Como assim?

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Peter

- Você e a Lice? - Lucas pergunta pela décima vez, me tirando a paciência.

- É caralho. Ficou surdo, porra?

- Você foi carinhoso assim com ela ontem? - Ele faz a pergunta retórica - Eu ouvi alguns gemidos, mas pensei que fosse ela e o Gabe. Até estranhei, quando eles transam ela nunca geme. - Ele levanta e vai até o armário, pegando um casaco e passando perfume. - Ual, você fez ela gemer. - Ele solta uma gargalhada. Senhor! Eu estou conversando com um pré adolescente com ir hormônios a flor da pele, só pode.

- Dá pra você me escutar? - Pego a chave do carro que deixei na prateleira dele assim que entrei no quarto.

- Eu tô ouvindo. Mas esse filme eu já vi. Só quero que você não se apaixone.

- Não dá pra pedir pra mim fazer uma coisa que eu já fiz. - Dessa vez eu que senti na cama.

- Vamos acabar nos atrasando!

- Isso aqui é mais importante.

- Você quer namorar ela? - Ele para com a mão na maçaneta. Levanto o cenho.

- Não é óbvio?

- Pede, ué. Não precisa fazer uma coisa grande, sabe como ela é. - Ele revira os olhos. - Só tira essa cara de bobão gamado do rosto. Ele abre a porta e sai. Antes de fazer o mesmo, me olho no espelho dele. Eu não estou com cara de bobão. Tô com cara de cansado. Eu não dormi nada essa noite, era de se esperar.

- Graças a Deus! Sei que vocês adoram se pegar, mas podem fazer isso no caminho? Se continuarem com a rotina de pegação na parte da manhã vamos nos atrasar todos os dias. - Valentina reclama assim que saio do quarto.

- Hahaha, você é tão engraçada. Já pensou em largar arquitetura pra dar show de stand-up? - Falei irônico. Ela solta uma gargalhada.

- Gabe tá esperando a gente lá na portaria. - Lice fala antes de dar um longo gole no café e logo em seguida bocejar.

- Porque vocês dois estão parecendo zumbis? Geralmente são os mais animados essa hora da manhã. - Valentina se questiona enquanto trancamos o apê.

- Você não ouviu os gemidos essa noite?

- Escutei, mas pensei que fosse Gabe e ela. Não creio que vocês transaram!! - Valentina fala animada. Como ela consegue? - Eu até cheguei a estranhar, porque quando ela e ele transam ela nunca solta um "a" - O elevador chegou e nós entramos.

- Eu gemo sim, só que não alto. - Lice protesta com voz sonolenta. Ela estava cansada também, mas mesmo assim é ataca perfeita. Como a filha da puta consegue? Puta que pariu, eu tô muito fodido.

- Corta essa, Lice. - Lucas se pronuncia. - O Gabe já me falou que você não geme.

- A culpa não é minha se ele não me faz gemer. - Ela da de ombros fazendo todos nós rirmos.

- Então eu faço você gemer? - Pergunto encostando nela por trás por causa do elevador minúsculo.

- Acho que deixei bem claro noite passada. - Ela bebe o café de novo. O elevador para e todos nós saímos.

- Tava quase mofando. - Gabe reclama assim que nos vê saindo do elevador e caminhando até ele. Ele está parado no meu carro, que está no meio do de Alice e o do Lucas, no estacionamento. Ele está ali sabendo que hoje é minha vez de dirigir.

- Você ficou cinco minutos aí, pelo amor! - Lucas revirou os olhos. Eu abro a porta do carro e Alice entra no banco do carona e o resto do pessoal atrás.

A Distância é uma drogaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora