Capitulo 4 - Ele Quem Manda

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- E você? Como está sendo sua rotina?

Rangel é meu psicólogo desde quando eu tinha quinze anos e meu pai me obrigou a fazer terapia. Tinha três anos que eu não voltava. A última consulta ela quis saber meus medos, segredos e mais sobre meus sonhos, e como eu me sentia sobre a morte de Ângela. Era demais pra mim, entende? Eu sei que estou aqui para curar feridas, mas eu não quero cutucá-las de forma que vão me fazer gritar de dor.

Eu sou queria algum remédio que me fizesse esquecer de tudo o que eu fiz. A culpa que eu sinto dentro de mim. Todos os meus medos. Esquecer Vânia, Renata, Suelen, Beatriz e a morte de Lavínia.

- Normal.

- Muitas responsabilidades?

- Muito trabalho.

- Fiquei sabendo sobre sua galeria. Fiquei feliz que esteja realizando um sonho.

Lembro das duas noites atrás.

Victor... Me pegando por trás como um animal selvagem. Não tendo nenhuma piedade enquanto me fodia por trás, no estacionamento da galeria.

Não tivemos nenhum contato. Não liguei, ele também não me procurou. Eu preferia assim, mas eu não conseguia esquecer da sua boca em meu pescoço. Das suas mãos no meu sexo, do seu pau totalmente enterrado em mim.

- Amélia?

Saio dos meus devaneios e olho para Rangel:

- Desculpa, estava com os pensamentos à mil.

- O que estava pensando?

- Trabalho. – minto. – Muito trabalho.

Ele anota algo em seu caderninho que sempre me deixa intrigada.

Seus olhos sempre bem atentos a cada movimento, gesto que eu faço. Isso me deixa encabulada, com medo de fazer algo.

- E o sexo, Amélia? Como está?

- Muito bem!

- Com quantos parceiros você tem feito sexo semanalmente?

Eu não parava para pensar nisso. De verdade! Eu não paro pra contar com quantos homens eu transo, eu tenho coisa melhor pra fazer do que fazer isso:

- Eu não sei, Rangel. Quatro? Cinco? Vai saber... Eu, de verdade, não paro pra contar com quantos homens eu vou pra cama.

Ele respira fundo e anota mais e mais coisas em seu caderno:

- Colocando o sexo como se fosse uma válvula de escape novamente.

Respiro fundo e reviro os olhos:

- Você não gosta de sexo? – ele sorri. – É sério? Qual o problema? É apenas sexo!

- Eu amo sexo, Amélia. Mas não uso isso para escapar das minhas angustias.

- Acho que a sessão acaba por aqui.

- Que dia você irá se abrir comigo, Amélia? Contar o que realmente passa pela sua cabeça?

- Eu já te disse.

- Você quer encontrar um remédio para acabar com isso, mas o remédio é a fala. Você precisa conversar, dizer o que se passou há...

- Era uma casa grande, um porão bem sujo.

- Isso você já me disse. Quero saber o que se passou lá dentro com você. O que faz você ansiar por sexo.

- Chega! Nossa sessão acabou.

Levanto e deixo algumas notas de cinquenta em cima da mesinha de centro e saio sem me despedir.

PURO DESEJO - LIVRO 1Where stories live. Discover now