Escolha errada

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Pedro
Caminho em direção ao estacionamento, indo até meu carro. Já dentro dele, bato a cabeça no voltante e o soco, fazendo com que o barulho da buzina ecoe por todo campus.
Merda!

Alice é tudo. Alice é minha vida. Alice é perfeita. Perfeita pra mim. E eu quero ela. O que o Peter tem que eu não tenho?. Seguro o colar que ela me deu com força, tentando me acalmar. Respiro fundo, deixando as lágrimas rolarem por toda extensão de meu rosto.
Não sei por quanto tempo fiquei assim, mas depois de longos minutos, ligo o carro e saio do campus, indo para casa. Quando chego no meu prédio, estaciono o carro na calçada e vou entrando, indo direto ao elevador. Entro em casa, e levo um susto. Nina estava sentada em meu sofá. Mas que porra ela pensa que tá fazendo?

- O que você tá fazendo aqui? - Pergunto ficando a sua frente.

- Bom...

- Como você conseguiu entrar, aliás?

- Calma, Pedrinho... Até parece que você não queria isso eu...

- Não, eu não queria, Nina, sai do meu apartamento antes que eu chame a polícia!

- Ei, calminha! - Ela se levantou, pegando sua bolsa. Seu um sorrisinho sacana ao ficar na minha frente.

Era só o que me faltava - Penso - Já não basta brigar com a Alice, ainda tem que aturar a Nina? Atirei pedra na cruz, só pode

- Nina, eu quero que você saia daqui agora! - O celular dela toca e ela atende sem sair do lugar, mexendo em minha gravata com os dedos.

- Já? Okay, então. Já estou descendo, vou checar!. - Ela desliga o celular com um sorriso maléfico em seu rosto. Ela aprontou alguma. Uma bem feia.

- O que houve? - Perguntei pô impulso.

- Acorde cedo amanhã. Leia os jornais, e liga a TV no noticiário - Se afasta, indo em direção a porta. Franzi o cenho. Que porra que ela fez? - Você não vai se arrepender! - Ela fecha a porta. Eu tenho que trocar a fechadura disso. Se bem que não seria tão eficaz, já que eu não vou ficar aqui por muito tempo. Mas mesmo assim. Nina pode entrar aqui a qualquer momento e me esfaquear. Me sento no sofá, esparramado, tirando a gravata apertada de meu pescoço e a jogando do outro lado do sofá.

Alice
Assim que desligo o celular, vou em direção ao estacionamento, procurando o Pedro ou o carro dele.

- Tava te procurando! - Levo um susto quando escuto a voz de Peter. Ele passa o braço pelo meu pescoço e me dá um beijo no topo da cabeça.

- É... Eu também - Engulo em seco e dou um meio sorriso, ainda sem olhar pra ele. Ele me puxa para outra direção e eu olho pra trás, ainda tentado achar o carro de Pedro.

- O que você quer fazer hoje? - Ele pergunta.

- Nada... Tô meio cansada, quero só... Ficar de boa. - Balanço a cabeça e respiro fundo.

Caminhamos até o carro, onde Valen e Gabe estavam encostados rindo de alguma coisa.

- Lice! - Valen chama alto, fazendo um gesto grandioso. - Como foi a audiência do Pedro? Gabe não quer me contar!

- Ele ganhou - Sorri desconfortável. Que clima!. Gabe me olhou estranho, provavelmente percebeu meus olhos avermelhados e minha cara não muito boa.

- Ah, então ele te contou? - Gabe pergunta desconfiado. Valen e Peter olham para mim, Valen não estava entendendo nada, seu semblante mostrava isso, já Peter estava bravo.

- Como assim "te contou"? - Peter pergunta sem entender. - Você não tava lá pra saber por si própria?

- Não tô a fim de interrogatório agora, Peter, em casa a gente conversa. - Entrei no carro e bati a porta.

Não consegui ir atrás do Pedro, não consegui falar a verdade prós meus amigos. O que tá acontecendo? Eu não sou assim. Que merda!
Quando chego em casa vou direto pro meu quarto e bato a porta, deito na cama e olho pro teto. Não demorou muito pro Peter abrir a porta e se sentar no pé da cama.

- Sabe que pode me falar o que tá acontecendo, não sabe?

- É só que... - Levanto e olho nos olhos dele. - Eu amo o Pedro. Mas eu tô confusa, não sei o que fazer. Desculpa...

- Fica calma, okay? Não precisa se desculpar, a gente não manda no nosso coração, eu te entendo, tá bom? - Ele me abraçou enquanto eu chorava em seu ombro. - Vai atrás dele. - Ele diz assim que eu limpo as lágrimas em meu rosto.

- O que? Tá ficando maluco?

- Você não gosta dele? Então não perde tempo! - Ele sorri. - Vamos, eu te levo.

Eu sorrio surpresa com a resposta dele e levanto indo atrás de Peter. Ele pega as chaves do carro, mostrando ela e a balançando na minha frente.

- Vou te levar - Ele sorri.

- Peter! - Chamo, atraindo atenção dele. - Obrigada, de verdade. - Digo sorrindo. - Você é demais, eu tenho certeza de que um dia vai encontrar alguém muito especial, que vai fazer você delirar de amor. Você merece isso, mais do que todo mundo. Eu te amo. - Abraço ele, ainda sorrindo.

- Eu prefiro ser de todas, mozin, mas obrigado mesmo assim. - Ele fala enquanto estamos abraçados, me fazendo dar uma gargalhada.

Não demorou muito para ele me deixar no prédio do Pedro. Quando saio do elevador, me bate um frio na barriga, parece que eu virei adolescente de novo, é uma sensação gostosa, mas ruim ao mesmo tempo. Bato na porta, esperando ele aparecer. Nada. Bato de novo. Demorou um pouco, mas ele abriu, acabando com a minha ansiedade.

- O que cê tá fazendo aqui? - Ele pergunta sem entender.

- Eu te escolhi. - Disse apenas, e o beijei.

A Distância é uma drogaWhere stories live. Discover now