Capítulo 14 - Preparando-se para a guerra

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Já havia se passado uma semana desde que Aria brigara com Tumen, mas ele ainda não tinha se conformado

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Já havia se passado uma semana desde que Aria brigara com Tumen, mas ele ainda não tinha se conformado. Depois da briga, Tumen saiu de Thoronbar e foi a todos os lugares onde Aria o havia levado, esperando encontrá-la. Foi até a cachoeira, mas não havia ninguém, foi até a oficina, ninguém, voltou para o centro da cidade, mas Aria também não estava lá. Voltou ao palácio não por querer, mas por precisar. Caso contrário voltaria a Andunëar, não queria mais permanecer em Armendor. Mas ele não podia decepcionar seu tio, por isso voltou.

Durante toda aquela semana ficou vagando pelos corredores do palácio. Queria ficar sozinho, pensando. Acabou deixando de lado suas obrigações. Rei George olhava seu sobrinho e ficava cada dia mais preocupado, sem entender porque ele agia assim.

Um dia, logo de manhã, rei George foi até o aposento de Tumen e o chamou para treinar. Queria que Tumen se distraísse. O rapaz pegou sua espada e foi até o campo de treinamento. Vários soldados já se preparavam para a guerra. Tumen atravessou o campo e foi até o seu oponente. O treinador vestia uma armadura simples, mas que o protegeria durante o treinamento. Tumen mal havia entrado na área de luta e já tomou posição.

– Ei! – disse o treinador. – Tenha calma, príncipe Tumen. Coloque primeiro a armadura e depois começamos a luta.

– Não precisa – disse Tumen, dispensando os homens que traziam a armadura. – Eu treinarei sem armadura.

– Se vossa Alteza prefere assim! – concordou o treinador, já se posicionando.

Eles começaram a lutar. Atacavam tão rápido que era difícil saber quem tinha a vantagem. A luta durou alguns minutos e logo eles pararam.

– Alteza, vejo que está em ótima forma – elogiou o treinador.

– Obrigado! Agora vamos continuar – disse Tumen.

Rei George observava a luta. Tinha que concordar, seu sobrinho lutava muito bem. Ao menos o treino faria com que Tumen não ficasse se lamentando pelos corredores, e ele também já ficava preparado para enfrentar o líder do exército inimigo.

Tumen começou a lutar novamente. Então se lembrou do dia em que ele e Aria duelaram em Thoronbar. A cada golpe do treinador ele enxergava Aria atacando. Lembrou-se que depois daquele duelo eles deram o primeiro beijo. Começou a se desconcentrar na luta. Seus ataques começaram a falhar e sua defesa se desestabilizou. O treinador aproveitando o momento de fraqueza acertou o braço de Tumen. No mesmo momento, Tumen esqueceu o que estava pensando. Largou a espada no chão e apertou o braço cortado.

Todos em volta pararam seus treinos e olharam para ele. Seu braço sangrava cada vez mais. O rei fez o sobrinho se sentar. Tumen tirou a túnica e olhou o corte. Dessa vez ele era mais profundo, o treinador não tivera pena. Um dos criados que ficavam na área de treino trouxe algumas bandagens e água. O próprio rei limpou e enrolou as bandagens no braço do príncipe.

– Tumen, o que está acontecendo com você? – perguntou o rei depois que finalizou o curativo. – Você está se alimentando mal, não dorme, fica andando pelo palácio e agora se desconcentrou em uma luta e se machucou. Você não poderá enfrentar Laurethôl se continuar assim.

– Tio – disse Tumen, abaixando a cabeça –, lembra-se de quando eu saía do palácio e ia andar pela cidade? Eu disse que era para ver uma garota. O senhor se lembra?

– Sim – respondeu o rei. – Claro que eu me lembro. A jovem que o salvou na floresta. Mas o que aconteceu?

– Eu fui um tolo – disse Tumen. – Eu a magoei, meu tio. Não contei a ela quem eu era de verdade. E é claro que ela descobriu. Ela não me perdoou, disse que não sentia por mim o mesmo que eu sinto por ela. Mas eu a amo tanto. O que eu posso fazer agora? Não posso voltar no tempo.

– Sabe, Tumen – disse o rei, se sentando ao lado do rapaz. – Vou lhe contar uma coisa que mais ninguém, além de seu pai, sabia. Quando eu era mais jovem eu era como você. Gostava de aventuras, não queria ficar preso dentro do palácio. Então eu saía escondido para ficar cavalgando pelos arredores. Um dia eu parei perto de um rio para me refrescar. Quando me abaixei para beber um pouco de água, vi que uma bela jovem estava nadando. Ela era linda. Então, decidi que todos os dias viria vê-la.

– E ela descobriu que o senhor ia vê-la nadar? – perguntou Tumen, curioso.

– Ela descobriu – disse rei George. – Mas eu não queria que ela soubesse quem eu era, assim como você. Sabe por quê?

– Sim, acho que eu sei – respondeu Tumen. – Porque o senhor teve medo que ela não quisesse conhecer você melhor por ser da realeza.

– Exato – afirmou o rei. – Então eu sempre ia vê-la nadar. Comecei a me apaixonar por ela. Eu era tão jovem e pensava que tudo o que aconteceria comigo daria certo. Ela não morava na Cidade das Torres, mas em um vilarejo ali perto. Mas um dia ela precisou ir até a cidade comprar suprimentos. E ela me viu junto com meu pai enquanto andávamos pela cidade.

– E o que aconteceu? – perguntou Tumen.

– Eu tentei explicar a ela – respondeu o rei –, mas ela não quis me ouvir. Depois daquele dia nunca mais a vi. Ela foi meu primeiro amor.

– Mas depois disso o senhor se casou com tia Marien – disse Tumen.

– Sim – concordou o rei. – E aprendi a amá-la também. Uma esposa maravilhosa, uma ótima rainha.

– Mas tio, eu ainda não entendi como isso pode me ajudar? – perguntou Tumen. – Sua história é bem parecida com a minha, mas quero que Aria me perdoe.

– Eu sei – disse o rei. – É por isso que eu contei minha história. Caso não tenha percebido, eu não fui atrás dela e a perdi. Faça diferente, Tumen. Vá atrás de Aria e tente conversar com ela. Esclareça tudo, não esconda mais nada. Tenho certeza que ela vai perdoar você. Faça isso antes dessa batalha, para tirar esse peso da consciência e se concentrar mais em seu dever.

– Sim – disse Tumen, levantando-se. – É isso que eu vou fazer. Vou atrás dela. Obrigado tio, o senhor me ajudou muito.

Tumen saiu correndo, trocou a túnica suja de sangue e depois foi até o estábulo buscar Rohalak. Montou e saiu do palácio.

Este capítulo foi bem curto, mas Tumen tomou uma decisão importante

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Este capítulo foi bem curto, mas Tumen tomou uma decisão importante.

Como será que ele vai resolver isso tudo, hein?

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Até o próximo capítulo.

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Série Guerreira - Livro 1 - ArmendorWhere stories live. Discover now