Capítulo 14 - Better than revange

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– Sabe, Carol, estou aqui tentando entender a cena que acabei de presenciar mas até agora ela não faz sentido para mim… Digo, até faz mas continuo sem entender – após longos segundos encarando aquela mulher diante de mim, eu quebrei o silêncio que se formava entre nós e ri com certo deboche dela – O que será que uma mulher como você está querendo com um homem como Bart? Seu chefe e ainda casado... – com os braços cruzados, eu comecei a andar pela sua sala sustentando um tom ameaçador para falar com ela enquanto pensava em milhares de formas de fazer com ela o que ela havia feito comigo há alguns meses...

– Isso não é da sua conta! – Carol respondeu na defensiva e arqueou uma sobrancelha como se tentasse mostrar superioridade.

– De fato não é da minha conta... – pensei por alguns segundos e dei de ombros, mas logo uma risada irônica escapou de mim, acabando com toda minha falsa modéstia – O que eu estou falando?! É claro que é da minha conta, desde o momento em que você se intrometeu em minha vida e em um assunto meu que também não era da sua conta, automaticamente me deu liberdade para que eu fizesse o mesmo com você! – retruquei com aspereza e imitei sua expressão facial, arqueando minha sobrancelha e a lançando um olhar ainda mais ameaçador – E quando eu digo “fazer a mesma coisa” me refiro inclusive a contar sobre o que vi aqui para certo alguém...

– Não, Natasha, por favor, não conte para Steve o que você viu aqui, eu te imploro! – Carol desmoronou visivelmente e ao ouvir minhas intenções, entrou em desespero... Céus porque vê-la naquelas condições estava sendo tão divertido?

– E porque não posso contar a ele? – perguntei inocentemente e antes que ela respondesse, conclui meu pensamento – Afinal, não mandamos no coração, não é?! A culpa não é sua de ter se apaixonado por seu chefe casado e muito mais velho, Steve tem que te entender e te apoiar, Carol... – continuei com meu tom inocente e me fingi compreensiva para que ela me contasse a verdade por trás daquilo tudo.

– Eu não estou apaixonada por Bart, francamente! – ela revirou os olhos entediada e disse com descaso – Eu o seduzi e estou indo para a cama com ele porque quero que o meu projeto seja escolhido e ele é o responsável por isso – Carol respondeu com um tom óbvio fazendo toda aquela minha falsa inocência e compreensão transformarem-se em choque fazendo minha boca desmoronar de tanta incredulidade. Lentamente minha mente me lembrou de quando minha cunhada contou a Steve e Maggie sobre os projetos de casas ecológicas e sobre a grande promoção e benefício que a escolha de seu trabalho traria a ela e de repente tudo se encaixou...

– Wow! – disse abismada e rindo baixinho – Deixe-me ver se entendi... Você está indo para cama com um velho, ou melhor, com seu chefe, porque quer que ele escolha o seu projeto? É impressão minha ou você está fazendo como se fosse uma troca de benefícios? Usando o Bart e deixando ser usada... Ou melhor, trocando sexo por dinheiro? – um sorriso desafiador desgrenhou em meu rosto a fazendo me fuzilar com o olhar pelo que eu havia dito.

– É, é isso mesmo ok? Está satisfeita?! – ela assumiu impaciente e bateu com força em sua mesa – Vai me julgar agora?

– Quer dizer então que a queridíssima Carol está utilizando métodos sujos e baixos para que, de certa forma, consiga dinheiro? O mundo realmente dá voltas...

– Cala a boca, Natasha, pare de hipocrisia e de agir como se não costumasse a fazer pior! – ela se defendeu revirando os olhos e eu apenas a encarei com um sorriso presunçoso.

– Pior? Sinceramente, não vejo o porquê de ser pior ou que se difere do que eu fazia. Admita, Carol, você está fazendo sexo por dinheiro, admita que é mais fácil.

– Eu não sou uma prostituta, eu não sou igual a você! – ela gritou exaltada e mais uma vez bateu na mesa.

– Ah não?! – perguntei com ironia, mantendo o tom suave e desafiador em minha voz – Então me diga o que nos difere... Eu fazia sexo diretamente por dinheiro e você faz para conseguir um cargo, para conseguir uma promoção no trabalho que obviamente lhe trará dinheiro, ou seja... – disse em conclusão – Nada te difere de quem eu era, Carol.

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