Capítulo 16: Limites

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D A V I D

Sinto a luminosidade incomodando meus olhos e acordo. Olho ao redor encontrando minha sala e suspiro. Acabei dormindo no sofá com Mackenzie mais uma vez. Ela repousa cansada nos meus braços e sua respiração segue profunda. Ela é tão linda que me aterroriza. Como é possível a coisa que eu mais quero no mundo ser também a que eu mais tenho medo?

Mackenzie pode me destruir, sei disso, mas ainda sim não tenho senso de preservação suficiente para deixá-la ir embora.

Espio o relógio no meu pulso e vejo que são 06:30. Tenho que sair em breve para encontrar meu pai. Com cuidado desloco meu corpo para o lado deixando Mackenzie deitada no sofá e fecho as cortinas para que ela continue dormindo. Vou até o quarto acordar Taylor, o encontro embolado com Penn em seus braços e dou risada.

Eles são uma bagunça, mas são um casal interessante. Me aproximo dele e dou uns tapas em seu ombro descoberto — Ei, levanta vacilão. Temos que sair. — ele abre os olhos com a maior cara de ressaca e pisca algumas vezes até me ver — Bom dia, flor do dia. Levanta. Temos que sair em meia hora.

Ele assente e geme mal-humorado. Ligo a cafeteria para preparar um café e vou me arrumar. Já coloco todas as camadas de roupa necessária para ficar no meio do mato por horas esperando a porra de um cervo aparecer e os caras atirarem nele. Não é nem de longe meu passeio preferido para o final de semana, mas é tradição.

Quando termino de colocar a blusa térmica, Mackenzie surge sonolenta e descabelada na porta do quarto. — Ei, bom dia.

Sua voz rouca me faz sorrir — Bom dia. É cedo ainda, você pode voltar a dormir. — digo e ela balança a cabeça sonolenta. — Vocês já estão indo?

— Sim. Você tem certeza que vai ficar bem sozinha?

— Não sou um bebê, David. Sei me cuidar e acho que vou passar o final de semana com a Penn na casa da Delta.

Concordo e vou terminando de colocar as camadas de moletons e deixo a parka por último. Pego minha toca e luvas e ela se aproxima de mim — Temos que terminar a conversa de ontem depois.

— Ok.

Suspiro, mas por mim já estamos encerrados com esse assunto.

— Vocês vão de carro?

— Não. Vamos até a casa do meu pai e de lá vamos com a caminhonete dele. A estrada não é tão boa pra ir de moto.

Ela balança a cabeça de novo e dou risada, porque ela parece um zumbi. — Pode voltar a dormir. — digo e faço um carinho em seu rosto, sua bochecha esquerda está com a marca da costura do travesseiro e rio fraco.

Ela me dá outro aceno. — Só queria te dar um beijo de despedida. — me aproximo e seguro seu rosto dando um beijo em seus lábios. Ela abraça minha cintura e repouso minha testa na sua, olhando em seus olhos e me sentindo inteiro de novo. Tivemos nossa primeira briga como casal não oficial e isso me assustou pra cacete.

— Tivemos nossa primeira DR. — digo e ela me dá um sorriso travesso.

— Agora não tem mais volta, somos um casal.

Ela diz e respiro fundo aliviado e aterrorizado. Somos um casal. Porra.

— Sem mais segredos?

Ela morde o lábio e desvia o olhar — Ainda não. Vamos com... calma. Não importa o que os outros sabem sobre a gente. Importa o que a gente sabe.

Concordo e seguro sua nuca a puxando para um beijo de verdade, mas ela recua. — Ei, não escovei os dentes ainda.

— Não ligo. — tomo seus lábios sem deixar que ela recue novamente e ela suspira. Seus lábios estão levemente secos, mas trato de chupa-los e beijá-la com toda a vontade do mundo, mas ainda sim com carinho e calma.

RelentlessWhere stories live. Discover now