Capítulo 3 - You never really can fix my heart

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Era difícil de acreditar o que estava acontecendo… Steve, depois de tudo que havia acontecido, havia ido me procurar na loja e estava me esperando para que fossemos passar meu intervalo juntos... Aquilo não podia ser verdade. Enquanto pegava minhas coisas, imaginei milhões de coisas diferentes sobre o que ele queria falar e inventei várias desculpas para não passar aquele intervalo com ele, mas nenhuma me parecia cabível àquela situação. Minha vontade era me trancar naquele estoque até Steve ficar cansado de me esperar e ir embora, mas pelo que havia percebido, ele estava convicto de que queria falar comigo e que não iria embora até conseguir.

Não sabia dizer qual sentimento que passava por mim naquele momento, não sabia ao certo se ficava feliz por ele estar ali ou triste, não sabia se ficava ansiosa para ficar com ele ou se deveria mesmo me trancar no meio das roupas para não encara-lo novamente, tinha a consciência de que aquele encontro não iria acabar bem e isso era algo que me assustava, não estava preparada para outra discussão com Steve mas infelizmente, não iria poder adiar e eu tinha apenas uma hora para conversar com ele e acabar com a curiosidade que estava me corroendo por dentro. Sinceramente, aquilo não poderia estar acontecendo...

Peguei minhas coisas e sem demorar muito e sem pensar muito na situação em que me encontrava, eu volto para a loja para encontrar com ele.

– Então, quer ir a algum lugar em especial? – perguntei a ele evitando manter contato visual.

– Tem sim e não é longe, duas quadras mais ou menos, topa? – assenti sem demonstrar muito interesse e então saímos da loja lado a lado – Então, como está o trabalho por aqui?

– Está ótimo... – respondi dando de ombros – Mesmo que esteja aqui em véspera de ano novo, eu adoro a loja e tudo mais...

– Que bom ouvir isso... – ele abriu um sorriso sincero e eu desviei o olhar dele – Espero não estar atrapalhando alguma coisa, quando cheguei você parecia meio ocupada...

– Não tem problema, eu iria ter que sair para o intervalo mesmo – respondi friamente o fazendo soltar um suspiro alto.

Nós caminhamos em silencio, lado a lado até o lugar que Steve queria ir, eu andava com os braços cruzados e encolhida em meu casaco para que não corresse risco de nos relarmos. Os três quarteirões foram feitos em um silêncio constrangedor e incomodo e assim que chegamos, Steve abriu a porta para que eu passasse. Escolhi uma mesa reservada aos fundos do lugar e assim que me sentei na cadeira estofada, que parecia um sofá, Steve se sentou ao meu lado extremamente próximo a mim, ao invés de ficar em minha frente como imaginei que fosse fazer. Encolhi-me novamente em meu casaco ficando longe dele o máximo que consegui e antes que conseguíssemos voltar a conversar, uma atendente chegou a nossa mesa para anotar o pedido.

– Nós vamos querer um cappuccino e um expresso extra forte e sem açúcar, por favor – Steve olhou para mim e piscou o olho com um ar de cumplicidade, adivinhando o que eu iria pedir – E para ela, uma torta alemã... – ele sorriu presunçosamente me fazendo olhá-lo indignada.

– Mais alguma coisa? – a garçonete perguntou educadamente e no mesmo instante tratei de me manifestar.

– Sem a torta, eu não quero! – disse rispidamente.

– Mantenha a torta, por favor...

– Eu não quero, Steve! – continuei com o mesmo tom ríspido enquanto o fuzilava com o olhar.

– Ela quer sim, pode trazer, moça! – Steve disse pela ultima vez e então a garçonete assentiu, indo providenciar os nossos pedidos.

– Porque você fez isso? Eu disse que não queria!

New Life - RomanogersWhere stories live. Discover now