Depende

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Alice

Eu estava dirigindo (sim, eu aprendi a dirigir, obrigada, Pedro) em direção a faculdade com Gabe no banco ao meu lado, os meninos e a Valen estavam atrás caindo de sono. Não que eu e Gabe não estivéssemos também, mas somos estudante de direito, sabe a diferença? Nossa bebida preferida é café. Café o dia todo. Sobrevivemos disso, aliás. Eu, por exemplo, estava no terceiro copo (que é mais ou menos uns 800ml, é uma garrafa térmica muito fofa escrito "direito") é algo que estudantes principalmente de direito (sem querer desmerecer as outras profissões, mas cá entre nós: eu leio oito livros por semana) entendem muito bem. Não sei ao certo em qual dose Gabe está, mas provavelmente está deve ser a terceira dele também.

- Preciso de mais café - Gabe balança sua garrafa térmica mostrando que ia não havia nenhum líquido lá dentro.

- A gente que lute. - Mantenho os olhos fixos na estrada. Eu não sou perita em dirigir, disso eu tinha certeza. Eu sabia na medida do possível, então olhar pra outra coisa que não seja a estrada ou o retrovisor, estava fora de cogitação.

- Café é tão ruim - Peter deixa escapar e Gabe o fuzila com o olhar.

- Café faz com que eu não fique que nem uma morta viva, igual a você nesse momento! - Dei mais um gole no meu café enquanto estacionava o carro.

Quando saimos do carro, vamos cada um para prédios diferentes. Eu e Gabe caminhamos juntos até a aula de direito empresarial. Entramos no auditório e nos sentamos no lugar de sempre, nem muito atrás nem muito na frente, pra equilibrar.

- Senhoras e senhores! - O professor entra na sala com a sua maleta de sempre, ele estava mais eufórico hoje, parecia mais animado. - Eu... Bom, na verdade nós, vamos trabalhar com um cliente muito especial, nos próximos meses, e, como é um caso muito grande e muito especial, irei escolher três de vocês para ter essa honra de trabalhar ao meu lado para... - Ele faz um suspense para falar com quem iremos trabalhar e a turma toda se ajeita na cadeira. - A Ferrari, meus queridos alunos, para a Ferrari. Bom, vamos ao caso: um dos pilotos da Ferrari assinou um contrato à alguns meses atrás que dizia: "Para aumentar sua popularidade e também de nossa empresa, você terá que supostamente namorar com uma das modelos do instituto Marangoni, isso nos fará crescer e aumentará mais ainda sua popularidade". - Ele lê o documento sentado em sua mesa com uma das mãos no bolso. - Parece que... Quando ele descobriu quem era a modelo, se recusou a posar com ela, ou fazer qualquer atividade mesmo que de mentira ao seu lado. - Gabe levanta a mão e o senhor Evans aponta pro Gabe dando a deixa para ele fazer a pergunta.

- Como o senhor irá escolher os devidos alunos?

- Ótima pergunta! Bom... Tem uma pessoa que já está na lista. Parece que essa mocinha é exclusiva e o nosso cliente só quer trabalhar com ela - Ele sorri. Nessa mesma hora o meu coração acelera. Não podia ser o Pedro, não é? Quer dizer, seria coincidência demais. Levanto a mão direita e o professor me olha dando o o cartão verde.

- Podemos saber quem é o cliente?

- É engraçado você perguntar isso, senhorita Cooper, já que você é a mocinha exclusiva... - Ela sorri irônico. Eu engulo em seco. A sala toda olhava pra mim com raiva dessa vez. Merda!. - Mas... Respondendo a sua pergunta: não, não podem saber. Os alunos participantes assinarão um contrato em que concordam em manter a formalidade e descrição total do caso. E senhor Carter: eu vou ver os dois alunos que mais se deram bem ano passado e irei escolher. Para o resto: não fiquem com raiva da colega de classe de vocês. Ela iria ser escolhida de qualquer maneira. Os alunos escolhidos estarão em uma lista na porta da sala, me encontrem daqui a pouco para a reunião com nosso cliente.

Quando saimos da sala, eu vou até o estacionamento do campus com o celular na orelha ligando pro Pedro. Gabe ficou no refeitório me esperando com o resto do pessoal.

A Distância é uma drogaМесто, где живут истории. Откройте их для себя