Capítulo 24: Esperar

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M A C K E N Z I E 

Tiro os sapatos ao entrar no quarto e sorrio com a infeliz lembrança da casa dos Summer. Balanço a cabeça e me jogo na cama encarando o teto branco e escutando as vozes no corredor agitado. É sexta-feira e as garotas estão animadas para festas de fraternidade e bares. Há uma semana eu estaria com a mesma animação, mas não por festas e sim porque estaria com David.

O pensamento do quanto minha vida inteira mudou em apenas sete dias me incomoda e respiro fundo buscando forças para não me afundar na dor que assola meu peito.

Uma semana desde o fim do conto de fadas, mas ainda que eu tente educar minha mente para não pensar nele, é difícil porque ele está ali nos pequenos e grandes momentos do meu dia. Quando acordo e não encontro ao meu lado, quando vou tomar café e ele não está ali para roubar um pedaço do meu sanduíche. Na hora do almoço, nas aulas, no final do dia quando eu costumava me sentar com ele e relaxar em seus braços... Ele está em todos os pequenos detalhes do meu dia e é difícil.

Olho para o elástico cinza preso no meu braço e suspiro deixando o tecido estalar contra minha pele. Porque essa é uma das poucas provas que tenho de que tudo que vivi com David foi real, minha mente está começando a me sabotar e as vezes me pego pensando se realmente tudo aquilo aconteceu, se as palavras, os beijos e o amor foi de verdade ou apenas uma doce fantasia do meu subconsciente... Mas então olho para a nossa aliança de compromisso e respiro fundo porque foi real. É real, porque se não fosse a dor não seria tão intensa assim...

Pra Sempre.

Ainda posso ouvir seus lábios sussurrando essas palavras no meu ouvido antes de dormir. Ainda posso sentir o cheiro dele nas minhas roupas e a maneira como seus olhos brilhavam contra os meus quando eu sorria. E é por todas essas coisas que sei que foi real.

Meu telefone toca me tirando da minha autopiedade e vejo o nome de Penélope — Oi.

— Oi! Não vou conseguir ficar com você hoje. Vou sair pra jantar com o Tay. A gente finalmente se acertou. – ela diz aliviada e sorrio, porque depois fiquei me sentindo culpada por ter interferido no relacionamento deles de forma indireta ao citar a história de Debrah.

— Ah, que ótimo! Divirtam-se, mas você não precisa ficar me rodeando, Penn. Estou bem.

Ok... Se precisar de alguma coisa me liga. Amo você.

— Amo você também.

Desligo o telefone e caio na cama entediada.

Brian: Esteja pronta em 30min. Noite de pré-jogo no Arcade. Vamos encher a cara!

Eu: YAY!

•••

Meia hora depois Brian e eu entramos no bar lotado de torcedores e do time de futebol todos enlouquecidos e bêbados fazendo barulho por aí. Brian está com um boné do time e sem a familiar jaqueta hoje. Meus olhos vasculham a bagunça barulhenta no interior e dou risada. Ele me leva de mãos dadas até a mesa do time e cumprimento todos os jogadores que conheço. Eles estão mais calmos, com cervejas na mão e porções na mesa, parecem tranquilos, diferentemente das outras vezes — O que tá rolando com eles? Estão quietos.

Pergunto a Brian e ele ri — A gente tomou um esporro do treinador, sem álcool pro jogo amanhã, então estamos restritos a cerveja zero.

Ele diz pegando uma Bud para provar o ponto. Faço uma careta e ele dá de ombros — Não é tão ruim. Quer jogar? Ei Jensen, tá a fim de perder mais uma grana pra essa gata aqui nos dardos?

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