Capítulo 10 - Band-Aid

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Chego ao hospital em menos de vinte minutos.

Eu estava tonta, não tinha ligado para ninguém antes de ver a gravidade do problema.

Tinha acontecido alguma coisa com Henrique e meu corpo estava gelado e trêmulo.

Passo pela recepção correndo.

O hospital estava cheio e até passo na frente de umas mulheres que estavam chegando para pedir informação:

- Eu preciso saber o que aconteceu com meu irmão.

- Calma, senhora! Qual é o nome completo dele?

- Henrique Vieira Dantas. – digo limpando as lágrimas e tentando controlar minha respiração.

- Ele está na sala de cirurgia, acabou de entrar. Vou chamar um enfermeiro para que ele possa te dar mais informações, ok?

- Cirurgia? O que?

- Eu vou chamar uma pessoa que pode te explicar melhor. – diz com a voz suave. – Sente-se ali e já, já vamos te atender.

Meio tonta eu me sento no sofá pegando minha garrafa de água dentro da bolsa. Eu não sabia como dar a notícia para o meu pai ou para Miguel. Eu não sabia se eu tinha que esperar a cirurgia acabar para despreocupá-los, ou se eu ligaria agora mesmo;

Uma enfermeira estava vindo e eu me levanto rapidamente para escutá-la:

- O que houve com meu irmão?

- Você é irmã de Henrique Dantas?

- Sim, sou eu.

- Eu sou a doutora Marília. Ele sofreu uma overdose que comprometeu os pulmões.

- E isso quer dizer...

- Que estamos fazendo o possível para que ele fique bem. A cirurgia vai demorar um pouco, mas logo vamos estar te dando o retorno.

- Ele vai ficar bem? Me diz que ele vai ficar bem.

- Vamos fazer o possível para que ele fique bem, ok?

- Ok.

Tento conter minha respiração para que ela fique mais calma e regular. Sento no sofá e saco meu celular de dentro da bolsa e procuro o número de Miguel na agenda.

Ele atende no terceiro toque:

- Oi. – atende um pouco animado.

- Miguel eu preciso que você me encontre no Hospital São Paulo.

- O que houve com você?

- Não é comigo o problema. – paro e respiro fundo. – É Henrique. Ele está passando por uma cirurgia agora. Ele teve uma overdose.

- O QUE? – grita. – Em dez minutos eu estou ai.

- Não avise para o papai. Não agora.

- Tudo bem.

Vejo da porta sair Marcelo, e meu ódio cresce. Pego minha bolsa e vou até ele pisando duro e tentando conter minha raiva para não brigar dentro de um ambiente hospitalar.

- O que você está fazendo aqui desgraçado?

- Eu que trouxe Henrique. Cadê os agradecimentos primeiro? Não tenho nada a ver com isso. – ele tenta passar por mim, mas seguro seu braço e o faço ficar cara a cara comigo.

Ele era mais alto que eu, gordo, usava correntes de ouro pendurada no pescoço, sua pele era clara e com tatuagens próximos aos olhos:

- Agora você vai fazer de desentendido, né desgraçado?

PURO DESEJO - LIVRO 1Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang