08. O MEU DESASTRE

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Suor molha o meu cabelo e escorre pela minha nuca quando eu retiro a máscara de proteção ao caminhar até Niklaus, que me entrega uma garrafa de água e senta no chão, ofegante pelo recente esforço

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Suor molha o meu cabelo e escorre pela minha nuca quando eu retiro a máscara de proteção ao caminhar até Niklaus, que me entrega uma garrafa de água e senta no chão, ofegante pelo recente esforço.

"Você melhorou bastante", comento após alguns goles na bebida, sentando-me ao seu lado.

Não muito longe, Edwin e a babá do meu irmão (que ele odeia que seja chamada assim, apesar de ser o que ela é) nos observam e garantem que não vamos fazer nada que a nossa mãe desaprove, o que é meio absurdo. Não é como se tivesse outra coisa para fazer nesse lugar (a quadra coberta do palácio), além de alguns esportes.

"Não sei se levo o seu elogio em consideração quando você é péssimo, Leo", é o que o meu caçula diz, extremamente debochado para o meu gosto.

Eu crispo os olhos para ele.

"Não acha que isso te torna um ingrato, não? Eu deixo de fazer coisas muito importantes só para treinar com você e garantir que seja o melhor", faço drama, mas, apesar de ser brincadeira, tal coisa me faz lembrar de ter dispensado Taylor antes e de ela não ter gostado nem um pouco.

No entanto, Nik ri, longe de me levar a sério.

"O que de tão importante você poderia ter para fazer? São sempre Theo e Kyle quem fazem o trabalho duro e para nós dois só resta sorrir e acenar, tal como os pinguins de Madagascar".

Acabo rindo da sua comparação.

"Tem razão", respondo.

Por sermos os filhos mais novos do rei, ninguém espera muito de nós além disso, mas levamos tal coisa numa boa. Não estarmos próximos do trono significa podermos respirar um pouco e termos mais liberdade. Dificilmente vejo Kyle aproveitar a vida (com exceção dos momentos que ele passa com a namorada), e Theo.... Bem, ele não é lá um príncipe herdeiro exemplar e acaba fazendo besteira de vez em quando, mas ao menos cumpre com seus deveres, que não são poucos.

"Falando no Timotheo.... Você sente falta dele?", Niklaus me pergunta de repente, o que me pega de surpresa.

Apesar de termos o mesmo pai e de um dia termos sido próximos, Theo se afastou de nós com o tempo e isso fez com que nos tornássemos muito mais com estranhos dividindo o mesmo teto que com irmãos.

Eu dou de ombros.

"Não sei dizer".

Faz cerca de seis meses que ele se alistou para o período militar obrigatório de Orion e desde então nós só nos comunicamos por ligações breves, que o meu irmão mais velho parece fazer a contragosto. No fundo, talvez, eu sinta um pouco de saudade da sua presença silenciosa, mas meu orgulho não me permite admitir.

Provavelmente digerindo a minha resposta, Niklaus assente, deitando-se no chão e apoiando a cabeça em um dos braços. Ele é o caçula de nós e fez quinze anos recentemente, mas já é quase tão alto quanto eu e suas pernas acabam ocupando bastante espaço.

SOBRE UM PRÍNCIPE E AMORES ARTIFICIAIS [COMPLETO] Onde histórias criam vida. Descubra agora