que vou ter saudades da rabugenta.

-Eu quero-vós pedir desculpa por não vos tratar muito bem desde o início. É que eu tive uma vida complicada e acabei por criar este muro que impede todos chegar perto, mas com tanto tempo que estive deitada nesta cama, percebi que não posso continuar a ser tão fria com vocês e com o resto das pessoas. E tu Niall foste a primeira pessoa, depois do meu avô, que me aceitou mesmo com todos os meus defeitos, obrigado.

-Oh, anda cá, abraço de grupo. -grita Harry fazendo todos rir e abraçam-me. Eles são boas pessoas, eu gosto deles.

-Vá e agora digam boas vindas à Daisy bem disposta. -digo e todos desatam a rir.

-Desculpem interromper mas, agora vão ter que sair e deixar a menina Adams jantar e descansar um pouco. Terão muito tempo para estar juntos. -diz o médico entrando no quarto acompanhado de uma enfermeira que traz um tabuleiro com o meu jantar.

Os rapazes dão-me um abraço cada um e saem do quarto.

-Menina Daisy, os seus exames estaram prontos amanhã, agora coma qualquer coisa e descanse um pouco, se precisar de alguma coisa é só chamar. Tenha uma boa noite. -o doutor diz, saindo do quarto com a enfermeira me deixando mais uma vez com os meus pensamentos.

Deus decidiu dar-me mais uma oportunidade, então acho que a tenho que aproveitar e ser feliz. Eu não vou desperdiçar mais a minha vida, tal como os outros eu também mereço alegrias e não apenas tristezas. Eu vou conseguir mudar o rumo à minha vida.


One More DayWhere stories live. Discover now