11. O MEU INFERNO

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Se hoje de manhã alguém me dissesse que eu terminaria o dia sentado em um dos bancos do jardim do palácio e retirando espinhos do cabelo de Sofya Tomlinson depois de ter pego Taylor aos beijos com Travis Ventura na biblioteca, eu provavelmente me ...

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Se hoje de manhã alguém me dissesse que eu terminaria o dia sentado em um dos bancos do jardim do palácio e retirando espinhos do cabelo de Sofya Tomlinson depois de ter pego Taylor aos beijos com Travis Ventura na biblioteca, eu provavelmente me impressionaria com tamanha criatividade e riria com gosto. No entanto, é exatamente isso o que está acontecendo agora.

"Não precisa mesmo fazer isso", Sofya soa nervosa enquanto eu puxo mais um galho de espinhos do seu cabelo, juntamente com alguns prendedores. "É sério".

"Você caiu na roseira por minha causa e não aceita desculpas minhas. Se eu não fizer ao menos isso, me sentirei culpado".

"Eu não caí por sua causa, eu só... Ai!", Sofya se sobressalta quando tenta se virar para me responder e acaba estancando no lugar com uma careta. "Caramba, tem espinho até no meu... ... Em lugares estranhos", todo o rosto dela fica vermelho, entregando completamente quais são os tais lugares.

Acho que, se eu estou achando esse momento para lá de inesperado, Sofya então...

Ela se coloca de pé.

"É sério, vossa alteza. Juro que, dessa vez, a culpa não foi sua e que não precisa mesmo fazer nada por mim".

"Sinceramente, isso é algo que eu nunca esperaria ouvir de você", admito.

Mais do que nunca, sinto como se o universo houvesse resolvido encher a minha vida do máximo de absurdos possíveis em 24 horas. Só isso explica o que vi na biblioteca e o que está acontecendo aqui e agora. Mas ao menos Sofya ter caído no meio de roseiras e ficado cheia de espinhos me distraio do que realmente estava me magoando e do que ainda, possivelmente, tirará o meu sono essa noite.

"Bom", a voz de Sofya me tira dos meus pensamentos, obrigando-me a olhá-la outra vez e perceber o quanto ela está maltrapilha e deveras assanhada após o acidente. "Se me permite, eu vou me retirar agora...", a garota faz uma mesura rápida e insinua ir embora, mas então acaba inesperadamente voltando atrás: "Só para lembrar, vossa alteza, tente não ficar muito perto das hortênsias de novo. Alguém as estragou ontem e eu demorei bastante para consertar tudo".

"Elas são tão importantes assim para você?".

"Não para mim, mas para o príncipe Timotheo".

A sua resposta me pega desprevenido.

"Então você é próxima do Theo?", a minha pergunta parece soar como uma piada, fazendo Sofya rir.

"Que ideia. Como eu poderia ser próxima de vossa alteza?", o tom dela deixa claro que acha isso um absurdo. "O príncipe apenas me pediu para cuidar das hortênsias e é isso o que estou fazendo".

"Achei que só os seus pais fossem funcionários aqui".

"Eu faço por hobby", Sofya dá de ombros. "Minha mãe jamais permitira que eu trabalhasse de verdade, quando ainda preciso estudar".

SOBRE UM PRÍNCIPE E AMORES ARTIFICIAIS [COMPLETO] Where stories live. Discover now