Capítulo 18 - Precisamos Recomeçar

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Eu me arrependi de ter falado isso para Victor.

Ele defendia sua ex-cunhada com todas as garras, dizendo que não poderia ter sido ela de maneira alguma. Mas mesmo assim, também não querendo tirar minha razão, ligou para casa onde Ingrid morava com a mãe

Eu não escutei a conversa, pois Victor preferiu que fosse particular. Parecia que estava sendo difícil para ele conversar com sua ex-sogra pelo telefone, e eu queria dar esse espaço a ele.

Henrique estava de cara amarrada. Não tinha feito nenhum tipo de piadinha sem graça, e eu até estava assustada com isso.

Victor volta olhando para o celular, mas parecia calmo, como sempre foi:

— Ela estava em casa. Não tem como ela ter saído. Não é ela, Amélia. Eu juro. Ela é louca, doida, mas não a ponto de botar fogo numa casa. Isso você pode ter certeza.

Tiro o ar dos pulmões, e sento no sofá tentando achar um culpado para essa história toda. Eu nunca tinha tido atrito com ninguém que pudesse atentar contra mim, então era difícil analisar quem tinha feito aquilo.

— Vai ficar tudo bem, ouviu filha? — meu pai senta ao meu lado me abraçando. — A gente levanta aquela casa, e transforma em seu lugarzinho de novo. Compra suas coisinhas...

— Pai, eu vou montar o espaço na galeria mesmo para pintar, colocar minhas coisas. Fica mais fácil pra mim, pro Geovane... Enfim...

— Vê o que fica melhor pra você. Eu estou do seu lado sempre, filha.

— Momento papai e filhinha. Que lindos! — Henrique ri debochado. — Me deu náuseas.

Henrique quieto durou pouco demais.

— Eu também te amo, filho.

— Eu sei que me ama, velho. – ele levanta o copo de água ironicamente.

— Bom, pai, eu vou embora. Eu preciso pensar no que eu vou fazer e... Eu te amo, obrigada!

— Conte comigo sempre. ­­— diz abraçando-me.

— Obrigada, pai.

Victor despede do meu pai com um aperto de mão sem graça e apenas acena para Henrique que não dá um pingo de atenção mexendo em seu celular.

***

— Nosso primeiro dia de namoro não está saindo nada como nós dois planejamos. ­— digo respondendo um e-mail para Erica enquanto Victor faz panquecas.

— Nosso primeiro dia de namoro está maravilhoso! – ele me dá um olhadinha por cima dos ombros. – Você é demais, Amélia. E eu tô sentido por você ter perdido todos os seus quadros. Eu queria ter conhecido seu espaço, e suas técnicas de pontilhado melhor.

— Eu vou ter tempo de fazer tudo isso, com calma. Agora eu preciso focar nesse desfile, Victor. Amanhã sai nossa campanha e eu tô em êxtase.

— Tenho certeza que ficou tudo maravilhoso, meu amor.

Fecho o notebook e vou para perto do fogão, onde ele estava fritando as panquecas.

— Preciso te perguntar uma coisa.

— Pergunte. — fala ele arqueando uma sobrancelha.

— Você tem uma filha?

Victor se queima sem querer ao girar uma das panquecas, e vai direto para a pia lavar sua mão com água gelada.

— Desculpa, desculpa, meu Deus! — desligo o fogão para que não queimasse , e vou acudi-lo. – Tá bem?

Ele enrola um pano na sua mão e se encosta na pia com os olhos fechados:

PURO DESEJO - LIVRO 1Where stories live. Discover now