Capítulo 38: Afundar

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M A C K E N Z I E

— E ai o Hunter fez o que? Foi lá e encheu a cara com a vodca cheia de iorgurte. — Jensen diz fazendo a mesa inteira rir e rio junto porquê de fato a história é engraçada. É sábado à noite e estamos todos no Arcade... Quase todos. A cadeira vaga ao meu lado indica a ausência de David e ainda que eu consiga dar pequenos passos adiante sem ele, ainda sinto sua falta todos os dias, principalmente em momentos como este, aonde ele estaria me provocando com olhares e sorrisos lindos enquanto toma sua BudLight. Tomo um gole do que era sua cerveja preferida e solto um suspiro pesado. Penn olha para mim e me dá um sorriso de conforto.

— Vai a merda, Jay. Nem fodendo eu ia desperdiçar uma goto de Grey Goose assim. Vocês americanos não dão valor pra nada. – Hunter explica rolando os olhos e todo mundo ri.

A Ômega está em peso no bar porque amanhã é dia de jogo de futebol, o que também me traz a ausência de Brian. Faz semanas que não nos falamos e decidi não enviar mensagens a ele porque se ele realmente sente minha falta, deveria demonstrar.

O dia a dia não é o mesmo e tudo parece diferente. Deus até mesmo eu mudei e sei que isso é um grande passo. — Vem dançar! – Camille me puxa pelo braço e me dou por vencida indo com ela até a pista, levando minha cerveja junto. Ela começa a dançar sensualmente chamando atenção das pessoas, mas eu não tenho toda essa habilidade então não me arrisco tanto. Um homem se aproxima e reconheço ele de alguns jogos de hóquei de Taylor, Cami se afasta um pouco de mim e começa a dançar com ele me fazendo rir. Quando estou pronta para ir ao bar pegar mais uma cerveja, Jensen vem até mim com duas garrafas de Bud e um sorriso simpático.

— Prontinho, linda. — ele diz sendo gentil. Todos os membros da fraternidade agora vivem ao meu redor, mais do que antes. Sei que David deve ter dado alguma instrução a eles sobre mim e não tenho certeza se fico brava ou contente por isso.

— Obrigada. — dou um gole sentindo a bebida gelada descer pela garganta refrescando meu corpo. Ele bebe também e me dá um olhar esquisito.

— Vem cá. Vou fumar um e não posso te deixar sozinha. — ele diz e balanço a cabeça. Olho para a mesa dos nossos amigos e eles estão virando shots animados e felizes. Jensen e eu saímos para a área de fumantes e a leve brisa gélida da noite me arrepia e refresca ao mesmo tempo. Vejo os carros estacionados na frente do bar e a avenida movimentada a alguns metros e isso me faz pensar em Dave. Em como sinto falta de andar de moto por aí com ele e de sentir a liberdade abraçar meu corpo.

Jensen acende um cigarro e para ao meu lado — Você sente falta dele, né?

— O tempo todo. — digo ainda com o olhar fixo na cidade.

— Já, já ele sai e vocês estão juntos de novo.

— Eu sei... Mas ainda temos vinte e nove semanas... Parece que cada dia que passa o tempo passa mais devagar. — admito e me ajeito contra o guarda-corpo. Jensen intercala um gole de cerveja com uma tragada de cigarro e não tinha reparado na semana entre ele e David até agora. Os dois seguram a garrafa e o cigarro da mesma forma e isso me faz sorrir.

— Terminei com a Kate. — ele desabafa e franzo o cenho surpresa ao me dar conta de que realmente já faz um tempo desde que vi os dois juntos pela última vez, mas estive tão centrada na minha autopiedade que ficou difícil reparar na vida dos outros.

— Sinto muito.

Ele dá de ombros e expira a fumaça para cima. — Faz parte.

— Pensei que vocês fossem perfeitos um pro outro.

— Não tem essa de perfeitos... Acho que a gente anda por aí procurando alguém que ame nossos defeitos mais do que as nossas qualidades. Mas nem todo mundo está disposto a isso. — ele ponta e paro para pensar um segundo a respeito disso e faz sentido.

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