03. EU DEVERIA TER FICADO NO MEU QUARTO

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Depois de um ano inteiro me desdobrando para conseguir conciliar o balé com os meus estudos e realizar o sonho de entrar na seleção de calouros de Psicologia da maior e mais prestigiada universidade do reino de Orion, o mínimo que eu esperava é po...

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Depois de um ano inteiro me desdobrando para conseguir conciliar o balé com os meus estudos e realizar o sonho de entrar na seleção de calouros de Psicologia da maior e mais prestigiada universidade do reino de Orion, o mínimo que eu esperava é poder comemorar com a minha família em um jantar caprichado com a comida da mamãe, mas é óbvio que a rainha tinha que precisar da Sra. Tomlinson e de seu tempero sem igual hoje.

Apesar de eu ser grata pelo reconhecimento gigantesco que a minha mãe recebe ao ponto de ser a principal chefe de cozinha de ninguém menos que a família real do país, em momentos assim eu gostaria que ela largasse tudo e realizasse o seu sonho abandonado de ter o seu próprio restaurante. Assim, provavelmente, eu não estaria sozinha agora, em um dia que significa tanto.

Às vezes eu odeio a família real de Orion, por terem mais da Sra. Tomlinson do que eu, que sou sua própria filha. Em especial, hoje odeio a rainha Irene e o príncipe Leonard, que é o motivo de todos estarem reunidos para um jantar especial. Ao que parece, e nem deveria ser surpresa, ele também conseguiu uma vaga na Aureum College como todo mundo da família dele que se candidata.

Posso estar sendo completamente movida pelo meu rancor a acreditar nisso, mas tenho quase certeza de que, ao contrário dos mortais como eu, ele e todos os outros membros da realeza sequer precisam se preocupar com notas impecáveis. Basta usar o sobrenome e magicamente a vaga é deles.

"Sofya? Você ainda está aí?", sou tirada dos meus pensamentos pela voz aguda de animação da minha melhor amiga, soando do outro lado da linha.

Eu suspiro.

"Estou sim, Becky", respondo. "Mas ainda não sei se vou conseguir ir ao show do Shane".

Hoje, além de dia em que me torno uma universitária, também é dia de estreia do nosso melhor amigo como cantor oficial de um pub que frequentamos aos finais de semana. Shane Harper, a estrela em ascensão de Orion.

"Espero que esteja ciente de que o Shane ficará muito chateado se você não vir. Sabe que é o talismã da sorte dele", Becky provoca, fazendo-me revirar os olhos com as suas tentativas de me fazer acreditar que o maior pegador que conhecemos tem uma queda por mim.

"Tenho certeza de que ele supera", rebato. "E, além disso, eu não afirmei que não vou. Eu disse que ainda não sei. A minha mãe tá mega ocupada desde ontem e eu ainda não vi o meu pai para pedir permissão".

"Tudo bem então", Becky cede. "Mas me liga assim que puder confirmar ou não, tá bom? Lembra que o show é às oito".

"Como esquecer com vocês dois me lembrando disso o tempo todo?", eu questiono.

"Até mais, Sofya", Becky encerra a chamada antes mesmo que eu possa respondê-la.

Largando o celular sobre a cama, eu me coloco de pé e decido trocar de roupa antes de sair para procurar o meu pai. Por ter passado boa parte do dia enfurnada no quarto, uso meias ¾ com listras de arco-íris e um conjunto de pijama, o que definitivamente não é a melhor opção para ir à um pub ver seu melhor amigo iniciar a sua trajetória de sucesso.

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