Só minha

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Alice

Pedro estava bem melhor, e estávamos mais juntos e manhosos do que nunca, acho que foi o choque que sentimos por ter a possibilidade de perder a pessoa que amamos.

Nesse momento estamos deitados na minha cama, eu estava deitada em seu peito nu, e nossa mãos entrelaçadas no alto, ele analisava o anel em meu dedo.

- Como você o achou?

- Eu já falei - Disse manhosa sorrindo.

- Quero escutar de novo.

- Eu tava com saudade de você. Fui no closet do apê que você alugou aqui, pegar umas roupas sua pra sentir seu cheiro. - Ele abaixou o olhar pra mim e cheirou meu cabelo. - E fui na gaveta... Desdobrei a roupa e uma caixinha caiu. Eu juro que não ia abrir... Mas estava curiosa. - Sorri lembrando do momento. - Aí eu achei o anel e comecei a chorar. Pensei em várias coisas ruins. Você poderia morrer sem ter a chance de me pedir em casamento e me escutar falando um alto e sonoro "não" - Brinquei e ele riu, junto comigo.

- Só pra lembrar que quem me pediu em casamento foi você - Jogou na minha cara.

- E quem disse "sim" foi você - Ele sorriu e eu mudei de posição, largando a sua mão e ficando de barriga pra baixo na cama, podendo olhar pra ele melhor, memorizando cada pedacinho de seu rosto em minha mente. - Eu acho que nunca senti tanto medo assim desde a minha mãe... - Admiti engolindo o nó que já havia se formado na minha garganta.

Pedro se aproximou e me beijou, calmo e sereno, acariciando minha bochecha.

- Eu tô aqui. Você não vai se livrar de mim tão fácil - Brincou e eu ri sentindo uma lágrima insistente descer. - E então, qual nome você quer dar para os nossos futuros filhos? - Ele perguntou parecendo interessado. Eu soltei uma gargalhada gostosa e neguei.

- Que mané filho - Fiz cara de nojo. - Não gosto de criança.

- Você é toda babona no Luke.

- É diferente. - Dei de ombros.

- Bom... Eu quero Martina - Disse olhando pro teto branco de gesso.

- Achei que fosse querer um menino.

- Não, não. - Negou com a cabeça. Eu sorri vendo a carinha dele - Imagina só uma menininha igual a você... Mas com a minha personalidade, é claro. - Eu ri e bati fraco nele, que riu de mim. - Estou brincando... Mas eu realmente quero uma menina.

- Por que?

- Não sei - Deu de ombros. - Eu só me imagino sendo pai de uma menina. Levando ela pra escola, odiando os namorados, ou namoradas dela - Sorri pensando nisso, Pedro é ciumento e fica todo amoadinho com ciúmes, seria uma cena engraçada.

- E se fosse menino?

- Bernardo. Eu gosto desse nome. Quais nomes você daria?

- Não sei, nunca parei pra pensar nisso, estava ocupada demais com coisas importantes - Dei de ombros e vi de relance ele revirar os olhos.

Ficamos mais um pouco fazendo carinho, até ele falar alguma coisa.

- Alie?

- Hm? - Resmunguei de olhos fechados.

- Você, é só minha - Sorri sentindo o coração dele bater mais forte. Abri os olhos e olhei dentro daquela imensidão de azul que eram seus olhos.

- Só sua. Pra sempre. - Murmurrei antes de beija-lo.

Deitamos abraçados e dormimos assim, agarradinhos.

É nesses momentos que eu tinha a absoluta certeza de que Pedro Benson era o homem e que um dia ele seria Pedro Benson Cooper. Isso soa tão próximo agora. Eu não poderia estar mais feliz.

A Distância é uma drogaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora