04. EU DEVERIA TER CUIDADO COM O QUE FALO

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Quando a garota desconhecida se ergue do chão com um bicho estranho em mãos, Taylor faz menção de ir até ela, mas a seguro pelo braço por temer no que ela pode acabar se envolvendo

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Quando a garota desconhecida se ergue do chão com um bicho estranho em mãos, Taylor faz menção de ir até ela, mas a seguro pelo braço por temer no que ela pode acabar se envolvendo.

"Eu cuido disso", digo, no provável tom mais firme que já usei com ela. "Volte para o salão e me espere lá, Tay".

Fico esperando que ela reaja negando ser deixada de fora, mas após um olhar firme na minha direção, a lady assente.

"Muito bem", ela diz, tirando os olhos de mim e mirando a garota desconhecida outra vez, a qual parece se encolher diante de nós. Seja quem for, deve estar bem ciente de quem somos. "Até daqui a pouco, alteza", Taylor me oferece um sorriso sedutor e desliza uma mão por minha face, desmontando-me momentaneamente.

Fico olhando ela seguir pelo lado do corredor que leva até o salão, e quando a perco de vista, volto-me na direção da desconhecida apenas para descobrir que a garota se aproveitou da minha distração para tentar escapar. Felizmente, ela não é tão rápida.

Basta dar alguns passos até a dobra do corredor e eu a alcanço, puxo-a pela mão livre e a prendo entre a parede e eu.

"Ei!", a sua indignação dura apenas até o instante em que seus olhos encontram os meus e ela engole em seco ao me reconhecer.

Acabo sorrindo, satisfeito pela primeira vez em muito tempo por ser ninguém menos que um dos príncipes de Orion e poder usar tamanho poder de um título a meu favor.

"Sejamos rápidos", eu digo. "Quem é você e o que estava fazendo naquele corredor, para começar?".

A garota se empertiga, desvia o olhar e pigarreia.

"Pode ao menos me dar um pouco de espaço antes? Não acho que os interrogatórios contemporâneos sejam mesmo feitos dessa maneira", ela rebate.

E é só então que eu percebo estar prendendo a mão que puxei dela acima da sua cabeça, além de haver pouquíssimo espaço entre nossos corpos. A percepção disso é tão desconcertante, que me afasto de imediato e sinto o rosto corar, então o desvio e pigarreio como ela.

"Pode responder agora", a fim de não perder a pose de quem controla a situação, acabo cruzando os braços.

A garota, por sua vez, segura o bicho esquisito no colo e me encara de uma maneira nervosa, mas, ao mesmo tempo, firme.

"Eu me chamo Sofya, alteza. Sofya Tomlinson", ela responde. "Os meus pais trabalham aqui no palácio. Mamãe na cozinha e papai no jardim e na estufa...".

"Isso não responde o que estava fazendo no corredor", percebo, interrompendo-a.

"Pode ser um pouco mais paciente?", ela retruca, como se não pudesse se controlar, e vejo o seu rosto se tornar escarlate enquanto eu fico indignado. "Quer dizer...", ela abaixa o olhar, mordendo o lábio inferior. "Eu só estava no lugar errado e na hora errada porque o furão do meu irmão fugiu e tive que resgatá-lo. Não é como se quisesse presenciar vossa alteza em um momento desconcertante com a lady Taylor no corredor".

SOBRE UM PRÍNCIPE E AMORES ARTIFICIAIS [COMPLETO] Where stories live. Discover now