SOBRE UM PRÍNCIPE E AMORES ARTIFICIAIS [COMPLETO]

24. SALVE-ME DA MINHA DESGRAÇA

"Tem certeza de que não quer que eu me meta nesse assunto, Taylor? O silêncio da casa Baumann só fará com que os rumores continuem por mais tempo e isso já a machucou demais, querida. Por que, dentre todos os rapazes do reino, justo um Greenhunter?", do outro lado da linha, Johannes soa frustrado, preocupado e terrivelmente exausto. Tudo ao mesmo tempo.

Faz três dias desde a minha chegada à Orion, e, por consequência, três dias desde o meu escândalo de namoro com Leonard. Mas, ainda assim, esse é o assunto mais comentado por todo o país. Mesmo com a nota oficial da assessoria de imprensa da casa Greenhunter de que o príncipe e eu não temos nada, esta não convenceu a ninguém e os comentários são de que estamos tentando tampar o sol com a peneira e devíamos assumir o relacionamento publicamente logo, como o príncipe Kyle anteriormente fez.

Até meus pais estão alimentando a ideia de que o príncipe apenas me usou para se divertir, coisa que faço questão de que acreditem. Assim, pelo menos, tenho alguns do meu lado e talvez eles possam me ajudar a convencer Leonard do que é certo. Depois de verem nós dois aos beijos, ninguém irá apoiá-lo se o príncipe surgir namorando outra, ainda mais uma sem berço qualquer.

"Está tudo bem, papai. Não se preocupe", enfim digo. "Não quero desmentir os Greenhunter e causar atritos entre nossas casas. Se Leonard não quis admitir nosso relacionamento, ele tem os seus motivos".

"Que motivos? Nem mesmo para nós aquele irresponsável quis...".

"Papai, não se refira ao Leonard assim. Ele ainda é nosso príncipe e o homem que eu amo", o repreendo.

Do outro lado a linha, Johannes bufa.

"São apenas esses motivos que me fazem ficar quieto e aguentar essa situação em silêncio, Taylor. E também porque você quer assim", papai deixa claro. "O que Leonard está fazendo conosco é uma falta de respeito sem tamanho. Bastian mal consegue dormir de tanta preocupação com você e estamos falando sobre ir te fazer uma visita em breve".

"Uma visita?", isso, definitivamente, não estava nos meus planos. "Mas faz só três dias que estou em Dominique, papai....".

"Tempo mais do que suficiente para já sentirmos saudade", Johannes garante. "Por acaso não quer que a visitemos?".

"Que ideia, papai. É claro que quero", digo.

"Ótimo, então. Encerrarei a minha agenda do mês o mais rápido que conseguir para que possamos ir", ele me garante. "Tem mesmo certeza de que quer que mantenhamos silêncio?".

"Sim, papai", quase reviro os olhos com tanta relutância da sua parte em aceitar a minha vontade.

"Está bem", enfim, Johannes cede. "Tenho que desligar agora, mas ligue para o Bastian depois e tente acalmá-lo, ok?".

"Ok".

Assim que encerramos a chamada, largo o celular sobre o colchão da cama e bufo. As coisas não saíram exatamente como eu queria desde que cheguei em Dominique, mas acho que poderiam estar piores. Leonard e eu podemos não estar em um relacionamento de verdade agora, mas o país acredita que sim. E, até onde eu sei, príncipes fazem tudo por seu país.