Capítulo Onze

715 121 46
                                    

Miguel Martins:

Em busca de algo salgado, caminhava pelo supermercado com Arnold ao meu lado. Observando seu semblante, percebi que, agora, ele parecia um pouco mais feliz do que algumas horas antes. Seus olhos, antes carregados de tristeza, agora refletiam uma luz de alívio. A jornada ao supermercado e a perspectiva do "plano delicioso" estavam exercendo um efeito positivo em Arnold, tornando o momento mais leve e descontraído do que havia sido anteriormente.

— Como se sente? — Perguntei e Arnold olhou pra mim. — Se quiser conversar, sou todos ouvidos!

— Acho que ainda é um pouquinho difícil, afinal estou junto do Thomas a quase um ano e meio! — Arnold falou. — Nunca pensei que terminaríamos por causa da família dele cair, que dizer eu já havia dito para que ele saísse dessa vida antes que fosse tarde.

isso realmente era verdade, me lembro de um monte de vezes que Arnold dizia isso e Thomas falava que não poderia abandonar a família dele e só virasse as costas Seria como uma traição a tudo que foi ensinado desde a infância.

— Ele fez o certo, para te proteger. É com gestos assim que percebemos quando alguém realmente se importa com você! — Falei, enquanto pegava algumas massas de tomate. — Às vezes, gostaria de ter alguém que se importasse comigo da mesma forma que o Thomas e você se importam um com o outro. Não como o meu pai ou as pessoas do sítio, mas de uma forma mais profunda.

Arnold riu e me encarou com um olhar debochado.

— Miguel, você ainda não percebeu? — Arnold perguntou.

— Percebi o que? — Perguntei curioso, e meu amigo revirou os olhos.

— Não sei quem é mais lerdo! — Arnold falou. — Você ou o Alison!

— Por que você está dizendo isso? — Perguntei. — O que o Alison tem a ver com isso?

— Miguel, ele gosta de você profundamente — Arnold falou. — Dá para perceber pelo olhar que ele manda em sua direção. Ele até quer fazer todo mundo que faz parte do seu cotidiano gostar dele desesperadamente.

— Isso não pode ser verdade! — Falei. — Ele só me vê como um amigo! Ele mesmo disse isso.

— Não, ele gosta de você de maneira romântica também — Arnold disse e suspirou ao me encarar. — Amigo, repare nos sinais dele. Aposto que disse que te via apenas como amigo para não colocar muita coisa na sua cabeça! Agora vamos pegar o resto das coisas!

Ele saiu me puxando, e eu fiquei com o que ele disse na cabeça o tempo todo.

O Alison gosta de mim de verdade. Se for isso, então ele quis esconder tudo isso para não sobrecarregar minha mente. Não sei se acho fofo por ele fazer isso ou fico magoado por ele não ter dito antes.

Esses pensamentos tomaram conta da minha mente, e acho que Arnold percebeu, pois me encarava o tempo todo, soltando risadas e dizendo que estou parecendo um bobo com a cara que estou fazendo. Cada pequeno detalhe desde que conheci Arnold veio à minha mente, principalmente o que aconteceu nas últimas duas semanas, com ele fazendo amizade com os gêmeos, ajudando Rosangela com qualquer coisa, sempre vivendo até mim para conversar, até mesmo com meu pai. Lembrei das vezes em que o mesmo me olhou com um sorriso surgindo nos lábios e os olhos brilhando intensamente.

— Vejo que se lembrou dos detalhes — Arnold disse. — Ele está perdidamente apaixonado.

— Eu... vamos deixar isso de lado — Falei, pegando tudo que tínhamos da lista e fomos ao encontro do Alison, que estava na fila do caixa e parecia um pouco distante de tudo ao redor dele.

— Alison! — Arnold chamou.

Alison não respondeu, então no minuto seguinte Arnold deu um tapa com tudo nas costas dele, chamando a atenção de Alison, que choramingou.

Memórias Do seu Coração (MPreg) | Livro 1.5 - de amores perdidos e encontradosWhere stories live. Discover now