Capítulo Quinze

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Alison Reed:

Olhei para Miguel, que estava terminando de arrumar a decoração que Arnold quis fazer. Na verdade, ele estava comendo um pouco da comida que trouxemos e esperando que o casal de ouro entrasse para o lado de dentro. Devo dizer que isso me deixou um pouco divertido, mas não estava gostando de simplesmente ficar em pé sem fazer nada. Observei Miguel atentamente enquanto ele dedicava-se à decoração, e me peguei pensando o quanto ele era encantador. Seus gestos cuidadosos ao organizar cada detalhe faziam meu coração bater um pouco mais rápido. Enquanto saboreava a comida que trouxemos, ele emanava uma beleza que me deixava fascinado.

De repente, percebi-me envolto em sentimentos que nunca havia experimentado antes. A forma como seus olhos brilhavam ao focar na tarefa em mãos, sua presença cativante... Miguel tornou-se uma visão irresistível aos meus olhos. Em meio ao burburinho da celebração, me vi querendo estar mais próximo dele, compartilhando não apenas o espaço, mas também o calor daquela conexão recém-descoberta.

Tentei disfarçar meus sentimentos, mas a verdade é que Miguel tinha despertado algo em mim, me deu a luz que a minha vida precisava. Mal podia esperar para que o casal de ouro entrasse, dando início a uma noite que parecia promissora em muitos aspectos, especialmente no que dizia respeito à possibilidade de conhecer Miguel de maneira mais profunda.

— Por que tivemos que vir junto do Arnold? — perguntei na direção dele.

— Para dar os parabéns, para ele e para o Thomas, que estão esperando um filho — Miguel me respondeu. — Fazer parte desse momento especial deles, é para isso que serve uma família.

— Mas só nós dois! — falei em descrença. — Por que não trouxe os outros, ainda mais as crianças? Com toda certeza, iriam adorar tudo isso aqui.

— As crianças foram para a escolinha, e o Pietro foi para a escola! — Miguel respondeu divertido. — Rosangela está cuidando do Erick, e o Mark e o papai estão cuidando do Luigi e do Stefano!

— Então, só nós estávamos livres — falei para ele. — Se quiser, enquanto o Arnold e o Thomas não entram, podemos nos beijar ou fazer algo só nosso.

Miguel sorriu, seus olhos brilhando com uma sugestão travessa.

— Acho uma excelente ideia. Afinal, quando foi a última vez que tivemos um momento só nosso? — ele disse, se aproximando com um olhar sugestivo.

A atmosfera ao nosso redor parecia carregada de expectativas. Em meio à celebração ao redor, nos perdemos na nossa própria bolha de intimidade. O tempo parecia desacelerar, e o único som que importava era o suave murmúrio da conversa ao fundo.

— Talvez devêssemos aproveitar cada segundo, não é mesmo? — sugeri, sentindo o coração bater mais rápido à medida que nos aproximávamos, prontos para compartilhar um momento especial só nosso.

Ele se aproximou de mim novamente com um sorriso ainda maior, e eu estava sentado no sofá, deixando-me deitar lentamente. Seu sorriso se ampliava, e o clima estava perfeito. Antes que nossos lábios se tocassem, ouvimos um grito de raiva.

— O QUÊ VOCÊ QUER? — Arnold gritou do lado de fora.

Miguel se levantou rapidamente, e eu fui atrás dele.

Ao sair da casa, deparei-me com Arnold e Thomas abraçados, mas encarando um homem mais velho que lembrava um pouco o Arnold. Miguel estava parado no batente da porta da casa, observando a cena com uma expressão curiosa.

— Eu sou seu pai! — O homem falou. — Quem é esse que você está abraçando?

— Namorado dele e pai do futuro filho que ele carrega! — Thomas respondeu, fechando a expressão. — E você, é o pai que mandou o filho embora de casa por ser gay!

Memórias Do seu Coração (MPreg) | Livro 1.5 - de amores perdidos e encontradosWhere stories live. Discover now